sábado, junho 23, 2007

Pontes para o Pontes


Ainda não consegui digerir o triste papel da Câmara Municipal do Porto, que tentou colar o cidadão David Pontes à instituição "Jornal de Notícias", como se a profissão de jornalista o impedisse de participar numa manifestação pacifica, que ocorreu durante a antestreia do espectáculo "Jesus Cristo Super-Star", que tentou mostrar ao país a indignação de alguns portuenses com a transformação do único teatro municipal da Cidade, numa sala privada de espectáculos comerciais.
Como agente cultural que sou, não tenho dúvidas que se esta situação se passasse em Almada, também seria um dos manifestantes.
Nunca me consegui identificar com políticos que entendem que a cultura, além de estar no fim da fila das suas prioridades, só deve existir se for lucrativa.
Eu sei que esta visão completamente absurda e anacrónica, não é inocente. Além de transformar o país num lugar mais atrasado, faz com que as pessoas mais limitadas sejam facilmente moldadas e manipuladas, pelas modas impostas pelos "ditadores" de gosto duvidoso, que já mandam nas televisões e em alguns jornais.
Salazar já pensava assim, embora não passasse de um provinciano...
Não conheço David Pontes, elemento da direcção do "Jornal de Notícias" de lado nenhum. Mas estou completamente solidário com a sua posição, enquanto cidadão portuense.
É por isso que grito: «Viva a Cultura! Abaixo os Ditadorzinhos
Escolhi este quadro com uma das pontes de "Florença", de Carlos Botelho, pelo simbolismo desta cidade, que respira cultura em todas as suas ruas...

2 comentários:

  1. Também me indigna que os poucos Teatros que neste País existem sejam entregues a pessoas como o Féria, que conheci a fazer teatro alternativo na Casa da Comédia em Lisboa e depois descobriu este filão dos musicais para a burguesia. Não é o tipo de teatro que vejo e aprecio, logo acho que o espaço, agora em questão, deveria estar na posse de criadores de outra índole.
    Bjs
    TD

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  2. Não tenho nada contra o La Féria nem contra o teatro comercial. Tenho sim contra os atentados que se estão a fazer à nossa cultura, por causa de uns trocos.

    Sim, porque a cultura sempre foi uma coisa de trocos no nosso país, Teresa.

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