terça-feira, agosto 25, 2015

O Abandono das Pessoas de Norte a Sul


Podia contar mais de cem episódios que se passaram nos últimos quatro anos com a governação desta gente, sem um pingo de vergonha na cara, que usou a mentira e o engano com a sua "arma" diária (e continua a usar...). 

Mas prefiro falar da forma como trataram as pessoas, especialmente as que vivem no interior.

Começaram por alterar o mapa das freguesias do país, com a história de que se iriam poupar milhões (algo que nunca foi nem será comprovado...), com o fim de centenas de sedes de freguesias, urbanas e rurais.

Se nós nas cidades nos queixamos da falta de limpeza das ruas, do crescimento das ervas nos passeios, jardins e terrenos baldios, do fim de programas de apoio para a terceira idade, da falta de resposta a propostas de parceria para as áreas da cultura, educação e desporto etc, o que dirão as pessoas do interior, das vilas e aldeias mais remotas deste país?

Como se não bastasse a perda de importância do poder autárquico local, ainda lhes foram retirados centros de saúde, repartições de finanças, tribunais, escolas. Que por sua vez provocaram o fecho de lojas de comércio, cafés e outros serviços. Ou seja, há pessoas que em apenas meses viram o tempo recuar mais de quarenta anos, voltaram ao tempo da ditadura, em que viviam entregues a elas próprias.

Numa altura em que praticamente deixou de existir jornalismo de investigação no nosso país, falta fazer um retrato sério do que aconteceu ao nosso país, analisar o que se perdeu em apenas quatro anos de governação desta coligação, que em alguns casos praticou mesmo actos criminosos. Falta saber entre outras coisas, quantas pessoas morreram em casa, por falta de assistência médica, por viverem a mais de cem quilómetros de um hospital, que por sua vez também se viu limitado na sua oferta, com dezenas de serviços fechados por falta de médicos especialistas e enfermeiros...

É por isso que pergunto: o que é que esta gente que vive no Interior tem na cabeça, para voltar a votar em quem lhes fez tão mal?

O óleo é de Robert McGregor.

11 comentários:

  1. Já viram a SELFIE com o camelo?

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  2. Isto na política é como no futebol: as pessoas votam no clube do coração e não querem saber de mais nada

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    1. Em alguns casos sim, "Inconfessável".

      Noutros é quase medo. Só não sei de que fantasmas (será que ainda acreditam que os comunistas comem criancinhas?).

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  3. Não dá para entender!!

    (Como sempre, a escolha da tela é belíssima.)
    Beijinho

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  4. Vivendo eu no interior (Bragança) e conhecendo esta realidade... direi, naturalmente: boa reflexão, que põe o dedo na ferida (dando o devido desconto... caso tenha mesmo "acordado maldisposto"). Só que o país está todo inclinado para o litoral. O interior está mesmo a ficar desertificado, o que quer dizer que o peso eleitoral é pouco significativo e dou um exemplo real e concreto: Os círculos eleitorais de Bragança, Guarda, Portalegre, Évora e Beja têm, juntos, 682.653 eleitores e colocam na AR 15 deputados. Só o de Setúbal tem 725.783 eleitores e coloca 18 deputados na AR. Talvez o problema principal seja, não a falta de esclarecimento no interior, mas o elevado número de deputados na AR e acho que é por aí que se deve ir - criar um movimento sério e forte que leve à redução desse número, que seria muito bem aceite pelos portugueses, já que os sacrifícios não devem ser exigidos sempre aos mesmo do costume -. Gostei do artigo e daqui envio um abraço amigo.

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    1. Claro que há um grande défice de esclarecimento, Jorge Nuno.

      E é também no interior que a política entra na missa...

      Mas é um fado triste, muito triste.

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  5. Realmente "o coração tem razões que a razão não compreende..." Gostei muito do texto, da análise.

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  6. Isso é uma coisa que sempre me fez confusão.Muito embora todos saibamos que as sondagens podem (e são) manipuladas.
    Um abraço

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    1. Pois são, Elvira.

      E não é por acaso que 90% dos comentadores das televisões são de direita. isto está mesmo tudo ligado.

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