Na tarde de 24 de Junho de 1994, a Ponte 25 de Abril foi pequena para conter a revolta popular contra o aumento exorbitante das portagens, publicitado pelo governo de Cavaco Silva.
Os ânimos só se acalmaram com a intervenção violenta do Corpo de Intervenção sobre os manifestantes, que fugiram para onde era possível, juntando-se aos milhares de almadenses que assistiam àquele espectáculo degradante nos morros e na parte superior do viaduto do Pragal.
Além do Corpo de Intervenção, também participaram nesta batalha contra o povo os elementos locais da PSP e da GNR.
Um dos elementos destas forças - que sabe-se lá porquê, nunca foi identificado... - resolveu disparar cobardemente sobre as pessoas que assistiam na parte superior, da qual, grande parte nem estava directamente ligada à manifestação.
A bala "perdida" acabou por se alojar no corpo de um jovem, Luís Miguel Figueiredo, que ficou tetraplégico e com uma vida limitada, graças a um acto cobarde, bem registado na imagem que acompanha este texto.
Luís Miguel continua a ter como companheira uma cadeira de rodas mas não parou no tempo e hoje é um artista plástico reconhecido na cidade que o viu crescer.
O autor do tiro, continua a monte, provavelmente armado e fardado...
Lembro-me bem desse acontecimento e conheci o Luis Miguel alguns anos atrás numa exposição que fez na galeria da CMA.
ResponderEliminarEste é dos casos que poder-se-á dizer que infelizmente estava no local errado na hora errada, em que alguém que nunca deveria ter uma arma na mão a disparou.
Ainda bem que apesar de tudo ele tem conseguido exprimir-se e ser reconhecido pelo seu trabalho plástico.
Bjs
TD
Pocas coisas dão tanta força a um cobarde, como ter uma arma carregada, na mão.
ResponderEliminar"O autor do tiro, continua a monte, provavelmente armado e fardado..."
ResponderEliminarEsta frase diz tudo.
Já falei do Luís Miguel num outro blogue teu.
ResponderEliminarEspero que ele tenha os apoios a que tem direito, e gostaria tanto que o tal animal que anda fardado e a monte fosse apanhado...
Apesar de tudo o que lhe aconteceu, Teresa, e dos muitos obstáculos que enfrenta, é um grande "sobrevivente" que escolheu a pintura para se expressar.
ResponderEliminarQue nunca pare de criar!
Como tens razão, Sininho!
ResponderEliminarPois diz Maria P., tudo!
ResponderEliminarIsso é impossível, Maria.
ResponderEliminarMas a consciência deve pesar-lhe (espero que uma tonelada...).