Claro que este efeito surpresa não ganha vida na pequena cidade onde crescemos e tudo nos parece igual. Normalmente, isso acontece sobretudo nas urbes de dimensões razoáveis.
Achei curioso a Rita falar-me do Porto, quase como se a Invicta fosse uma aldeia. Eu sei que o normal é todas as cidades portuguesas parecerem pequenas, quando são colocadas ao lado da Capital.
Isso não acontece apenas pela dimensão de Lisboa, há também o seu peso histórico e social, mas sobretudo um certo bairrismo, que consegue oferecer arquitecturas, cores, cheiros e olhares diferentes, quando subimos e descemos as mais de sete colinas lisboetas.
Quase todas as vezes que passeio por Lisboa, descubro uma coisa nova. Acho que é por isso que gosto tanto de entrar nos bairros e ruelas menos centrais. Sei sempre que vou ficar surpreendido...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
O José Gomes Ferreira que nasceu no Porto, e muito a propósito na Rua das Musas, corria o ano de 1900, detestava o cinzentismo da cidade, como se nunca fizesse a barba.
ResponderEliminarQuando trabalhava tínhamos escritório no Porto e amiúde deslocava-se à cidade e apreciava aquele quotidiano. Há dias, por mor de um concerto dos «Galexico» na Casa da Música, comboiou até lá e aquilo já não tem quase nada a ver com a cidade de outros tempos. Está muito diferente. Ele também. É assim que vamos morrendo.
O Porto tem uma coisa diferente de Lisboa, Sammy. Parece (e está...) que está tudo mais próximo de nós, até a outra margem do Rio, é logo ali...
EliminarFátima perdeu o encanto de quase aldeia onde todos se conheciam e se encontravam no mesmo café.
ResponderEliminarAdquiriu da cidade a construção em altura, a diversidade da oferta com a consequente dispersão de amigos à volta da mesa do café .
Apesar de tudo vivo numa zona onde o minimercado é um ponto de encontro.
Ontem, em conversa com o meu filho, falámos da Rua do Benformoso, falada agora pelas piores razões e que ele lamenta por ser uma bela rua.
Eu não sabia que era paralela à Almirante Reis e à Rua da Palma.
Conheço a Rua da Palma desde criança, era aí que terminava o percurso da camionete que me trazia da aldeia para passar uns dias em casa de um tio paterno.
Nessa altura ainda não sabia que havia uma Mouraria.
Desta vez alonguei-me, desculpa!
Abraço
Alonga-te, sempre que te apetecer, Rosa. :)
Eliminar"Lisboa é um mundo", resume quase tudo o que penso da Capital.
Mas também está em "desfiguração". Esta coisa de empurrar os moradores tradicionais para a periferia, tem custos...
Quem como eu, passa os olhos por muitos jornais antigos, sabe que a Lisboa dos anos oitenta e noventa do século passado era mais perigosa que a de hoje, porque havia mais espaços degradados, muitos deles transformados quase em "guetos", onde era perigoso circular à noite.
A venda de droga e de "corpos", fazia-se na rua, em lugares conhecidos de todos...
Apesar de tudo, Lisboa é sempre bonita.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um abraço.
Pois é, Graça.
EliminarAgora até parece bonita demais, com o objectivo de agradar a quem chega de fora, com dinheiro para gastar...