Lembrei-me disto ao conversar com um amigo, sobre várias aventuras vividas antes de Abril, que me disse a sorrir, que a sua única "nódoa" como antifascista, foi nunca ter sido preso. Contra-argumentei, que foi sim, mais inteligente e cuidadoso que muitos dos seus camaradas (que usam e abusam dessa "medalha").
Quando o meu avô paterno foi preso em 1936, na Fortaleza de Peniche, no começo da Guerra Civil de Espanha, toda a família ficou marcada socialmente (foram olhados de lado e apontados na rua durante muito tempo...). Um preso era um bandido, ponto final. Porque só depois de Abril é que passaram a existir "presos políticos"...
Eu que cresci em liberdade senti algum "orgulho" em saber que o avô esteve em Peniche e que não gostava nada do Salazar e que simpatizava com os anarco-sindicalistas (e quem é que não "sonhava" com um mundo sem patrões, num tempo em que éramos explorados até ao tutano?).
E os meus filhos, quando visitaram o Forte de Peniche e viram o nome do bisavô gravado no "memorial" (que não conheceram...), ficaram mais próximos da indiferença, que de qualquer outra sensação.
Pois é... o tempo ameniza quase tudo...
(Fotografia de Luís Eme - Peniche)
Para muitos jovens hoje o tempo de ditadura e escravidão do 24 de Abril não passa de uma história inventada como o Peter Pan ou a Bela adormecida. Eles não acreditam nem em metade do que nós contamos.
ResponderEliminarAbraço e saúde. E um bom ano.
Eu não iria tão longe, Elvira.
EliminarMas é notório que estão desfasados da história.
Estão on-linne (24 horas)-nunca houve tanta informação e tão pouco conhecimento- ou será que terão outros conhecimentos que os mais velhos não têem?
ResponderEliminarÉ um "mundo" diferente, Severino...
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