Sim, que se lembrem de coisas como: que temos um ministro da saúde que fecha maternidades, urgências, centros de saúde, e diz que temos mais e melhor saúde; que a escolha do novo aeroporto de Lisboa será determinada por razões e interesses pessoais e não do Estado; que os incentivos à natalidade são o fecho de maternidades no interior e a redução no apoio ao arrendamento de casas aos nossos jovens; que o desemprego continua a aumentar graças à política económica desastrosa dos últimos governos; que os empresários portugueses estão mais preocupados com as migalhas que têm de acrescentar ao novo ordenado minímo (uma vergonha nacional), que com os carros de último modelo que compram ou com a nova vivenda que construiram; que a maior parte dos autarcas só se lembram das populações no ano de eleições; que a frase feita de que Judiciária é uma das melhores polícias do mundo, é apenas mais uma balela, a juntar a tantas outras neste país; o que o senhor Cadilhe, entre outras personagens da finança, andou a fazer, depois de ter sido ministro das finanças; qual era o discurso e a prática de Sócrates, ministro do ambiente de Guterres; das palavras de Pacheco Pereira - entre outros comentadores políticos do bloco central -, durante e após o cavaquistão; que a comunicação social está perigosamente entregue a quatro grupos económicos (um terço do que acontecia em plena ditadura...); que as principais editoras também pertencem a quatro grupos económicos (dantes eram os três da vida airada, agora são quatro...); e sobretudo, que Portugal seria um país muito melhor, se tivesse sido governado nos últimos trinta anos por pessoas sérias, competentes e com sentido de Estado, porque, de certeza, que as funções de ministro ou secretário de estado, não se resumem a gastar o dinheiro público a seu bel prazer ou arranjar empregos bem pagos para a família e amigos, garantindo ao mesmo tempo um cargo administrativo no sector público, milionariamente remunerado e com mordomias "reais", após as funções ministeriais.
Escolhi "O Pesadelo" do Rafael Bordalo Pinheiro, meio desconsolado, por os seus bonecos centenários, continuarem tão actuais neste país...