Ninguém pensa que a impossibilidade de se prestar um bom serviço, em qualquer serviço público, está distante da ladainha que todos aprendemos (e muitas vezes sentimos na pele...): «esta maltinha não quer fazer nada e ainda por cima está sempre mal disposta.»
Ninguém se lembra que o trabalho que era feito há dez anos por dez pessoas, hoje é feito apenas por três, quatro. E em muitos casos tal é humanamente impossível, pelo que quem sente na pele a "música de serrote" dos governos, da existência de funcionários públicos a mais, é o utente que se dirige a um centro de saúde, a uma repartição de finanças, a uma escola ou a uma delegação da segurança social.
E ainda temos de contar com a desmotivação - muitas vezes a caminho da depressão - de quem trabalha o triplo de uns senhores que passam o dia num gabinete calmo (a fingir que são úteis e que apenas são responsáveis pelas coisas boas de cada serviço...) e ganham três vezes menos.
Parece que finalmente alguém "descobriu" os muitos gabinetes povoados de inúteis, que receberam um bom emprego como prémio da fidelidade "canina" ao partido e não pela sua competência ou formação.
Parece, porque o que nos tentam colocar à frente dos olhos nem sempre é a realidade. Nem sequer sabemos se estes cortes atingem os "bois"..
O óleo é de Carlos Zauny.
É verdade. Agora, enquanto muitas pessoas atigem a idade da reforma ou saõ dispensadas, as que ficam acumulam trabalho que antes pertencia a muitas mais.
ResponderEliminarMas não é só nas empresas públicas...
Beijos.
É verdade que em todo o lado há bons e maus trabalhadores, muito embora seja verdade que em muitos sítios estão 2 pessoas a fazer o trabalho de 4 ou 5. Não esqueço porém que há dois anos eu andei a caminho do centro da Seg. Social do Barreiro, bastante tempo para conseguir tratar de receber um complemento para a minha mãe acamada, e totalmente dependente, a pagar 1100€ num lar e com reforma de 309€ já com o complemento de invalidez. Ia um dia e pediam-me atestado de junta de freguesia, vinha tratar do atestado que levava dois dias e quando voltava diziam-me que não era preciso, o que precisava era duma declaração do lar, levava a declaração e faltava uma declaração do médico de família atestando que estava acamada. Levei mais de um mês até que me aceitassem o pedido. E quando veio o complemento foi para a rua João de Castro, quando eu vivo na Escola Fuzileiros Navais e o lar na rua António da Silveira.Isto é o quê?
ResponderEliminarCompetência é que não é.
Um abraço e bom fim de semana
Gostei do óleo.
ResponderEliminarum beijinho e bom fim-de-semana
Bom texto! Vamos ver se os cortes vão ser feitos de forma reta e criteriosa, ou se só vão para a rua os que não interessa aos partidos do governo.
ResponderEliminarLindíssima a tela - como habitualmente.
Bom fim de semana
pois não, é um pouco por todo o lado, Filoxera.
ResponderEliminarnão é por acaso que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres mais pobres.
a ignorância sempre foi atrevida, Elvira.
ResponderEliminartodos temos histórias parecidas, em que um funcionário exige isto e o outro aquilo. bom é quando os podemos confrontar.
não é "fula", Gábi. :)
ResponderEliminarisso é o mais dificil, Carol.
ResponderEliminaros interesses sobrepõem-se quase sempre.