segunda-feira, novembro 03, 2025

O jornalismo de ontem e o de hoje...


Acordei cedo e a pensar no jornalismo, que eu fiz e que se fazia no século passado.

Escrever desta forma faz pensar que é mesmo uma coisa antiga, "do século passado"... E na realidade, acaba por ser, mesmo que tenham passado pouco mais de duas décadas.

Estava no "Record" no começo dos anos 1990, quando este começou a "morder os calcanhares à "bíblia", que ficava logo ali, a poucos metros, na Travessa da Queimada (e até a vender em algumas edições números próximos dos 100 mil...). Nessa altura a rivalidade atingiu pontos estranhos, ao ponto de numa entrevista que fiz ao escritor Manuel da Fonseca, a pessoa que editou a minha página, ter substituído "A Bola" por "outro jornal". Tirando essas pequenas diabruras, havia muito mais independência e liberdade na prática do jornalismo.

Era um jornalismo que vivia sobretudo da venda de jornais nas bancas, com a publicidade a ter um papel secundário. Um dos segredos do sucesso do "Record" eram as manchetes de primeira página e também a melhoria de qualidade do seu jornalismo, até porque não tinha os "monstros sagrados" do rival, como eram os casos de Carlos Pinhão, Alfredo Farinha ou Carlos Miranda, que eram um bom exemplo da qualidade literária, de um jornalismo que nunca teve nada de menor em relação ao outro, mais generalista...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa - um retrato raro, tirado este ano junto ao Campo Pequeno...)


Sem comentários:

Enviar um comentário