domingo, junho 10, 2007

A Medalha que o Pai e o Filho não Receberam...


Não sei se houve mais, acredito que sim...
Eu só tive conhecimento de um homem que se recusou a receber, a título póstumo, a cruz de guerra que quiseram oferecer ao filho, morto na Guiné.
Esta recusa foi mal vista na vila onde morava, ao ponto de começarem a espalhar pela vizinhança que ele era comunista.
Estávamos a 10 de Junho de 1970.
Era um país muito pequenino, ainda mais pequeno que este dos nossos dias, o que existia antes de Abril. O senhor, mal por mal, preferiu ser conhecido como comunista que como fascista. E nunca lhes perdoou, por lhes terem roubado o único filho que teve, numa guerra sem qualquer sentido...

12 comentários:

  1. Não conheço esse senhor, mas se o conhecesse cobria-o de beijos.
    Porque a morte de um filho não se paga nem com mil medalhas, nem com anda...
    Como eu o entendo...

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Esta sim é uma atitude de louvar!
    E como diz a Maria, a morte de um filho não se paga...

    Beijinho.

    ResponderEliminar
  3. Um pai cheio de coragem!!
    Que lhe interessava a medalha, se o que mais queria, já não existia??!!

    Momentos, muito difíceis, de uma guerra sem sentido.

    Boa semana.
    Beijo

    ResponderEliminar
  4. A guerra não tinha sentido. Mas a coragem dele fez todo o sentido... Um abraço.

    ResponderEliminar
  5. ESte senhor já não está entre nós e foi sempre uma pessoa de uma dignidade extraordinária.

    Levou com ele a mágoa de não ter feito nada para livrar o Jorge da viagem para a Guiné

    ResponderEliminar
  6. Pois não Maria P, não há nada que pague esta perca...

    ResponderEliminar
  7. É por isso que fico incomodado com alguns hinos passadistas ao nosso Ultramar, neste dia, que não é só de alegria, Ana...

    ResponderEliminar
  8. Estas atitudes fazem sempre sentido, embora sejam muito poucos aqueles que têm coragem para desafiar, o poder (seja ele qual for...), Graça.

    ResponderEliminar
  9. Eu entendo a atitude do senhor e não a acho nem de louvar nem de condenar. É a reacção se uma pessoa em sofrimento.

    Aqueles que receberam a medalha em nome dos entes queridos falecidos não choraram menos a sua morte, simplesmente entenderam que receber a medalha era uma homenagem.


    Não sei que reacção teria se essa situação me acontecesse. Creio q tanto podia ser uma como outra,; dependeria mais do meu etsado de espírito para enfrentar a ocasiaõ que das minhas convicções políticas.

    O meu pai esteve mais de 2 anos no chamado Ultramar e eu tenho muito respeito por isso.

    Discordando da maioria, dou a minha opinião :)
    Não temos q concordar uns com os outros para nos entendermos, pois não?
    :)

    ResponderEliminar
  10. Claro que não Vague.

    Acho óptimo dizermos o que pensamos, sem termos de seguir a correnteza...

    ResponderEliminar
  11. Era um país muito pequenino....de facto, pagamos ainda a factura...

    ResponderEliminar
  12. Pois pagamos Luís.

    Mas já é tempo mais que suficiente de se mudar...

    ResponderEliminar