domingo, maio 11, 2014

Cultura de Primeira e de Segunda (ou a que assusta e a que faz sorrir...)


Sei que é perigoso dizer não de uma forma taxativa, porque existem sempre várias circunstâncias que nos podem fazer mudar de ideias.

Mas pelo menos estou certo que irei viver um período de algum recolhimento nos tempos mais próximos. Não tanto por mim, mas em solidariedade com todos os criadores nacionais, que são tratados como se vivessem do ar.

As autarquias por exemplo, têm sempre dinheiro para pagar a cantores pimba, mas raramente têm dinheiro sequer para apoiar o transporte e a alimentação de um escritor ou historiador, que vem de fora e foi convidado para participar numa iniciativa cultural local.

Não esqueço o exemplo que uma historiadora deu em jeito de desabafo (Fátima Bonifácio), quando comparou a sua actividade com a de um canalizador ou electricista, pois quando uma escola ou outra instituição precisa dos serviços de um canalizador ou de um electricista, não tem qualquer dúvida que tem de pagar esse serviço. Embora o mesmo não se passe com um historiador ou escritor, ainda que este perca várias horas para preparar a sua intervenção em qualquer visita programada.

Digo isto sem colocar em causa estes ofícios, que acho muito bem que sejam remunerados, porque como referi anteriormente, ninguém vive do ar.

Voltando à Cultura e à nossa Sociedade, claro que percebo muito bem que haja mais dinheiro para entreter o povo que para o educar...

O óleo é de Lima Junior.

8 comentários:

  1. ~
    ~ Muito bem observado.

    ~ A tendência que há em considerar os inteletuais ricos!

    ~ A maior parte das autarquias planifica as suas atividades coletivas,
    de acordo com o possível retorno eleitoral que espera advir.

    ~ ~ ~ Uma agradabilíssima semana. ~ ~ ~

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  2. Claro amigo. Como sempre digo, não interessa aos governos um povo culto. Quanto mais o seja, menos se deixa enganar e mais problemas pode dar.
    Um abraço e uma boa semana

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  3. sim, Majo.

    já lá vão os tempos em que a cultura era apenas capricho de gente com fortuna ou de "vagabundos"...

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  4. é verdade, Elvira, nenhum poder quer ser contrariado, ou simplesmente interrogado.

    e a Cultura para eles continua a ser um quebra-cabeças.

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  5. é o país e os governantes que temos, Carlos (da esquerda à direita).

    Almada é um exemplo de governantes sempre certos e cheios de razão...

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