quarta-feira, maio 21, 2014

Somos Mais Portugueses que Europeus


Nunca ligámos muito às eleições europeias e agora ainda ligamos menos, especialmente depois do que nos têm feito nos últimos três anos. Ainda por cima com a cumplicidade de um senhor que é português, apenas porque isso está escrito no cartão de cidadão. Se amanhã lhe arranjarem um "gancho" na China, ele não se importa nada de andar com os olhos em bico...

Mas é confrangedor ver que nesta campanha os candidatos ao parlamento europeu falam de tudo menos da Europa...

Às vezes ponho-me a pensar como seria o nosso país, se não tivéssemos entrado na União Europeia. Seria, sem qualquer dúvida, mais pobre e menos moderno.

Provavelmente ainda havia muita gente a viver da agricultura. Continuava a ser uma tragédia chegar a Trás-os-Montes, às Beiras ou ao Alentejo mais profundo e não encontrávamos tantos mercedes, bmw's, audis e afins nas estradas portuguesas, E também não tínhamos tantos licenciados...

Apesar de termos crescido muito nos últimos trinta anos, estou cada vez mais convencido que a nossa entrada nesta "europa" foi um logro. Na altura queriam que nos modernizássemos e nos aproximássemos dos países mais ricos, ao mesmo tempo que nos "obrigavam" a reduzir a nossa produção agrícola e a pesca. 

O mais curioso é hoje podermos voltar a ser "pobres" na Europa, sem dramas, já que os seus "donos", não só apoiam as medidas assentes em salários baixos e precariedade no trabalho, como as impõem. Até podemos voltar a ter as nossas hortitas, tão ao gosto do Salazar...

O óleo é de José Gonzalez Collado.

6 comentários:

  1. Nisto dou a mão à palmatória...o PC bem avisou!

    Abraço

    ResponderEliminar
  2. é uma tragédia, Rosa.

    e esta gente das europas espalha por aí que não há mais mundo, para lá das suas teorias arrazadoras da democracia.

    ResponderEliminar
  3. Há quanto tempo não lhe digo que escolhe muito bem as telas? Esta é linda!!!

    Mas olhe que se não temos entrado na UE estaríamos bem mais atrasados do que já somos/estamos...

    ResponderEliminar
  4. Quando eu era menina, numa das quintas da Seca, o caseiro tinha vários cães. Uns eram grandes, nunca entendi muito de raças, mas tinham o pelo muito encaracolado. Lembrava a lã das ovelhas. Dois castanhos, e um preto que era o que eu gostava mais e se chamava Zulu. E havia dois rafeiros pequenos. Conviviam pela quinta sem problema, excepto na hora da refeição, que lhes era servida numa grande gamela comum. Os três grandes mal os rafeiros se aproximavam rosnavam e arreganhavam os dentes e os pobres coitados ficavam a olhar. Depois que enchiam a barriga, iam-se deitar e os dois rafeiros iam então comer o que restava na gamela.
    Acredite que me lembro muita vez dessa cena e muitas vezes a associo à Europa e à nossa posição nela.
    Um abraço e bom Domingo.

    ResponderEliminar
  5. eu sei, mas se calhar menos deprimidos e com mais trabalho, Graça.

    ResponderEliminar
  6. bela imagem, Elvira.

    mas pensávamos que "cresciamos" e deixávamos de ser "rafeiros"...

    ResponderEliminar