Sei que este título que escolhi, podia alimentar uma boa prosa sobre tantas coisas (da saúde ao ambiente)...
Mas vou escrever sobre algo que está quase esquecido, o acordo ortográfico, que só parece servir a meia dúzia de iluminados, que já deviam ter percebido que basta de se "fingirem de mortos", e que é mesmo necessário discutir e alterar algumas coisas, aberrantes, que não fazem bem nenhum à língua portuguesa.
Pensava que o bom senso prevaleceria, e que os promotores do acordo seriam sensíveis e que alterariam no tempo certo o que mais fere o português. Vou dar apenas cinco exemplos, que na minha cabeça não fazem qualquer sentido: o Egipto precisa do pê, tal como o espectador do cê, o óptico do pê, o facto de outro cê e o pára do assento no à.
Alguns defensores do acordo até foram capazes de dizer que quem estava contra, era apenas uma elite cultural. E que eram sempre os mesmos que se manifestavam publicamente contra a nova grafia. Neste último ponto podem ter razão, mas apenas porque a comunicação social só dá visibilidade a quem é conhecido.
Lamento muito o cinismo e a hipocrisia de quem fez este acordo (está quase a chegar aos vinte anos...), que nem sequer é capaz de "dar o braço a torcer", e tentar fazer algo de positivo pela Língua Portuguesa.
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Hoje passei por um local hoteleiro (chique) onde, numa bela pedra de mármore, estava escrito receção. Tive uma vontade gigantesca de ali grafitar o p, e foi isso mesmo que fiz com uma caneta de feltro.
ResponderEliminarEssa é mais outra palavra que choca, Severino.
EliminarEu sempre acentuei o pê...
Subscrevo.
ResponderEliminarHá alguns casos que merecem alteração mas o NAO para mim, como está não faz sentido.
Ainda bem que já não estou no activo!
Abraço
É o que penso também, Rosa.
EliminarÉ bem verdade!
ResponderEliminarPara ser sincera, na altura fiquei irritada que nem quis aprender a escrever segundo as novas regras! Hoje em dia a minha filha, que tem 15 anos, chama-me à atenção afirmando que ainda escrevo o português antigo!
Agora vou tentando corrigir, sinto-me obrigada!
Normalmente não falamos muito sobre isso em casa, embora a minha filha (também de 15 anos...), tenha uma vantagem em relação ao irmão (21...), porque este é o português que aprendeu na escola desde a primária, Micaela.
ResponderEliminarSó falamos quando nos surge um "absurdo" qualquer (para não lhe chamar "aberração"), das tais palavras que nem os brasileiros percebem...
Concordo com o termo "aberração"!
Eliminar:)
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