sexta-feira, agosto 21, 2015

As Tonalidades Laranja da Comunicação Social e o Povo


É provável que me esteja a repetir. Nada que me incomode.

O que me incomoda é a forma como o partido do governo conseguiu tomar de assalto toda a comunicação social, dos jornais à televisão, passando pela rádio.

Podia falar dos comentadores televisivos, que sempre que podem pintam a realidade cor laranja, que podiam ser actores de telenovela, já que são capazes de mentir com o ar mais sério do mundo. Mas eles fazem o seu papel, já que a honestidade nunca foi o seu forte...

Agora dos jornalistas, esperava outra coisa, mais amor ao pluralismo, à verdade e à liberdade de expressão.

Quando o Carlos há largos meses elevava o tom de voz contra este povo masoquista (para não lhe chamar outra coisa muito pior...), capaz de votar em quem lhe roubou o emprego, parte das reformas  e criou impostos para tudo e para nada, no meio de mais uma garfada de grão com bacalhau das segundas, nós dizíamos-lhe que era impossível Portas e Coelho ganharem as eleições.

Quem diria que a menos de dois meses das eleições, teríamos de dar o braço a torcer... 

Claro que o equilíbrio das sondagens, além de ser manipulado, deve-se mais ao demérito do PS e de toda a oposição, que às qualidades destes políticos. Só assim se percebe que quatro anos marcados pela incompetência, pela mentira, pelo compadrio e pela falta de vergonha na cara de pelo menos meia dúzia de ministros (que em situações normais, teriam pedido a demissão, e esta teria sido aceite pelo primeiro-ministro), estejam a cair o no esquecimento de um povo sem memória e sem vontade própria.

O óleo é de Marianne Herefkin.

6 comentários:

  1. A memória das pessoas é muito curta... Os jornalistas têm medo de perder o emprego (?). Isto assusta, Luís...
    Um abraço.

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    1. Não tenho dúvidas disso, Graça.

      Aliás, o medo é responsável por muitas das situações injustas deste país...

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  2. Sempre achei difícil entender o nosso povo. Leva 4 anos a fazer manifestações contra o governo, e na hora em que se pode impor e dizer basta, vai para a praia, o campo ou a bola e esquece-se de fazer valer a sua vontade. Depois, elegem-se os mesmos do costume e dois ou três meses depois, já anda tudo a dizer mal do governo e a fazer manifestações. Esperemos que desta vez seja diferente, mas eu sou como o S. Tomé.
    Um abraço e bom fim de semana

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    1. Também não o percebo, Elvira.

      Diz mal e vota no mesmo...

      É tudo demasiado estúpido para a minha compreensão.

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  3. Será que queremos mesmo falar em demérito do PS e de toda a oposição só para desculparmos um povo iletrado, cego, surdo e estúpido?! Parece-me que sim!

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    1. Sim, Graça.

      Há muito demérito, em especial do PS e do seu líder. e não é só a questão dos cartazes.

      (Como é possível existir uma guerra tão visível entre as duas facções do PS?)

      Em relação ao povo, estamos conversados.

      Talvez nós sejamos "estrangeiros", Graça, por sabermos o que queremos...

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