sábado, agosto 22, 2015

Justiça Portuguesa de Hoje Quase Igual há de Antes de Abril


Se há um sector da sociedade onde a democracia praticamente nunca conseguiu entrar, é a justiça.

Há claramente uma justiça para o comum dos cidadãos e outra para os poderosos, que normalmente se limitam a ser arguidos e a pagar fianças, mesmo que estas sejam milionárias, quando culpados. Os melhores exemplos são os últimos casos em que foram delapidados milhões ao estado (BPN, Submarinos e BES) e só um dos envolvidos num dos casos foi preso, ou seja, foi a excepção que confirma a regra.

E quando entramos nos labirintos da política descobrimos ainda a existência de outra dualidade de critérios: há uma  justiça para a esquerda e outra para a direita. 

Não foi por acaso que no primeiro grande escândalo de pedofilia, despoletado no interior da "Casa Pia", as únicas figuras dos meios políticos que foram "empurradas" para a praça pública faziam parte do PS (nem o Presidente da República de então escapou à onda de boatos...), ao mesmo tempo que eram omitidos os nomes de figuras ligadas ao PSD e ao CDS.  E não estamos a falar apenas da famosa "Catherine Deneuve", frequentadora habitual do Parque Eduardo VII...

A prisão de José Sócrates (que pode muito bem ser culpado...) é o maior exemplo desta dualidade de critérios, desde a forma mediática como foi feito prisioneiro no aeroporto a todos os passos seguintes, especialmente por ainda ninguém saber ao certo (excepto os juízes e investigadores envolvidos em todo o processo) qual o crime que cometeu.

E voltando um pouco atrás, será que os "ladrões" que usaram o BPN e o BES para enganar e roubar milhões de portugueses, inclusive o Estado (que somos todos nós e tivemos de "tapar" o buraco financeiro criado por estes bandidos), são menos criminosos que o antigo primeiro-ministro? 

Da única coisa que não temos dúvidas é que devem andar por aí a sorrir e no mínimo a pensar que estão acima das leis deste país...

Olhando para todo o historial de crimes económicos e financeiros, até se fica com a sensação de que a justiça é ainda mais injusta que a de antes de Abril, em que se prendiam pessoas sem culpa formada...

O óleo é de Francis Boleau Cadell.

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