quarta-feira, outubro 22, 2025

As escolhas que fazemos, com mais ou menos fé...


Enquanto ouvia a senhora que viajava no mesmo cacilheiro que eu, pensava que havia algo contraditório nas suas palavras, como se por ela ser crente, não pudesse lamentar a sua triste vida...

Não demorei muito tempo a sentir que estava errado, que uma coisa era a vidinha, outra era a fé. E mal de quem as confunde e não consegue reagir aos dramas que fazem parte do dia a dia de todos nós.

Embora continue a ser uma frase forte, "felizes daqueles que acreditam", não pode servir esconder a realidade ou fazer com que as pessoas aceitem de bom grado o seu "triste fado". E era isso que a senhora fazia. Estava longe de se ficar com o "seu destino"...

Quem não tem um Deus, ou vários Deuses, à partida é mais livre na forma como vive e aceita a vida. O que não quer dizer que não ande por aí mais perdido, que todos aqueles que são capazes de se agarrar a qualquer religião e sentir que têm ali alguém, que os pode valer nas horas difíceis.

Há demasiados coisas que acontecem à nossa volta, que escapam ao nosso entendimento. É também por isso que há quem procure respostas nos muitos templos que pululam por aí, que peça ajuda a um Deus maior, sempre que tropeça numa pedra...

E depois há os outros, que  acreditam no seu "livre arbítrio", que  gostam de sentir-se livres, até mesmo de deuses...

(Fotografia de Luís Eme - Alentejo)


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