sexta-feira, outubro 31, 2014

João Bénard da Costa, o Mestre dos Mestres


Penso que a melhor maneira de me despedir deste mês cheio de filmes aqui no "Largo" (até parece que se instalou por aqui uma daquelas tendas ambulantes, que já não conheci, que oferecia "magia" de terra em Terra...), é recordar o Mestre dos Mestres de cinema, João Bénard da Costa.

Embora tenha sido professor do ensino oficial (professor de história e de filosofia), tenho a certeza que as "aulas" onde teve mais  e melhores alunos foram as sobre cinema.

Tem um percurso único: nos anos 1950 ajuda a criar o  Centro Cultura de Cinema (CCC), um dos cine clubes mais recordados de Lisboa; nos anos 1960 dirige a revista "O Tempo e o Modo" e nos anos 1970 organiza com grande sucesso os Ciclos de Cinema Gulbenkian (outro CCC...). Nos anos 1980 passa a ser  vice director da Cinemateca Portuguesa (torna-se presidente em 1991), com o sucesso que todos os amantes de cinema lhe reconhecem, como programador e historiador, agradecidos pelas suas" folhas da cinemateca".

Mas além desta dedicação, ainda escreveu mais de um milhar de crónicas em jornais, como o "Expresso", "Diário de Notícias, "O Independente" e "Público", uma boa parte delas sobre cinema.

Livros também são mais de uma dezena, embora apenas refira aqui "Os Filmes da Minha Vida" e "Muito Lá de Casa", onde se pode descobrir todo o seu saber sobre cinema. Com uma linguagem agradável e acessível, Bénard da Costa fala-nos dos filmes, dos actores e sobretudo das suas bonitas actrizes...

Não foi graças a ele que aprendi a gostar de cinema (foi mais obra do Charlie Chaplin...), mas tenho a certeza que comecei a olhar para os filmes com outra abertura e profundidade, graças ao muito que fui lendo sobre cinema, da sua autoria. 

Para acabar esta homenagem da melhor maneira, informo que Manuel Mozos, realizou um documentário biográfico, "Outros Amarão as Coisas que eu Amei", que deverá oferecer um excelente retrato do professor, do critico, do escritor e do programador (não falo do actor, porque as suas aparições em dois ou três foram fugazes, quase uma brincadeira e um agradecimento dos realizadores ao muito que fez pelo cinema...).

2 comentários:

  1. Andei por aqui pondo a leitura em dia.
    Deixo um abraço e votos de bom fim de semana

    ResponderEliminar
  2. e assim se foi o "cinema", Elvira.

    ResponderEliminar