Durante os anos da minha infância, o mais importante do "decor" de Natal era o presépio, a árvore de Natal esteve sempre em segundo plano.
Eu e o meu irmão visitávamos, antecipadamente, os pinhais que rodeavam o nosso bairro, à procura do musgo mais bonito e farfalhudo, para fazer o piso do nosso presépio. Depois de o encontrarmos, guardávamos segredo e não esperávamos muito tempo, para o trazermos para casa, dentro de caixas de sapatos de papelão...
Depois começávamos a construir o nosso presépio, cada vez com mais peças, que íamos comprando ano após ano. Além das tradicionais figuras da sagrada família (com a vaca e o burro), dos reis magos, dos pastores e das ovelhas, também tínhamos outras personagens, inclusive músicos de qualquer filarmónica, sem sequer pensarmos que eram demasiado modernos para o presépio...
Os caminhos eram feitos com areia da praia e os lagos com a prata dos cigarros.
Depois crescemos e fomos perdendo a vontade de fazer o presépio... recordo que nesta altura também já colocávamos as prendas na árvore de Natal e não na chaminé, porque estávamos demasiado grandes para acreditar no Menino Jesus ou no Pai Natal...
Mas enquanto a magia durou, foi bom...
Obrigada por esta Memória, Luís. Este sim, era o meu Natal.
ResponderEliminarÍamos à mata apanhar musgo, as figuras eram exactamente como tu dizes, havia uma cabana de madeira com palhinha no tecto para o Menino, o lago era um espelho. Não tocávamos em maços de tabaco.... outros tempos, em que às meninas era proibida muita coisa...
Nunca tivemos árvore, enquanto fui miúda. Era o sapato na chaminé...
Um beijo
Luís,
ResponderEliminarMuito bonito o teu texto. Com as tuas memórias vêm outras memórias...
Desejo-te um Bom Natal com tudo o que te possa fazer feliz.
Grande Abraço.
Volto à minha infância. Vejo também um presépio. Sou a menina que resistia ao sono à espera de ver o menino Jesus. Obrigada pela memória. Para ti um Natal Feliz e um Novo Ano muito BOM.
ResponderEliminarEra assim o meu Natal...
ResponderEliminarBeijinho*
Porque, em pequena, nunca tive presépio nem pinheiro, só o sapatinho na chaminé, o meu primeiro Natal depois de casada teve as duas coisas...
ResponderEliminarCada ano que passava, comprava novas figurinhas para o presépio.
Hoje, continuo a montá-lo, todos os anos, para os netos... e para mim.
Com musgo comprado no mercado e pedacinhos de espelho a fazerem de lagos.
O pinheiro é que já não é autêntico, infelizmente. Arma-se e desarma-se. Mandam os senhores ambientalistas...
Qualquer dia , até o musgo é de plástico...
Bom Natal, mais uma vez, Luís.
Quando era mesmo muito cachopo, morei na Meadela, frequesia pegada a Viana do Castelo (que saudades!).
ResponderEliminarA nossa casa ficava à beira de um pinhal que tinha musgo compacto que se levantava às "mantas".
Parece que o estou a sentir nas unhas...
Obrigado!
A nossa difereça de idade é grande, mas pelos vistos os
ResponderEliminarhábitos da sus infância ainda não eram muito diferentes dos da minha.
Também eu ia ao musgo e construia o meu presépio. Só que o menino jesus nunca me deu qualquer brinquedo. Tomaram os meus pais poder comprar roupa e comida para os cinco filhos. Quando muito, no natal, lá recebia uma peçazita de roupa de que estava mesmo a precisar
Felizmente que (nesse aspecto) as coisas estão bem melhores para as crianças.
Um abraço e bom natal (seja o que for que isso quer dizer)
lembranças que tenho e não consigo esquecer
ResponderEliminarainda hoje faço o presépio, sozinha!
com as mesmas imagens de sempre, com a mesma cabana construída pelo meu pai
vivi em Angola, lá não havia musgo, nem a tradição de se fazer o presépio, no entanto havia o presépio em casa. com a ajuda das minhas manas e a minha o meu pai fazia o presépio, com o moinho, os carneirinhos, o lago com água, os montes, os caminhos desenhados com pedrinhas e o musgo era serradura pintada a verde seco. hoje o meu presépio tem a mesma estrela que tinta, uma luzinha na cabana como sempre teve, tem tudo o que o meu pai me deixou, menos a serradura pintada, porque vou ao musgo aos pinhais
saudades da serradura que usava!
é um prazer muito grande ler-te, é sentir o que escreves e viver
o meu abraço amigo
lena
Agora a preocupação é comprar os presentes... Tenho saudades dos Natais da minha infância, em que o cheiro a filhoses e estrear roupa nova no Dia de NAtal era o melhor da festa...
ResponderEliminarBoas festas.
Que o Novo Ano Vos traga ...
ResponderEliminarcor, calor, alegria, magia, energia, felicidade, simpatia, paz, saúde, amizade, amor, sentimentos, emoções, agitações, lágrimas e canções...tostões
Que cada dia de 2008 vos faça ...
sentir, sorrir, sonhar, imaginar , acreditar e Viver com toda a intensidade que merecem.
Aprendam, sintam, reagam, lutem pelo melhor,acreditem!
Que seja um Ano de...
paz, tolerância, compreensão, conforto, justiça e Amor
Que estes números mágicos... 2008 nos unam cada vez mais e intensifiquem a amizade que nos une e a cumplicidade que nos caracteriza. Sejam felizes e façam felizes alguém... todos os dias e por favor, cheguem ao fim do ano e digam:
Caramba, Valeu a pena!!!!
Desejo-vos o melhor ano de sempre, durante o qual alcancem os vossos melhores e mais secretos sonhos e que realizem e concretizem os melhores objectivos.
Beijinhos
BOM ANO!!!!!!!
A Cabana... era sempre diferente, usávamos papelão, pequenos troncos, fósforos, palhinha, etc...
ResponderEliminarE o espelho, claro, Maria...
É o que acontece com quase todos nós... inclusive nas tuas "Pequenas Coisas", Berta Helena, que acabam por ser grandes...
ResponderEliminarEra um natal sem Pai Natal mas com o Menino Jesus, Graça.
ResponderEliminarEra bem mais simples e menos consumista, porque os tempos eram outros...
Era assim o Natal de quase todos nós, Maria P...
ResponderEliminarQue bom para ti e para os teus netos, continua sempre a fazer o teu presépio, Sininho...
ResponderEliminarEsse musgo que falas, não se encontrava em todos os lugares, tinha de se procurar bem, e era recolhido em mantas, como muito bem recordas, Samuel...
ResponderEliminarAs coisas só mudaram muito depois da Revolução de Abril.
ResponderEliminarA "miséria" de então deu lugar a esta "fartura", quase obscena.
Claro que Abril não tem nada que ver com isso, António, continua a ser um mês lindo...
Ao ler-te, Lena, veio à memória mais um elemento, a serradura dos caminhos...
ResponderEliminarE as filhoses Totoia...
ResponderEliminarO giro desta partilha, é as nossas memórias conseguirem acrescentar novos elementos ao Natal das nossas infâncias...
Tudo de bom para ti Tita.
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