domingo, setembro 03, 2017

A Ficção está Sempre Colada à Realidade...


(pequeno diálogo de um conto que escrevi, inspirado numa história real)

Dois amigos discutem por causa de um caso quase bizarro. Um terceiro amigo tinha encontrado a namorada dentro de um carro a fazer sexo com um colega de trabalho. Pacífico por natureza limitou-se a ligar a lanterna do telemóvel e a apontar-lhes a luz para os olhos, a querer dizer-lhes «estou aqui a ver o espectáculo, não foi ninguém me contou». 
O mais grave da coisa é que era um daqueles namoros que apostavam no casamento, já com casa escolhida, etc.

O mais irritado dos amigos disse: 

- Há coisas que eu sei. Nunca fui nem irei para a cama com a mulher de um amigo. Se ela me aparecesse à frente, nua e num posse convidativa, virava-lhe as costas.

O mais brincalhão quis retirar algum dramatismo à conversa e acrescentou:

- Estás a dizer isso porque sabes que nenhuma namorada ou mulher de um amigo teu vai querer ir para a cama contigo.

(Escolhi este óleo de Pablo Santibanez Servat, porque foi publicado com o texto «Não tens frio?», que continua a ser a "posta" com mais visualizações  - milhares, o que a nudez faz... - de sempre do "Largo")

8 comentários:

  1. Luís, qualquer que seja o caminho a seguir dali para a frente, é sempre má ideia acusar a presença no momento do flagrante. É que em vez de se ganhar trunfos para si, está-se a desperdiçá-los para o outro lado. Preferível segurar-se, a não ser que seja uma força de segurança e esteja a fazer o seu trabalho.

    Nenhum desses homens pôs o dedo na ferida. Quem estava a errar perante o terceiro era a mulher, pois, era com ela que esse outro tinha um relacionamento.

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    1. Mas o que aconteceu na realidade, Isabel, foi um imprevisto.

      Foi o namorado passar à hora errada no lugar errado, e perante uma situação destas nunca se sabe como se reage. provavelmente gente mais violenta não deixaria o carro em bom estado, nem o casal, se lhe fosse possível...

      Não vejo necessidade de apontar dedos. Todos sabemos que é a mulher que erra, como seria o homem, num caso inverso...

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    2. Luís, o meu apontar de dedo veio na sequência do relato que contaste. Também entendo que a nossa atitude não deve ser asséptica quando temos opinião definida. Tomar partido também nos humaniza se tal não tiver como fito crucificar.

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    3. Eu pretendi pegar na história de outro ângulo, Isabel.

      Pretendi saber o que fazemos ou não com as namoradas ou mulheres dos amigos. Somos diferentes uns dos outros, por isso faremos sempre coisas também diferentes...

      E claro que sim, devemos ter opinião. Só te quis explicar que que o aconteceu foi completamente inesperado, ele não sabia ao que ia, nem sequer costumava passar por ali...

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    4. Para mim, os namorados ou homens das minhas amigas, caso as tenha/tivesse, não têm um tratamento diferente sob esse ponto de vista. Quero dizer o seguinte: se tenho alguém, não vou buscar outro sem que resolva, independentemente do que está do outro lado; se não tenho ninguém e alguém que não está só se interessa por mim e faz parte das amizades, é desse lado que tem para resolver. Quero com isto ainda dizer o seguinte: o facto de o outro lado não ter que ver com círculo de amizades, não é facilitador da quebra da exclusividade. Eu sou defensora da exclusividade. Não sei se expliquei bem o meu ponto de vista.

      Também tinha entendido que foi inesperado o que sucedeu, daí o meu apelo ao sangue frio. Normalmente para mim não é difícil porque não tenho por hábito ter reacções efusivas a quente.

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    5. Claro que explicaste, Isabel. :)

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  2. Um caso complicado. Por muito zen que tenha sido a atitude do namorado, uma traição deixa sempre mossa.
    Espero que tenha tido um dia feliz.
    Abraço

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    1. Normalmente não temos "sangue de barata", Elvira, e reagimos. A traição é das coisas que mais nos perturba e marca (neste caso particular, o rapaz em questão nunca casou...), nunca mais conseguiu confiar em mulheres...

      (foi um dia feliz e calmo, Elvira)

      Abraço

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