sábado, maio 31, 2025

As palavras difíceis de explicar e de lhes oferecer o seu verdadeiro sentido...


Ele podia perguntar a outra pessoa, mas veio logo perguntar-me a mim (isto de ter fama de "intelectual" tem que se lhe diga...), o que queria dizer "honra", palavra que ouvira duas ou três vezes durante o jantar.

Tive dificuldade em explicar às primeiras aquele miúdo curioso, de oito anos, o significado desta palavra tão em desuso. Percebi que não havia uma forma fácil de explicar algo que fora tão importante no seio das famílias, mesmo nas mais humildes. O quanto era importante para eles honrar os seu nome...

Foi quando me lembrei de lhe dizer que a honra era o orgulho que sentíamos pelos nossos pais, tios ou avós, por serem boas pessoas. Ao ponto de querermos seguir os seus exemplos pela vida fora.

Como acontece com as crianças, não se ficou com uma explicação tão simples e continuou a querer saber coisas: «Então os tios que não são boas pessoas, deixam de ser da família?»

Disse-lhe que não. Por mais disparates que os nossos familiares façam, são sempre da nossa família. Lembrei-me da expressão "laços de sangue", mas guardei-a para mim, achei que era melhor não complicar as coisas...

Não lhe quis estar a dar lições de moral, mas ainda lhe disse que não estarmos sempre a mentir, também era uma questão de honra. O que lhe fui dizer, falou-me logo, com um sorriso, do "maior mentiroso do mundo", esse mesmo o Trump, que quer tudo menos ser uma "pessoa honrada". 

Foi bom, porque nos deu uma oportunidade para mudarmos de assunto...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, maio 30, 2025

«Não é preciso. O que mais se encontra nas livrarias são livros de instruções»


Quando a Ana disse que as pessoas (parece que já não são só os homens...) deviam trazer com eles, livros com instruções, o Carlos não perdeu a oportunidade de nos brindar com o seu humor sarcástico: «Não é preciso. O que mais se encontra nas livrarias são livros de instruções.»

Ela rebateu a frase do nosso amigo comum, dizendo que livros de autoajuda não são a mesma coisa. 

«Pois não.» Disse ele. Para depois acrescentar, logo de seguida: «Mas também existem muitos com instruções. O que não falta nas montras de livros são teorias sobre tudo e mais alguma coisa.»

Pois é. Há mais livros destes à procura de leitores, que romances, por exemplo...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, maio 29, 2025

Porque é que estas pessoas não se demitem?


Soube-se nos últimos dias que a Federação Portuguesa de Judo foi suspensa pelas instâncias internacionais oficiais, devido a dívidas que ascendem a mais de 800 mil euros.

Embora não esteja em causa a participação dos nossos atletas nas competições internacionais mais importantes do mundo, não poderão concorrer com as cores de Portugal, se entretanto a questão não for resolvida.

O mais curioso (ou não), é que os dirigentes actuais da Federação, em vez de assumirem as suas responsabilidades, dedicam-se ao habitual "passa culpa", apontando o dedo ao antigo presidente (apesar de terem tomado parte no anterior executivo...).

Faz-me muita confusão que esta gente não se demita, pois é demasiado óbvio que são incompetentes para gerir uma federação desportiva. 

Não só estão a prejudicar os nossos atletas, como a imagem do nosso país.

(Fotografia de Luís Eme - Caramujo)


quarta-feira, maio 28, 2025

Talvez seja esta a "chave do sucesso" nos nossos dias...


O excesso de comentadores televisivos, alguns dos quais "especialistas de tudo", desde gastronomia, passando pelo futebol e pela política e acabando na guerra, faz com que tenha cada vez mais a ideia de que somos sobretudo um país de "teóricos", com cada vez menos "práticos" em áreas fundamentais, como é a governação.

Muitos destes comentadores tornam-se bons a "vender banha da cobra", e raramente desdenham de qualquer oportunidade que surja de se encostarem ao poder, seja como assessores ou mesmo como actores políticos (André Ventura é o melhor exemplo, era comentador de futebol no "CMTV", vestindo a camisola do Benfica...).

Mesmo sem os ouvirmos, diariamente, percebe-se que seguem - ainda que de forma mais discreta -, a "cartilha" de Trump. São capazes de dizer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário, com o ar mais sério do mundo.

Talvez seja esta a "chave do sucesso" nos nossos dias...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, maio 27, 2025

Afinal continua tudo igual: só são diferentes na cor que defendem e no penteado que usam


Com a eleição do novo presidente do FC Porto, pensava-se que tudo mudaria no relacionamento entre os três presidentes dos grandes (Rui Costa, André Vilas Boas e Frederico Varandas). Por terem uma cultura futebolística acima da média, estava aberto o caminho para um tempo com menos jogos de bastidores, mais transparência e mais desportivismo.

Infelizmente quase nada mudou. Um ano e alguns meses depois, pode-se dizer que continuam com os velhos hábitos de antigamente, só falam quando se sentem prejudicados, fechando o bico quando são beneficiados. 

Ou seja, a "filosofia de jogo" é a mesma de um Pinto da Costa, um Sousa Cintra ou um Luís Filipe Vieira. "ganhar, ganhar, a qualquer preço".

Mesmo quando se tentam afirmar "melhores e mais sérios que os outros" (o presidente do Sporting é useiro e vezeiro nesta atitude...), a realidade acaba sempre por os fintar. Isso explica que não se tenha ouvido uma única palavra de Frederico Varandas sobre as agressões de que o avançado italiano do Benfica foi vítima, duplamente, por defesas do Sporting, na final da Taça de Portugal...

Nota: Não temos dúvidas de que o silêncio seria também ensurdecedor por parte dos outros dois presidentes na mesma situação.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, maio 26, 2025

«As pessoas gostam mais de um mundo faz de conta, onde a mentira tem a mesma validade que a verdade, que de um mundo com leis e valores claros»


Nunca pensei vir a concordar com o Rui, mas basta olhar para os acontecimentos do último ano no nosso país, para se perceber que a ética e a moral são cada vez mais, coisas da ficção (dos livros e do cinema).

Cada vez tenho  menos dúvidas de há cada vez mais gente que vive satisfeita dentro da realidade paralela, alimentada sobretudo pelas redes sociais. Quando ele disse, «As pessoas gostam mais de um mundo faz de conta, onde a mentira tem a mesma validade que a verdade, que de um mundo com leis e valores claros», ninguém foi capaz de discordar.

Sei que não é um fenómeno nacional, basta olhar para Trump, que não consegue dizer uma frase sem introduzir qualquer dado falso. E pior ainda, em poucos minutos é capaz de dizer uma coisa e também o seu contrário. Bolsonaro foi o que foi (e continua cheio de saudosistas...), Milei é o que é. E Ventura pode ser uma coisa mais perigosa do que se pensa (o seu crescimento começa a assustar aqueles que acham que ele não passa de um "palhaço", como eu)...

No dia a dia, é capaz de ser mais divertido, andarmos a mentir uns aos outros, colocando a realidade num segundo patamar. Só que isso tem um preço...

Mais tarde ou mais cedo, vamos todos pagar um preço demasiado alto, por alimentarmos este "mundo faz de conta". É assim que surgem as ditaduras, onde a mentira passa a ser a "linguagem oficial" do poder, ao mesmo tempo que quem defende a democracia, os factos e a liberdade, é empurrado para o lado errado da sociedade. Ou seja, é preso ou silenciado, por vezes da pior maneira. 

Exemplos não faltam por esse mundo fora...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


domingo, maio 25, 2025

O bonito olhar estrangeiro de Abril


Não sei dizer o que gostei mais da exposição "Venham Mais Cinco", que vi hoje, no Parque da Antiga Lisnave (ao lado da Escola Profissional da Lisnave, em Almada). 


Mas talvez tenha sido a diversidade, o que mais me espantou, das duzentas bonitas imagens que retratam muitas das aventuras que ilustram os anos luminosos de 1974 e 1975. Sim, são trinta olhares diferentes, atentos à nossa  memorável Revolução, que foi muito mais que um só dia.

Recomendo vivamente a visita à exposição a todos aqueles que gostam de fotografia e de Abril. 

Vale a pena!

(Fotografias de Luís Eme - Margueira)


sábado, maio 24, 2025

Quando a fotografia se torna bela e complexa em simultâneo...


O desaparecimento de Sebastião Salgado é um bom motivo para falar de fotografia, como arte, mas também como objecto de denúncia, de clarificação, porque o que ele mais gostava de retratar era um mundo desigual e devastador, graças à acção do homem, mas sempre a perseguir a diferença, a encontrar beleza mesmo no "inferno".

Penso que ele chegou onde mais ninguém foi (muitos nunca quiseram ir por aí, até por uma questão de filosofia de vida e do entendimento que tinham da imagem). Onde havia exploração, escravidão, devastação, miséria, ele foi lá, e tirou retratos a tudo e mais alguma coisa, sem estar preso a questões éticas e morais.

No meu caso pessoal, devo dizer que a partir de certa altura, comecei a desinteressar-me pela sua fotografia. Senti que aquilo era tudo muito igual, ou seja, ele já não me surpreendia com a beleza das suas imagens. 

Acho que isso aconteceu quando entrei mais dentro da fotografia. Fui educando o meu olhar, através da prática da fotografia e também de conversas com amigos fotógrafos (as conversas influenciam-nos muito, mesmo sem darmos por isso...), comecei a achar que as imagens de Sebastião eram demasiado encenadas. Até mesmo a miséria humana, não me parecia real, entre outras coisas, mesmo que o fotógrafo brasileiro tivesse sempre a arte como prioridade, no seu olhar...

É por isso que eu digo que a fotografia com Sebastião Salgado, ganha uma beleza única (os seus cinzentos são uma marca...), mas também se torna complexa, enquanto objecto social...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sexta-feira, maio 23, 2025

Não explica mas ajuda a compreender...


Não é que estivesse sem assunto, mas queria mudar de página, deixar este mundo de "sabujos" (onde o PSD e o PS continuam a ter a maioria...), que se julgam mais espertos que os outros, passando a vida a prometer o que sabem que nunca irão dar...

Mas como achei a crónica de Ana Cristina Leonardo no "Ípsilon" de hoje, muito feliz - tem alguns enigmas mas é sobretudo rica em retratos do mundo e do país -, achei que a transcrição de um dos parágrafos era boa para fazer de conta que vou "encerrar" o assunto:

«Se apelidar alguém de gordo pode ser interpretado como discurso de ódio, se questionar a participação de mulheres trans em competições desportivas femininas pode ser (e geralmente é, que o diga J. K. Rowling…) visto como transfobia, se recusar a chamada linguagem inclusiva que multiplica casos e casinhos pode ser entendido como discriminatório, se optar por usar a palavra deficientes em vez da designação pessoas com deficiência pode ser lido como prova de insensibilidade, se contar uma piada passou a ser razoável apenas e só se a piada não ofender ninguém, se… se… se… Já aparecer nas televisões e nos jornais a afirmar mentirosamente (desmentido pelos serviços hospitalares e pela PSP) que os ciganos o queriam matar, ou a expressar ideias boçais que nem na taberna de Eco, como fez o deputado Pedro Pinto (Deputado! Por Toutatis!) — “Não podem querer que André Ventura vá para uma cama onde ao lado esteja, por exemplo, alguém de etnia cigana” — passou a ser admissível e, além de admissível, aceitável.
Repare-se, porém, no detalhe (e o Diabo, é sabido, está nos detalhes): Pedro Pinto, recorrendo, até ele, e apesar da boçalidade, ao politicamente correcto — um entendimento linguístico que nos conduziu à ideia de que é possível mexer na merda sem sujar as mãos… —, não diz ciganos, diz alguém de etnia cigana. É o progresso!»

As palavras de Ana Cristina não explicam, mas ajudam a compreender este mundo, o lugar para onde estamos a caminhar. 

E a sua referência final da crónica ao hospital do Algarve (com cronologia e tudo) é bastante elucidativa do papel dos "sabujos" neste "país do faz de conta" ao longo das últimas décadas. E lá está, talvez a soma do banal dois mais dois, ajude a compreender - com mais nitidez - a vitória do Chega no "reino dos algarves"...

(Fotografia de Luís Eme - Olho de Boi)


quinta-feira, maio 22, 2025

A cumplicidade socialista na partilha da escola pública e privada


A semana passada fui convidado para ir falar sobre leitura e livros a uma escola secundária, privada.

Achei tudo normal. Os professores (o convite partiu de uma amiga, professora de inglês), os alunos, os funcionários.

Só a partir de sexta feira é que comecei a pensar com alguma insistência na diferença que existe, entre um "colégio" e uma "escola secundária". Como os meus filhos já tem mais de vinte anos e sempre estudaram na escola pública (nas melhores de Almada, a António da Costa e a Emídio Navarro...), sem problemas de maior, nunca pensei seriamente na degradação do ensino (ao contrário da saúde, talvez por esta ser mais visível) na última década. E a pandemia não explica tudo...

Depois de domingo, ainda foi mais fácil associar as ideias, ir ao encontro de um país, que é cada vez menos para todos.

Não fui capaz de dissociar a derrota socialista de António Costa e Mário Centeno (Medina apenas seguiu o guião), que preferiram "encher os cofres" do Estado a investir dinheiro onde era necessário (educação, saúde e serviços públicos) e onde falta um pouco de tudo. Sei que estavam longe de pensar "sair a meio" e que os "cofres" que foram enchendo iriam servir para o PSD andar um ano em campanha eleitoral a dar a uma série de classes profissionais o que o PS se recusou dar. Isso ainda os deveria envergonhar mais (se tivessem vergonha, claro).

Lá estou eu a "desviar-me do assunto". 

Segundo as estatísticas, 25% das escolas secundárias  de Lisboa hoje já são privadas. E o número promete crescer. Isso só acontece porque as escolas públicas deixaram de ser as com mais qualidade e com mais segurança (a falta de funcionários é mais que evidente em algumas escolas...). E quem pode escolher, escolhe as melhores para os filhos...

É por isso que embora os socialistas se batam (teoricamente) pela Escola Pública e pelo SNS, com a falta de investimento, foram os primeiros a abrir caminho ao crescimento dos colégios e das clínicas privadas no nosso país.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, maio 21, 2025

O risco do insucesso aumenta sempre que um treinador começa a época a meio...


Ruben Amorim e Sérgio Conceição continuam a ser dois dos nossos melhores treinadores (para mim estão no pódio, juntamente com Jorge Jesus...), apesar de terem tido uma época para esquecer (pela primeira vez...), com demasiadas derrotas e classificações muito abaixo do nível dos clubes e deles próprios.

Ambos cometeram o mesmo erro: entraram a "meio da época" nos seus  actuais clubes para comandar atletas que foram escolhidos por outros técnicos...

Mas tanto Ruben como Sérgio, não podiam dizer não ao Manchester United ou ao Milão, dois dos melhores clubes do mundo.

Deve ter sido um ano de grande aprendizagem para ambos. Apesar do insucesso (a provável vitória do Manchester na Liga Europa não muda quase nada...), viveram situações novas, que os tornaram mais fortes e mais preparados para enfrentar o futuro, em qualquer campeonato, em qualquer país.

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


terça-feira, maio 20, 2025

A anormalidade destes tempos, que tentam ser a nova normalidade (com a cumplicidade das redes sociais e da própria televisão)


O ser humano é desconcertante. Sempre foi.

E não é um problema apenas deste canto da Europa, por muito que insistam nas patranhas do "filho que bateu na mãe" ou na tese romana "do povo que não se governa nem se deixa governar".

Como de costume as "modas" chegam sempre depois a Portugal. Neste caso ainda bem. A extrema-direita já influenciava a governação de países como a Holanda, Itália, França, Alemanha e até Espanha, e ainda se olhava para Ventura como uma espécie de "palhaço de serviço", mas que não perdia uma oportunidade de aparecer nas televisões e redes sociais...

E se as pessoas com dois dedos de testa já perceberam há algum tempo, que o mundo está de pernas para o ar (antes de as pessoas votarem "contra elas próprias" por cá, já Trump tinha sido eleito nos EUA - esta foi a segunda vez... - e Bolsonaro no Brasil), as outras, que só consomem as notícias que lhes são oferecidas pelas redes sociais, bem "mastigadas" e com objectivos claros, dançam ao sabor dos "populismos".

Tenho poucas dúvidas que vamos sempre pelo mais fácil, é por isso que cada vez pensamos menos pela nossa cabeça, sem nos apercebermos, somos "meras "marionetes". 

Isso também explica, por exemplo, que exista uma dualidade tão grande na forma como se olha para o que se passa em Gaza e na Ucrânia. É bem pior o que se passa em Gaza que na Ucrânia, mesmo assim Bibi é tratado com mais benevolência que Putin, pelo menos no Ocidente.

Voltando ao nosso país, num tempo normal, Montenegro nem sequer tinha sido candidato a primeiro-ministro. Tinha sido o seu próprio partido que o tinha substituído. Num tempo normal o Chega teria meia-dúzia de deputados, no máximo...

Mas que não existam quaisquer dúvidas, de que somos nós, os grandes culpados, pela anormalidade destes tempos que se vivem...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


segunda-feira, maio 19, 2025

Manias de grandeza no meio da pobreza...


Pode parecer estranho a pessoas normais, haver emigrantes que se acham "de primeira", ao ponto de serem tão - ou mais racistas - que os brancos de cabelo curto, que fingem ser "arianos", em relação a outros povos, que chegam ao nosso país vindos do Oriente.

Como cada vez vejo menos televisão. Não vi a senhora brasileira que falou ontem à noite para as câmaras, durante os festejos da "vitória" do Chega. Mas hoje li o que escreveu Vicente Nunes no "Público" que, entre outras coisas, explica o quanto a ignorância é atrevida:

«Mulher, negra e imigrante. A brasileira que fez questão de ir às comemorações do Chega, partido de extrema-direita que elegeu 58 deputados para a Assembleia da República, é o retrato claro de parcela dos imigrantes que estão em Portugal e defendem, equivocadamente, políticas restritivas para quem vêm de fora com o intuito de construir uma nova vida no país.
Em um tom acima do normal, olhando para as câmaras das tevês, ela ressalta que é trabalhadora, que paga seus impostos, como se os demais imigrantes fossem vagabundos e só estivessem em território luso para se aproveitarem de benesses governamentais, como prega o líder do partido radical, André Ventura.»

Pois é, parece que cada vez há mais gente que adora "dar tiros nos pés" e "lamber as botas" a quem os insulta e explora...

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)


domingo, maio 18, 2025

Um país cada vez mais faz de conta


Não me reconheço neste país... e ainda menos no distrito onde vivo há praticamente quatro décadas.

Faz-me muita confusão a transferência (cada vez mais evidente) de votos do PCP para o Chega, em praticamente todos os distritos do Alentejo e também em Setúbal.

Pois é, os extremos tocam-se mesmo...

Não vou emigrar, mas sinto-me pouco confortável neste país que privilegia, cada vez mais, a "chico-espertice", as "meias-verdades" e as "meias-mentiras", como tem acontecido com o primeiro-ministro eleito. Basta-me recordar as mentiras que foi capaz de dizer no debate televisivo com o líder do PS, sobre o SNS, de que havia mais médicos de família, mais consultas e mais urgências abertas no último ano que na legislatura anterior. Basta consultar os dados estatísticos oficiais, para lhe chamar mentiroso, com todas as letras.

Do partido que irá ter um número próximo dos 6o deputados, nem vale a pena falar. De certeza que além do aumento do ruído e do insulto no Parlamento, também irão multiplicar-se as suas habituais "ficções", desmentidas diariamente pelo jornalismo credível, que também é colocado em causa, por não seguir o seu "guião".

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)


sábado, maio 17, 2025

«A vida dá-nos coisas com uma mão e tira-nos outras com a outra»


Quem me lê já deve saber que escrevo directamente no computador todos os dias, ou seja nunca há "textos requentados".

É também por isso, que muitas vezes estou a pensar escrever sobre uma coisa e depois acabo por escrever sobre outra...

Ontem aconteceu isso mais uma vez... 


Era para falar sobre o desabafo de uma amiga sobre as aventuras de uma viagem, sonhada há muito tempo, marcada por demasiados percalços...

Embora tenha gostado, tudo teria sido bem melhor se encontrasse menos obstáculos pelo caminho. 

Sorrimos quando ela levantou o véu dos "mistérios da vida", com a frase, «A vida dá-nos coisas com uma mão e tira-nos com a outra.»

Com o seu sentido de humor muito peculiar acrescentou ainda: «Só não percebi ainda, o que é que todas estas peripécias têm que ver com Deus"...

Pois... eu também não.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, maio 16, 2025

A frase "felizes os que acreditam" e as habituais "faltas de comparência" de Deus...


A única pessoa com quem falo do tal Deus, que só quem tem fé, consegue abraçar e seguir, é o Chico (e claro, a minha Mãe...). Ele além de ser um excelente ser humano, é um homem de fé. Ainda bem para ele. Não duvido que é mais feliz que todos nós...

Normalmente não se fala destes temas nas mesas de café. Acho mesmo que ele é a única excepção no meu grupo de amigos, que aborda qualquer tema religioso, inclusive o espiritismo. Na nossa "Tertúlia do Bacalhau com Grão", quando ainda cá estavam os nossos queridos amigos Carlos Guilherme e Orlando, era um fartote de riso no nosso canto, e nem mesmo assim ele desistia, embora com humor nos chamasse "hereges" e dissesse, que quando fossemos "lá para cima", logo descobriríamos a verdade...

A tal verdade continua a ser um mistério. Mas o Chico por vezes diz que tanto o Orlando como o Carlos agora "já acreditam", já sabem como é o "mundo de lá". Raramente uso  do meu cepticismo para o contrariar, embora lhe recorde muitas vezes a realidade (cada vez mais cinzenta) e as "faltas de comparência" de Deus aqui e ali, para lhe fazer perceber que não é a "fé" que muda o mundo.  

Mesmo que não duvide da quase palavra de ordem religiosa: "felizes dos que acreditam"...

(Fotografia de Luís Eme - Monte de Caparica)


quinta-feira, maio 15, 2025

As pessoas que gostam que tenhamos medo delas...



O texto que escrevi aqui foi ainda "mais falado", no dia seguinte.

Porque houve alguém que disse que não são só os ciganos que gostam que tenhamos medo delas. Referiu-se depois às forças de autoridade, que segundo a sua opinião, 51 anos depois de Abril, ainda não perderem alguns dos tiques fascistas que as caracterizam.

Quando quisemos saber desses tiques, o Pedro voltou à adolescência, à única vez que levou uns empurrões e uns pontapés da polícia, sem que tivesse feito alguma coisa de errado, além de estar no Bairro Alto com amigos sentado à beira do passeio a beber umas cervejas. Nunca esqueceu esta mania do "bater antes e perguntar depois", que pelo que se lê e ouve, ainda se mantém activa, especialmente se tivermos a pele mais escura.

A questão que veio a seguir, foi se é necessário esta cultura do medo, se é preciso termos medo dos agentes de autoridade. Todos dissemos que não. Até porque medo, apesar de alguma confusão que anda na cabeça das pessoas, nunca foi sinónimo de respeito...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa) 


quarta-feira, maio 14, 2025

O medo, entre a "percepção" e a "realidade"...


As ruas da "percepção" e da "realidade", ficam quase sempre ao lado uma da outra.

Quase todos contribuímos para se faça alguma confusão entre as duas, especialmente os políticos do lado direito, que sentem saudades de um estado mais repressivo. E claro, as polícias, que têm sempre alguma dificuldade em fazer cumprir a lei nos regimes democráticos, onde não se pode, nem deve, "bater" apenas porque sim.

Falámos disso ontem. A conversa foi alimentada por alguns de nós sentirmos que o "medo", continua a crescer, quase todos os dias, à nossa volta. 

As guerras que matam gentes de todas as idades, diariamente, devem ter alguma influência, mesmo que nós não nos apercebamos bem destas "percepções" (todos achámos que sim).

O curioso foi na viagem de regresso a casa, de metro, ter reparado em três indivíduos orientais, que entraram na Alameda, com mochilas grandes (deviam ter chegado há pouco tempo...), além de falarem as suas línguas estranhas, olharem para quem os rodeava, com desconfiança. Eu sei que é difícil olhar de outra forma, para um mundo que nos trata como cidadãos de segunda ou terceira, que nos gosta de apontar o dedo, mas...

Aquela reacção fez com que recordasse uma boa parte dos ciganos que fui conhecendo ao longo da minha vida. Eles tinham como sua principal defesa, fazerem-nos sentir medo, pensarmos que eles eram capazes de fazer as coisas horríveis que nos ameaçavam, aqui e ali.

Pois é, temos quase sempre "medo" do que é diferente de nós. E quanto mais "fechados" e "nacionalistas" formos, pior...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, maio 13, 2025

E esta? Os políticos a fingirem querer ser apenas "gente normal"...


Nunca pensei que chegaríamos a um tempo em que os políticos, iriam passar a campanha eleitoral a "fingir" que eram pessoas "normais", preferindo passear-se pelos programas da manhã e da tarde, de entretenimento, que têm como espectadores privilegiados, os pensionistas (que também têm sido "disputados" nos discursos, quer pela AD quer pelo PS...), aos debates ou entrevistas políticas mais sérias, com jornalistas chatos e incómodos.

O giro da coisa, foi tudo ter começado com o actor Luís "Monteverde", que tem andado o tempo todo a fugir da sua empresa que tem um nome quase espacial. Só não estava à espera que ele fosse "copiado" por todos os outros cabeças de lista, da esquerda à direita, que nem aos programas de humor, dizem não.

Não sei o que diriam líderes como Francisco Sá Carneiro, Mário Soares ou Álvaro Cunhal, destes novos tempos e destes políticos, mais de entreter, que de falar de coisas sérias...

Talvez não dissessem, mas pensassem o óbvio: "são muito fraquinhos."

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, maio 12, 2025

Talvez todos sejamos assim. Talvez...


Há pessoas que demoram anos a fazerem-nos perguntas. 

Claro que isso acontece porque normalmente não são questões importantes. Algumas vezes são coisas, que se não forem logo esclarecidas, acaba por se ficar com a sensação de que se perdeu a oportunidade "de ir até ao fim da estrada".

Mas neste caso em particular, nem era isso. Era uma daquelas perguntas que podia ser feita em qualquer hora, em qualquer momento.

O normal nos humanos, é olharmos para o mundo à nossa maneira, sem sequer nos darmos ao trabalho de nos colocarmos no "lugar do outro". Pensamos que o nosso "normal" é o "normal" dos outros.

Por outro lado, não nos encontramos como noutros tempos, uns com os outros nos cafés (há demasiadas "faltas de comparência"...).

E também se fala cada vez menos de livros e de escritaria, sem que eu saiba muito bem porquê (sei sim, mesmo os que gostamos de ler, estamos a ler menos...).

A pergunta afinal eram duas, e a culpa era dos escritores que passavam o tempo a dizer que "escrevemos para nós" e de outros que ainda iam mais longe e diziam que "escreviam sempre o mesmo livro" (havia aqui um rasto das entrevistas de Lobo Antunes...).

Disse sim à primeira questão. Sim, escrevemos sobretudo para nós. Acrescentei, que até as coisas banais que escrevo nos blogues, são escritas "para mim" (mesmo que não se deva levar demasiado à letra esta "pessoalização", porque não vivemos numa ilha...). Este "escrever para nós", deve ser entendido desta forma por se tratar de uma necessidade pessoal, do preenchimento de um espaço vazio que existe no nosso interior e não com essa coisa estranha que chamamos de "egocentrismo".

Não concordei com a história de se escrever sempre o mesmo livro, embora perceba que se trata mais uma vez de uma "imagem" que se tenta dar, para não aprofundarem algumas temáticas. Mas é uma "imagem" que não deve ser seguida à letra... 

Cada livro é um caso. Ponto final.

Claro que falámos de mais coisas. Até da poesia, que ainda abre mais as portas a todo o tipo de justificações, conjecturas e invenções...

O mais curioso, foi sentir que tinha algumas saudades de falar das coisas, que raramente se dizem e se contam. 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, maio 11, 2025

As greves pouco inteligentes da CP


Mesmo sendo de esquerda, no historial dos movimentos grevistas portuguesas, sempre me fez confusão a forma como eram (e são...) organizadas as paralizações, por parte dos sindicatos ferroviários.

São sempre greves que prejudicam praticamente só os utentes deste transporte, e deve ser por isso que muitas das reivindicações não são atendidas pelas administrações (desta vez até foram aproveitadas pelos "populistas" da AD, para lhes apontarem o dedo e prometer "mudanças"...).

Praticamente desde Abril, que não se vê uma única medida defendida pelos sindicatos que procure corresponder aos anseios das populações, melhorando a sua oferta, ao ponto dos sindicalistas se preocuparem cada vez menos em cumprir os serviços mínimos (como se viu nos últimos dias).

É por isso que se perguntarmos a alguém que utilize diariamente as linhas de Sintra, Azambuja ou de Cascais, se concorda com estas greves, recebemos quase sempre um não bem redondo e coisas bem piores que "eles não querem trabalhar e não respeitam quem trabalha".

Apesar das críticas que se ouvem aqui e ali ao Pedro Nuno, o único sinal de esperança que se sentiu, naquele que continuo a considerar "o melhor transporte do mundo", foi quando ele teve a tutela da ferrovia como ministro...

No regresso do Norte da "aventura de quatro dias" por Trás-os-Montes e o Minho, os meus companheiros deixaram-me em Santarém, para apanhar o regional para o Oriente. O comboio vinha lotado e cheio de jovens, com ar de estudantes universitários. Ou seja, apesar deste transporte continuar a ser tão maltratado (o "inter-cidades" que devia ter passado meia-hora antes do regional em Santarém, só nos passou quase a meio da viagem, obrigando-nos à ficar à sua espera em Setil...), continua a ter clientes...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, maio 10, 2025

Como se ganha uma manhã, um dia...


Foi bom acordar cheio de ideias sobre um livro que anda mais que na minha cabeça. Sim, ele tem de ser realidade, no final do Verão, terá de estar pronto para ganhar asas e voar por aí...

Foi por isso que a primeira coisa que fiz, na companhia do café e da torrada, foi sentar-me e registar num documento do PC as ideias que quase que se "atropelavam", com a boa sensação de estar a recuperar o "tempo perdido".

Foi uma manhã ganha. Aliás, um dia ganho. E ainda agora começou...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sexta-feira, maio 09, 2025

"Diferentes de Todas as Outras"


Não fui à inauguração, no fim da tarde de quinta feira. E fiz bem.

Foi muito melhor visitar o Convento dos Capuchos na sexta feira de manhã e ter todo aquele espaço só para mim (pode parecer egoísta, mas adoro visitar exposições das quais ou o único visitante...) e ver se esta mostra de arte era mesmo: "Diferentes de Todas as Outras" (o título estranha-se mas depois "entranha-se").


Embora esperasse uma exposição maior, com mais obras, gostei sobretudo da homenagem que é feita ao grande Manuel Cargaleiro (o principal responsável pelas exposições de artes plásticas que se realizaram no Convento dos Capuchos entre 1955 e 1961), que por questões políticas, não teve o tratamento que merecia em Almada, nos tempos da governação da CDU (isso explica que não exista um único espaço museológico no Concelho onde sempre viveu e sim no Seixal e em Castelo Branco...).

(Fotografias de Luís Eme - Monte de Caparica)


quinta-feira, maio 08, 2025

Quase toda a vida dentro de uma mala...


Há pessoas que nos habituamos a cumprimentar, diariamente, apenas porque nos cruzamos quase todos os dias nos nossos bairros. Não sabemos nada delas, nem temos grande curiosidade em saber mais coisas...

Era o que acontecia com o homem que costumava estar à janela a fumar, com quem compartilhava o vulgar bom dia e boa tarde, sem qualquer sinal de fardo.

Um dia vi os bombeiros à volta da casa... E claro, na mercearia do bairro vim a saber que o senhor era um "acumulador" e que fora levado para um lugar qualquer, enquanto despejavam e limpavam a sua habitação. Depois fizeram obras e hoje tem novos inquilinos...

Meses depois vi-o, na paragem do metro, cumprimentámo-nos, como de costume, apenas com um boa tarde. Estava mais magro e vestia de negro. Fiquei a pensar que podia ter trocado duas ou três palavras com ele, mas. Pois, há sempre um mas...

Há uns tempos comecei a ver um homem, que anda sempre com boné e barba crescida, com bengala e uma mala de viagem, sentado em bancos públicos ou nos da estação do metro da Gil Vicente, onde pernoitava. Não o achei familiar (está ainda mais magro e a barba crescida também o transfigura...).

Foi a minha companheira que me disse quem era o senhor. A princípio não acreditei, mas uma amiga comum, que trabalha numa pastelaria, oferece-lhe diariamente o pequeno-almoço. Hoje olhei-o com mais atenção, e sim, é ele...

As nossas vidas estão longe de serem lineares. Por isto ou por aquilo, há quem escolha "não ter família", apagando todos os laços que existem. É possível que não ande assim tão longe da realidade deste homem, que agora, guarda quase toda a vida dentro de uma mala, que nunca larga...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quarta-feira, maio 07, 2025

A arte de Nadir Afonso nos museus (em Chaves e Boticas)


Em Chaves, ao contrário dos quatro companheiros ciclistas, tive tempo suficiente para visitar a cidade.

Como gosto de museus, assim que cheguei à cidade, estacionei o carro rente ao espaço artístico dedicado à arte de Nadir Afonso. Uma chuvada imprevista e forte fez com que mudasse de ideias e voltasse à estrada, preocupado com os aventureiros de duas rodas.

Mas eles, como de costume, estão habituados a todos os tipos de intempéries e limitei-me a segui-los de perto, até Chaves.

Depois do almoço bebemos uma água das Caldas de Chaves e despedimo-nos, rente à Ponte Romana de Trajano. 

E além de deambular pelas ruas estreitas e agradáveis do cenro histórico, visitei o castelo e a sua torre de menagem, transformada num pequeno museu militar. Depois voltei ao Museu de Nadir Afonso.

Claro que me limitei a ficar à entrada (a senhora da recepção, simpática, disse que poderia ver as vistas dali e até ir à biblioteca). O preço de entrada era cinco euros. Achei-o proibitivo para uma cidade como Chaves e para um espaço que era apenas dedicado à obra de um pintor e arquitecto.


Felizmente, fiz um desvio para Boticas e encontrei outro espaço cultural e artistico de Nadir Afonso. As entradas eram gratuitas e estava ali o essencial da obra do pintor. Por curiosidade perguntei que relação existia entre Nadir e Boticas, disseram-me que a sua Mãe nascera lá...

(Fotografias de Luís Eme - Chaves e Boticas)


terça-feira, maio 06, 2025

Onde começa e acaba a acção do homem...


Uma das coisas em que pensei, quando visitei durante o fim de semana prolongado deste começo de Maio o santuário da Nossa Senhora da Lapa, na Freguesia de Soutelo (Vieira do Minho), foi onde começava e acabava a acção do homem em toda aquela edificação natural.


Senti isso, sobretudo no alto do Monte da Penamourinha, rodeado de todas aquelas pedras gigantes, que só poderiam ter sido deslocadas por "guliveres"...

Curiosamente, ou não, havia ali bastante harmonia.

Mas o que não nos faltam são lugares paradisíacos, onde parece estar tudo no sítio mas, infelizmente, a acção do homem, mais tarde ou mais cedo, acaba sempre por se notar, e da pior maneira...

(Fotografias de Luís Eme - Minho)


segunda-feira, maio 05, 2025

Braga: Capital Portuguesa da Cultura


Andámos por Braga no dia 3 de Maio e descobrimos a cidade como Capital Portuguesa da Cultura.

Ficámos próximos do Campo da Vinha, o que nos facilitou as coisas, pois foi possível ver uma ou outra exposição e até assistir ao final de um concerto (a música chamou-nos a atenção...), sem estarmos à espera.

Encontrei muita juventude e também alguma ignorância, entre os voluntários que ali estavam a trabalhar. Quando falei da Ana Vieira, que tinha em exposição no edifício da Gnration (os seus "Cadernos de Montagem"), não faziam ideia de quem era a senhora...

Só me resta desejar que os bracarenses aceitem o desafio lançado pela organização e alinhem nas culturas oferecidas. O quase slogan é desafiante: "Abre a tua porta e vem para a rua."

(Fotografia de Luís Eme - Braga)


domingo, maio 04, 2025

Começar Maio entre Trás-os-Montes e o Minho


Andei por estes primeiros dias de Maio, por Trás-os-Montes e Minho, a conduzir o "carro de apoio" de uma grupo de amigos que gostam de desporto, aventura e descoberta.

A propósito do que já escrevera no Primeiro de Maio, estava longe de pensar que a Estrada Nacional 103 estava em obras (Concelho de Bragança) e que havia operários a trabalhar neste dia especial, cada vez mais desvalorizado por quem olha para as pessoas apenas como "números" e fonte de enriquecimento...



Como se costuma dizer, "não há bela sem senão"... 

Mas foi muito bom estar quatro dias "fora do mundo", sem saber do país, para além do que ia encontrando nesta viagem entre Bragança e Viana de Castelo, com excelentes companheiros de jornada.

(Fotografia de Luís Eme - Trás-os-Montes) 


sexta-feira, maio 02, 2025

Sei que não tenho lido tanto quanto devia...


Fotografias como esta são inspiradoras, porque ando a ler menos do que devia.

Têm existido desvios que me têm roubado a serenidade necessária, para sentir que tenho "todo o tempo do mundo" para mim.

Isso reflecte-se sempre no ler e no escrever...

(Fotografia de Luís Eme - Fonte da Pipa)


quinta-feira, maio 01, 2025

O Primeiro de Maio continua a ser demasiado bonito e sentido


Faz-me confusão, que até o Dia do Trabalhador, tenha sido banalizado, especialmente pelos adeptos do consumismo.

Sei que essa tem sido a luta dos patrões, pelo menos desde Abril, desviar quem trabalha de rumos que se podem tornar perigosos, ao ponto de os puder levar de regresso à defesa os seus direitos laborais de um rumo.

Pois... parece que o conseguiram, mesmo que o Primeiro de Maio seja demasiado bonito e sentido, para ser trocado "por um prato de lentilhas"...

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)