domingo, abril 06, 2008

Outras Músicas...

Ontem participei numa conversa acalorada sobre música portuguesa.
Com a minha natural teimosia, nunca desisti dos meus argumentos de que a música também é uma Arte e não apenas uma forma de se ganhar dinheiro.
Estranhei muitas coisas que fui ouvindo, inclusive o papel do meu sobrinho, com dezasseis anos, que também entrou em defesa desse fenómeno lusitano, que se chama, Tony Carreira, por este conseguir encher o Atlântico...
Claro que as "enchentes" não mudaram um milímetro sobre o que considero música de qualidade. Nunca poderei meter Rui Veloso, Jorge Palma, Sérgio Godinho, Carlos do Carmo, Pedro Abrunhosa, no mesmo "saco" onde o Marco Paulo, o Tony Carreira ou o Emanuel dão música...
Continuo fiel ao que gosto e acho com qualidade. O Tony até pode encher estádios como o do Dragão ou da Luz, que isso não muda nada o que penso sobre ele, nem tão pouco o facto de ter na sua banda alguns dos melhores músicos portugueses (outro argumento usado para me convencerem)...
Nem sei se é verdade que ele tenha os melhores músicos, mas é normal que quando se actua no Atlântico, se tenha a devida noção das diferenças, em relação, por exemplo, às festas de aldeia. Sei que sempre houve excelentes músicos, que à falta de melhor, tinham o emprego certo de elementos da banda da Marinha, Força Aérea ou GNR... e não foi por isso que deixaram de ser bons músicos...
Não consigo olhar para a música (ou outra forma de Arte...), como uma "máquina de encher chouriços", nem consigo considerar genial alguém que canta sempre da mesma maneira, "baladas de cordel", por mais fans que tenha ou pavilhões que encha...
A escolha desta fotografia de David Fonseca, não é inocente. A sua pose, diz-me: «É tão bom pensarmos... e com a nossa cabeça, sabe muito melhor...»

16 comentários:

  1. Assino por baixo, Luís.
    O melhor da música portuguesa esteve concentrada na sexta feira passada no Coliseu... e foi bom ver que toda a gente que lá estava sabia (ainda) cantar as nossas cantigas...

    Beijinho

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  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  3. É impressionante como eles continuam a encher, literalmente, pavilhões. Mas quantidade nunca rimou necessariamente com qualidade. Seja como for, é uma questão de referências, sem dúvida, e as minhas vão mais no sentido daquelas que a Maria aqui apontou, no comentário anterior. Entre outras.
    Bjs e boa semana!

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  4. Só posso estar de acordo...

    Beijos Luís M.

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  5. Mas, afinal, quem é Tony Carreira? Inda por cima com esse "quêzinho" de "atualidade" no nome! Bem, já que aqui estamos, só faltou juntar o Kim Barreiros ao rol da música portuguesa contemporânea!

    Concordo contigo, Luís, e francamente, o argumento da quantidade é pífio, como dizia o Nietzche, ou alguém antes dele, "toda a unanimiade é burra", assim, vamos muito bem se nos juntarmos no Coliseu para ouvir boa música e não fizermos parte da multidão do Dragão. Embora eu já tenha ido a excelentes concertos no Maracanã, por exemplo.

    Tudo depende de quem e não de quantos, acho eu!

    Beijos, saudosos de música com sotaque daí.

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  6. Posso concordar com praticamente tudo o que foi dito... e não querendo de forma alguma minimizar a qualidade artistica seja de quem for seja Tony(qualquer coisa) ou Rui Veloso ou qualquer outro... digo: Ninguém é totalmente bom ou totalmente mau na sua arte.Hoje por coincidência estava a ouvir uma musica dos eternos Queen e apercebi-me que existem letras de musicas que sinceramente não lembram ao diabo.
    Vale musicalidade... pk as letras se estivermos atentos são um verdadeiro caos.
    E parto do principio que arte musical é mais abrangente do que ter uma excelente melodia e uma boa voz.

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  7. Nunca conseguirei perceber estes fenómenos nacionais.., são normalmente o mau-gosto e a má-qualidade que enche os estádios, que são top-de-vendas nos livros e nos discos, nº1 em audiências televisivas.., enfim é o que temos.

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  8. Bom post!
    Como deves calcular, deste tipo de debate já levo milhares de horas de vôo, por com alguma turbulência. Não vou hoje entrar nela...
    Aproveito a boleia da Maria e fico a digerir a nossa noite no Coliseu durante mais algum tempo.

    Abraço

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  9. "por VEZES com alguma turbulência..."
    Assim é que faz sentido.

    Abraço

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  10. Tive pena de não ter ido ao Coliseu!
    Fiquei-me com " Nas veias de uma guitarra - tributo a Fernando Alvim".
    Fernando Alvim actuou em parceria com um jovem chamado Ricardo Parreira.
    Digo-vos que a sua interpretação de "Verdes Anos" me deixou absolutamente arrepiada...
    Acrescento que Fernando Alvim foi guitarrista de Amália e é natural de Ourém, local onde está a decorrer até 27 de Abril o IV FESTAMBO.
    Abraço

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  11. Pois é, Luís, a maioria nem sempre (eu diria quase nunca...) se distingue pelo BOM GOSTO:)))
    O Pavilhão Atlântico, Deus me defenda, tem péssimas condições em termos de acústica.
    É para encher com gente de ouvido pouco exigente.
    Só lá fui segunda vez porque os bilhetes eram oferecidos...

    Abraço

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  12. Hoje foi particularmente bom ler-te, porque os nossos gostos musicais são os mesmos :)
    A foto de David Fonseca está maravilhosamente bem escolhida para o tema, é bom sim... cada um pensar por si, isso marca a diferença.

    beijinhos Luis

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  13. Concordo plenamente com tudo o que escreveu no post,não descurando no entanto de outros "novos talentos" musicais,sendo a diefrença feita através da qualidade.
    Bjs Zita

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  14. Concordo plenamente com tudo o que escreveu no post,não descurando no entanto de outros "novos talentos" musicais,sendo a diefrença feita através da qualidade.
    Bjs Zita

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  15. Plenamente de acordo. Sou pela qualidade da música (e já agora da letra...)Um abraço Luís.

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  16. Maria, Paula, M. Maria Maio, Lóri, Ana Luar, Guizo, Samuel, Rosa, Sininho, Manuela, Entre Linhas, Graça,

    a nossa opinião é unânime, pelo que valia a pena estar a responder de uma forma personalizada, sem me repetir...

    todos temos presente que a quantidade nunca foi sinónimo de qualidade...

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