Há nomes perfeitos para alguns cafés. Não consigo imaginar um melhor para o café de aldeia, que aquele, "Texas Bar", tão característico de um lugar que ultrapassou o preto e branco, mas fica-se pela cor dos "westerns" quase românticos de Sérgio Leone.
Faltarão talvez umas moçoilas com aqueles vestidos brilhantes e rendados, para servir aquela imensidão de machos, sentados nas mesas, enfeitiçados pelas cartas dos baralhos. Só desviam a atenção quando vêm entrar um forasteiro, olhando-o como se lhe tirassem medidas e a pinta, de bom ou mau "atirador".
Claro que nem tudo é perfeito. Quando chega a festa da aldeia as raparigas de Lisboa dão cabo daquele refúgio, ao entrarem por ali a dentro, como se pertencessem aquele mundo. Muitas delas ainda por cima aparecem de calções ou mini-saia, como se se candidatassem à empregadas de mesa e de mais qualquer coisa do sitio.
Os clientes do "Texas" falam alto, sorriem, gritam, barafustam, mas reparo que tentam não dar grande atenção às mulheres, como se existisse um código masculino para as ignorar. Nem tão pouco as olham de lado como fazem a forasteiros, como eu. Sim, surpreendo-os a olharem-me por cima das cartas, com olhares furtivos e desconfiados, como nos "sallons" que encontramos nos filmes.
Como qualquer bom pistoleiro, daqueles que não falham uma garrafa de vidro a cem passos, não desarmo, não os perco de vista, obrigando-os a recolherem o olhar e a escolherem outra paisagem humana...
Há também sempre o café central! :D
ResponderEliminarVestígios da emigração do proprietário para os Estados Unidos, com certeza. Um certo orgulho em recordar o país que o acolheu ou uma preferência específica pelos Werterns e comboys.Eu recordo, muitas vezes, a série " Bonanza".
ResponderEliminarBem-hajas!
Abraço
Quase me imaginei no local observando os jogadores...
ResponderEliminarUm abraço
Muito bem "desenhado" o Café Texas! O provincianismo está muito bem pintado! Já passei por essa cena...
ResponderEliminarBeijinhos
Muito interessante a descrição do Café Texas e da paisagem humana.
ResponderEliminarUm beijo, Luís.
interessante, mas não deixe de sorrir.
ResponderEliminarum beij
Só falta mencionar o nome da aldeia - Alcafozes
ResponderEliminarA terra da minha infância, a terra dos meus avós. Onde passei verões inteiros de meses com primos, primas e amigos, ao calor,de bicicleta, sozinhos e largados o dia todo por nós. Apenas tinhamos que estar em casa à uma para almoçar e às oito para jantar. Recordo o café Texas desde sempre, no centro da aldeia, onde comecei a ir já mais velho, beber umas minis e ver os velhos a jogar sueca.
ResponderEliminarnoites longas encostados ao balcão a matar saudades de meses de ausência. Esses tempos já não voltam.
Há uns anos atrás, houve um rapaz que saiu do café pela janela, e o o ti Martins perguntou logo, " Então isso é assim?" e o rapaz disse logo muito desenrascado: " ...então isto não é o Texas!"
ResponderEliminarnaquela aldeia, não, estamos no "texas", Olinda. :)
ResponderEliminarpenso que não, Isamar.
ResponderEliminartalvez apenas o gosto pelas "caboiadas". :)
se lá estivesses, olhavam-te com muita descrição e sem piroupos, Elvira. :)
ResponderEliminaré uma caricatura que cabe que muitas das nossas aldeias, ainda tão "passadistas", Carol. :)
ResponderEliminareu diria, curiosa, Graça. :)
ResponderEliminarera para sorrir, Piedade. :)
ResponderEliminarboa, Tiago, vamos lá colocar Alcafozes no mapa da blogosfera. :)
ResponderEliminaros tempos estão quase iguais, Tiago, as minis e a sueca estão lá, nas mesas. :)
ResponderEliminaruma boa cena de filme, Gonçalo. :)
ResponderEliminarSem piropos? Isso não é preciso ir ao Texas Bar. Depois dos 60 nem o médico olha direito para nós, quanto mais piropos.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
:)
ResponderEliminarbom fim de semana Elvira.