segunda-feira, julho 03, 2017

Quase o Melhor Prédio do Mundo...


Quatro casas alugadas depois, sente que conseguiu o equilíbrio necessário entre um bom espaço físico e uma paisagem humana secundária, cumpridora da frase feita, "vive e deixa viver".

Quando lhe dizem que mora no "prédio dos velhinhos", sorri, mas o que lhe apetece dizer é que mora quase no melhor edifício do mundo.

Lembra-se vagamente de cães a ladrarem, de criancinhas a chorarem, mas sobretudo da gente bruta que entrava no prédio depois da uma da manhã quase aos gritos, e que quando entravam em casa, não dispensavam o bater com a porta, como se o eco desta fosse um "despertador" para a vizinhança.

Uma vez chamou a atenção ao casal de trintões que morava à sua frente. Responderam-lhe com maus modos e olharam-no de alto a baixo com olhares quase assassinos, oferecendo-lhe outra frase batida, "quem está mal muda-se". E ele assim que pôde, mudou-se mesmo. 

É por isso que em apenas dois anos já vai na quarta casa (bateu o recorde de permanência nesta última, sete meses), mas tudo indica que é para continuar, até por gostar das vistas, do bocadinho de Tejo que consegue ver se se colocar em cima de um escadote na janela da sala.  

(Fotografia de Luís Eme)

6 comentários:

  1. Luís, lembrei-me de um episódio antigo que para mim não tem a ver com o respeito, mas com a picuinhice. Uma vez um vizinho mencionou que o filho, jovem, se queixava dos meus saltos altos a descer uma escada de madeira interior e fez menção se podia deixar de o fazer. Disse-lhe que isso acontecia uma vez por dia, raramente antes das oito da manhã e que não o fazia a correr, pelo que não iria alterar, pois, de resto ando em casa de chinelos ou com calçado que não provoca ruído.

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    1. (então eras tu a vizinha do "sapateado", a companheira do "Fred Astaire"):))

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  2. Não se podem escolher os vizinhos.
    Gosto da foto.
    Abraço

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    1. Com este comentário, Elvira, lembrei-me que há tanta coisa que não escolhemos...

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