segunda-feira, julho 13, 2009

A Guerra e os Argumentos Desnecessários

A habitual convivência do nosso país com crises e dificuldades, sempre um foi campo aberto a muitas especulações.

Os defensores das "batalhas campais", gostam de repisar a nossa "paz podre". Culpam quase sempre a não participação portuguesa na Segunda Guerra Mundial, e até, o quase nulo derramamento de sangue na Revolução de Abril, como os culpados desta quase passividade, com que encaramos o futuro, neste quase "mar sem ondas", apesar da proximidade do Atlântico.
Não penso assim. Acho que se tivéssemos participado nessa Guerra e se têm havido confrontos mortais na nossa caminhada para a Liberdade, existia sim mais ódio entranhado nos nossos corações, menos palavras e provavelmente ainda mais passividade, e da depressiva.
Não acredito que as guerras mudem o carácter dos povos. Deixam sim mais sombras em redor dos olhos e do coração...
Eu sou daqueles que não louvo o Salazar por nada, nem mesmo por não termos entrado na Segunda Guerra, muito menos os bispos das orações, do Cristo Rei e da Senhora de Fátima.
O nosso fado só mudará quando se esbater a chamada "pobreza de espírito", que tanto serve para os Dias Loureiros, capazes de enriquecer de um dia para o outro, de forma completamente abusiva e desonesta, como para os trabalhadores capazes de aceitar humilhações atrás de humilhações, sem se unirem e revoltar, sempre à espera de uma qualquer ajuda divina. Era bom que de vez enquanto questionassem: «E se Deus não existe? E se nós estamos entregues a nós próprios?»
Mais uma conversa de café a fazer-me estender o lençol...
A fotografia é do inesquecível Robert Doisneau...

17 comentários:

  1. Ora aí está uma característica típica do nosso povo: deixa andar.
    Concordo com o teu texto!
    beijos, Luís

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  2. Pois... e assim vamos andando...
    Uma boa semana e boas escritas.
    Abraço

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  3. não estaremos sós no mundo enquanto pudermos contar uns com os outros :) um beijinho, luís. obrigada pelas tuas visitas...*

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  4. é bem verdade que a guerra não muda o carácter dos povos!!

    concordo em absoluto

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  5. O povo é sereno,e com os seus brandos costumes,que por vezes já não são assim tão brandos,vamos deixando andar à espera que alguém faça alguma coisa,que algo aconteça, mas o tempo passa e fica tudo na mesma.
    E como infelizmente neste país a lei da impunidade é a mais aplicada,os chicos espertos vão fazendo o que querem,e o povo a ver, e vai deixando.E como até tem memoria curta a historia vai-se repetindo e continua tudo da mesma.
    Um dia vai ter que ser diferente, para não continuar tudo na mesma.
    E não é com guerra que lá vamos, mas tem que acontecer uma revolução de mentalidades e atitudes.

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  6. há demasiados SES no nosso viver em sociedade...



    .
    um beijo

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  7. e para que servem os lençóis senão para se estenderem?

    abraço

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  8. O mundo não é a preto e branco, Luis...

    Há muuuitas tonalidades de cinzento...

    Beijinho

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  9. deixar andar e não ser solidário nem ter um sentido forte de união, Lúcia...

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  10. boas escritas poéticas também, Gorety.

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  11. pois não, Alice.

    é sempre agradável tentar traduzir a memória...

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  12. pois não, Teresa.

    e as mudanças de mentalidade são tão lentas...

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  13. claro, Anita.

    a nossa justiça, economia, educação, saúde e cultura, contribuem bastante para continuarmos "pequeninos"

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  14. sim, Gabriela.

    e pensamos demasiado neles em vez de caminharmos em frente...

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  15. é verdade, Luísa.

    tenho dificuldade em dizer muito em poucas palavras...

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  16. acho que nos deixamos vencer
    ou convencer na feroz ilusão de que HA-DE haver alguém que nos vá pondo a mãos por baixo.

    como se faz às criancinhas quando iniciam os passos...

    beijos

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