Às vezes há algumas pessoas que se lembram que escrevo livros e convidam-me para participar em alguns projectos ligados à literatura.
Por não ser uma coisa muito habitual, retenho sempre algo destas visitas a estabelecimentos de ensino (curiosamente, sempre na Margem Norte do Tejo...). Desta vez o motivo da minha escolha prendia-se com o meu primeiro livro, um romance que fala de jornalismo e futebol, onde até «mato um árbitro...».
São duas áreas que continuam a despertar muitas paixões na juventude, apesar de estarem a viver tempos complicados...
De todas as perguntas que me fizeram, retive uma, feita por uma aluna. Ela queria saber o que se tinha passado de mais curioso, através da leitura do livro.
Acho que ela não estava a pensar exactamente naquilo que eu respondi. Mas eu desviei a conversa para dois acontecimentos, que achei únicos...
O primeiro foi um amigo, pouco dado às literaturas, ter confessado que o meu livro tinha sido o primeiro, sem imagens, que tinha lido do principio ao fim. O segundo foi o meu romance ter sido tema de conversa no interior do Hospital Miguel Bombarda, embora me trocassem o nome, em vez de Luís chamaram-me Zé. Um paciente do hospício falava animado do meu livro com um companheiro, que era filho de um amigo meu, que ouvia a conversa atentamente. Pelo desenrolar da história, ficou convencido que o jovem estava a falar do meu livro. E estava mesmo. Perguntei a mim próprio, como é que um livro fora dos circuitos comerciais, tinha conseguido entrar no velho "Miguel Bombarda" (pois, levado por um louco, sem qualquer dúvida)...
Nunca mais esqueci estes dois episódios singulares, pela sua simplicidade e espontaneidade...
é o que acontece quando se põe um livro no mundo. ele ganha personalidade e vai por aí ter com as pessoas a vários sítios. e agradeço imenso a tua sugestão. acho que também vou matar um árbitro no meu próximo poema. só para descomprimir :) beijinhos.
ResponderEliminarDas memórias e das razões que nos justificam e transcendem. Gostei muito de ler.
ResponderEliminarÉ um livro em que o autor nos consegue "transportar" para o livro.
ResponderEliminarBeijos, Luís M.
tantas e quantas vezes os "loucos" são os melhores e mais puros leitores.... tantas...
ResponderEliminarquerido Luis.
Vim cá ter [via] com "pedras no sapato! E gostei.
ResponderEliminarGostei muito do escrever um sorriso. Mais lá para o fundo do blog.
O quê no seu livro até "mata um árbitro"? Coisa fabulosa. Eu às vezes também tenho vontade de matar um. Em Almada, conheço é ex-árbitros. Bem a esses não lhes fazia mal, porque são amigos.
ResponderEliminarSe por acaso escrever mais algum livro em que a temática seja o mau jornalismo que se faz nesta triste terra, diga. Eu compro.
Um abraço
Olha, Luís, faço minhas as palavras do comentador antecedente:
ResponderEliminarSe houver um livro sobre o mau jornalismo, de preferência com o assassinato de algum daqueles que conhecemos, reservo já um exemplar.
Se fizeres o favor.
Abraço
não é sugestão, Alice.
ResponderEliminarno livro até faço a defesa dos árbitros, porque em 1991/92, quando escrevi o livro, era mais anjinho...
é verdade, Helena.
ResponderEliminarsério, M. Maria Maio?
ResponderEliminaracredito que sim, que terão um olhar mais rico que muitos de nós, Isabel.
ResponderEliminarainda bem que gostou do "largo", Marta...
ResponderEliminarvenha sempre, pode-se sentar num dos bancos e tudo, a ver passar o "mundo"...
é um tema cheio de exemplos, Carlos...
ResponderEliminarlá estás tu a fazer-me sorrir, Ana...
ResponderEliminarsão os " loucos " (?) ou talvez por isso os ... mais e mais. Conheço alguns Luís, alguns a quem a lucidez "enlouqueceu".
ResponderEliminarentretanto, bom mesmo é despertares a vontade de perguntar, ainda mais por jovens alunos.
um beijo
que bom sermos lidos por loucos não é Zé milheiro?
ResponderEliminarsim, a tal lucidez, Maré...
ResponderEliminarnão sei explicar porquê, mas é agradável, Ivone...
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