quinta-feira, agosto 23, 2018

Não. Não há Contradição...


Recebi um e-mail amigo, de alguém que não comenta em blogues, mas que resolveu fazer-me uma chamada de atenção pela minha aparente contradição, nos dois últimos textos que escrevi.

Disse-lhe que lhe respondia no "Largo".

E não, não há qualquer contradição.

O Eduardo nunca andou à procura de um segundo que fosse de fama. Aliás, quando alguém lhe falou de contar as suas histórias na televisão, sorriu e disse logo que não. Desculpou-se depois que os seus oitenta e alguns anos de vida, faziam com que baralhasse um pouco os países por onde andou e as histórias que viveu. Nem ele próprio sabia onde começava a ficção e acabava a realidade. E foi ainda mais longe, disse que às vezes contavam-lhe episódios da sua vida, que não se lembrava de os ter vivido...

Claro que o Eduardo continua a gostar de brincar, e é bastante salutar que ele mantenha o seu sentido de humor.

Aquilo que ele sabe, é que nunca irá entrar no jogo das pessoas que fazem fila para participar nos programas da manhã e da tarde, cheias de vontade de aparecer e de distorcer a realidade à sua vontade...

Lembrei-me também que há algumas pessoas estranhas (muito poucas, eu sei...) que nunca tiveram televisão, muito menos telemóvel, computador ou internet...

Cada vez me convenço mais que uma das melhores coisas que nos podem acontecer, é não nos levarmos demasiado a sério...

(Fotografia de Luís Eme)

2 comentários:

  1. Luís, o Eduardo não é exemplo de nada, nem para ninguém. Sempre viveu na margem disto tudo. E ainda bem.
    Desde puto que sempre ouvi chamarem-lhe "Eduardo Maluco". E quando desaparecia por mais de uma temporada diziam que estava no Miguel Bombarda (onde nunca esteve...).
    Como ele gostava de enviar postais, chegavam alguns ao bairro com notícias da Singapura, Sri Lanka, Samatra e outros lugares que só descobriamos os lugares, consultando o mapa-mundo. O meu tio Alberto como guardava tudo, tinha uma bela colecção de postais dele, enviados de todos os continentes.
    Ele não tinha televisão mas via (e vê) o que se passava (e passa) no mundo do café.

    Adriano

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    1. (Devias comentar mais vezes, Adriano. Dizes sempre coisas interessantes).

      abraço

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