quarta-feira, março 29, 2017

A Mesa do Café das Avós...


Estava à espera de um amigo e quase sem querer fui ouvindo a conversa de uma mesa de quatro avós, que viajavam pelo passado, sem qualquer preconceito em recordar a sua infância e adolescência difíceis.

Não as ouvi utilizaram a palavra exploração por parte das mães, que as obrigavam a lavar e passar a roupa de toda a família, a esfregar o soalho com o famoso sabão amarelo e depois a espalhar cera...

O mais curioso foi só ouvir recriminações para as raparigas de hoje, que não sabem fazer nada. Segundo elas, além de não saberem cozinhar e de não saberem coser um simples botão, eram umas desmazeladas, não limpavam nada em casa, preferiam pagar a empregadas... 

Entretanto chegou o meu companheiro de café elas passaram para terceiro plano. Mas não achei a coisa mais normal do mundo terem as filhas e netas em tão má conta...

(Óleo de Henri Matisse)

7 comentários:

  1. Luís, hoje não é necessário saber fazer tanta coisa em casa porque não é preciso e também porque se trabalha mais fora de casa e por isso não há tanto tempo. Bom, preferir pagar a empregadas não é má solução... desde que haja dinheiro.
    Mas é preciso dar o desconto, pois, a tendência é para se considerar que "no nosso tempo" como certamente essas mulheres diziam, era tudo melhor.

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    1. Vou mais pelo teu final, Isabel.

      Esqueceram todas as "dores" e "raivas", que mesmo antigamente havia coisas melhores para fazer que trabalhar...

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  2. Bom Luís, diz-se muito mal das jovens de hoje. Não sei até que ponto há alguma verdade nisso. A minha nora é uma excelente dona de casa, cozinha muitíssimo bem, e a minha neta que tem oito anos, já faz a cama dela (e a mãe e o pai, que cuida da casa tal como a mãe, não como ajuda, mas em partes iguais já que como trabalha por turnos, passa muitos dias em casa,) já lhes vão ensinando a fazer certas tarefas.
    Penso que muita gente da minha faixa de idade, fala dos jovens, por uma questão de, não diria inveja, mas um qualquer sentimento parecido, porque a verdade é que efetivamente a nossa geração sofreu muito, e a revolta que não tivemos coragem para ter, nos faz ter hoje esses "remoques". Não sei se me fiz entender, nem sempre sei explicar bem o que penso.
    Um abraço

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    1. Diz-me mal, com e sem razão, Elvira.

      Mas o problema é que hoje se vive melhor e não é necessário fazer tantos sacrifícios, nem ser escravo do trabalho como nesses tempos... Mas há quem não queira perceber isso.

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  3. sorrindo com este texto, mas, lembrando-me da celebre frase "no meu tempo é que era"
    não vou dissertar sobre a conversa das senhoras, mas, por vezes nos cafés e nos transportes públicos ouvem-se conversas tão interessantes.
    beijinhos
    :)

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    1. É muito isso, Piedade.

      Finge-se que se esquece o que se sofria nesse tempo, só para dizer que "as pessoas de agora não valem nada"...

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  4. A célebre frase "no meu tempo é que era", que a Araújo Sol muito bem referiu é uma fase que todas as gerações, mais dia menos dia, proclamarão.

    O mundo, contudo, está sempre, sempre em mudança!

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