segunda-feira, janeiro 13, 2025

A liberdade nunca foi fazermos e dizermos o que nos dá na "real gana" (dois)


Os abusos da liberdade, esse bem de todos e para todos, são práticas comuns tanto das classes mais altas como das mais baixas. Como de costume é a chamada "classe média", que faz o equilíbrio das coisas.

As camadas mais baixas da sociedade, normalmente iletradas, acabaram por ser as grandes vítimas desta situação, embora também tenham alguma responsabilidade pela forma como sobrevivem, por começarem a usar e a abusar de uma "manha" (que contínua a vingar nos seus "territórios"...): aos direitos dizem sempre sim e aos deveres dizem sempre que podem, nada.

Por serem "pobrezinhos" acham que tem de ser o Estado a dar-lhes tudo, desde casa à alimentação, e claro, ainda algumas moedas (rendimento mínimo...), para o tabaco e a bica.

Claro que se limitam a fazer o mesmo que muitos empresários (esses mesmo que se fingem competentes e bem sucedidos, que normalmente vivem em mansões ou palacetes e não em bairros sociais...) - fazem: alimentarem-se e viverem às custas das "tetas da do poder", como muito desenhou há mais de um século, o grande Rafael Bordalo Pinheiro.

Quando estes se queixam dos trabalhadores (dizem que "não querem trabalhar"), para não lhes aumentarem os salários baixos, fazem o seu número e depois tentam ver se cai mais algum dinheiro do poder...

Parece que isto não tem nada a ver com a liberdade, mas tem, porque o mau uso que se lhe dá, começa logo nestes pequenos grande pormenores, em que tanto o "pobre" como o "rico", usam e abusam de um Estado, que é sempre encarado como a melhor solução para os seus problemas.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, janeiro 12, 2025

A liberdade nunca foi fazermos e dizermos o que nos dá na "real gana" (um)


Acho que os grandes problemas da sociedade actual são a forma como se entende a liberdade, seja em casa, na escola ou na rua.

E devo dizer, desde já, que nesse aspecto as redes sociais não têm grande coisa a ver com o assunto.

Houve mudanças enormes nos últimos cinquenta anos no nosso país, mas nem todas foram bem definidas, reguladas e aceites pelo comum dos mortais. 

A necessidade de mudança foi tal, que levantou logo outras questões (ainda durante o PREC...), que foram agravadas pela falta de cultura democrática, normal, para quem tinha vivido quase meio século em ditadura. Além do poder repressivo, abusava-se do "respeitinho", imposto pela generalidade das autoridades e das instituições.

Infelizmente, tanto no seio da família, como na escola ou na vida em comunidade, nunca se conseguiu encontrar o caminho certo para a tal liberdade, que se alimenta tanto de direitos como de deveres. Foi bom abolirmos o "respeitinho", mas foi muito mau deixarmos de respeitar o outro, como alguém igual a nós, nos tais direitos e deveres, que quando cumpridos, são a grande marca das sociedades mais bem sucedidas, social e economicamente.

Facilitou-se demasiado o caminho e chegámos a um tempo em que tudo parece "estar em crise". Mas é uma crise que parece interminável e dura há praticamente duas décadas e se tem agudizado (aí sim, com o apoio das redes sociais, onde tudo parece ser permitido...)...

Mas eu continuo a pensar que tudo começa e acaba no uso que damos à boa da Liberdade.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)



sexta-feira, janeiro 10, 2025

O homem "cor de laranja" não está num baile de máscaras...


Não sei se é por causa do corte e penteado do cabelo, pela cor do seu bronzeado ou pelas suas ideias estapafúrdias, sei apenas que é difícil levar a sério o novo "dono" da América.

Agora quer juntar ao reino a Groenlândia e o Canal do Panamá, ao mesmo que quer colar o Canadá ao mapa dos Estados Unidos da América.

Não sei se chegará a algum lado, mas é assim, com  ideias lunáticas, que os grandes ditadores se afirmam no mundo. 

Hitler é o melhor dos exemplos mais recentes da história mundial.

E se presidem a nação mais poderosa no mundo, é bom que se comece a pensar que o homem "cor de laranja" não está num baile de máscaras...

(Fotografia de Luís Eme - Barreiro)


quinta-feira, janeiro 09, 2025

As mulheres, a direita (dos extremos) e a liberdade


Sei que não devia, mas faz-me bastante confusão, ver mulheres, aparentemente normais, fazerem parte de partidos da extrema-direita. Partidos que passam o tempo a defender coisas que as diminuem como pessoas e cidadãs, intrometendo-se com a sua própria dignidade e liberdade pessoal.

Até posso acreditar que algumas queiram voltar aos velhos tempos, em que a uma boa parte das mulheres, estava-lhes apenas reservado  o papel "mães" e "donas de casa". Mas não deixo de achar isso, no mínimo, estranho.

Isto de se gostar demasiado da liberdade, tem cada vez mais coisas que se lhe digam... 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, janeiro 08, 2025

«A mentira é quase sempre mais agradável que a verdade.»


Nem toda a gente fica espantada com o aparente triunfo da mentira sobre a verdade, em cada vez maior escala, e que tem os maiores exemplos no que se está a passar nos Estados Unidos da América, em Israel, na Rússia ou na Ucrânia, para não ir mais longe.

Organizações como a ONU ou a OMS, apesar da sua importância, são cada vez mais banalizadas pelo poder de meia-dúzia de ditadores, que acham que podem fazer tudo o que lhes apetece e que escapam impunes.

O que me espanta é a forma como as populações, destes e doutros países, aceitam ser enganadas pelos seus líderes, dando cada vez mais espaço à mentira e aos negacionistas, disto e daquilo. 

Ficando-me apenas nos EUA, será que nem mesmo o inferno que lavra na Califórnia, faz com que os americanos, mudem de atitude em relação ao ambiente, para não ir mais longe?

Mesmo que o Carlos tenha alguma razão sobre a natureza humana, de que para muitos de nós «a mentira é sempre mais agradável que a verdade», continuo a pensar que as suas pernas continuam a ser demasiado curtas...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, janeiro 07, 2025

As coisas ainda são mais graves do que aquilo que pensava (nas redes sociais)


Ontem, quase por um mero acaso, assisti a uma reportagem transmitida no Jornal da Noite da SIC sobre as "mentiras" difundidas nas redes sociais, protagonizada por vários jovens estudantes franceses, que fizeram um trabalho de pesquisa, utilizando o "google" e o "tik-tok", sobre a primeira viagem do homem à Lua e também sobre a primeira vez que esta foi pisada pelos humanos.

Foi uma reportagem bem elucidativa do que se "aprende"  e do que "informa" esta rede social...

Enquanto o "google" oferecia aos jovens as datas certas e os nomes certos, destes acontecimentos históricos, o "Tik-tok" falava deles como se se tratasse simplesmente de uma "invenção americana", ou seja, como se nada daquilo tivesse acontecido...

Não fazia ideia que fosse possível acontecer algo do género, que se alterasse a história da humanidade, apenas porque não se gosta do que aconteceu. 

As coisas que se passam nas redes sociais são ainda mais graves do que aquilo que pensava...

Adenda: Nem de propósito. Desde a manhã de hoje (8 de Janeiro), que tem sido difundida a notícia de que a META vai deixar de controlar a desinformação, a mentira, na sua rede...

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)


segunda-feira, janeiro 06, 2025

Duas notícias diferentes sobre o mesmo acidente


Quem gosta de estar bem informado, como eu, fica surpreendido, pela negativa, mais vezes do que deseja, com o que lê, o que ouve e o que vê.

Aqueles que achamos mais credíveis também "metem a pata na poça", porque na ânsia de dar a notícia, esquecem uma regra essencial do jornalismo, ouvir ou consultar sempre mais que uma fonte.

Há pouco, soube de um acidente no Tejo, entre uma das barcas de carreira do Barreiro e um pequeno barco de pesca fluvial, que provocou dois feridos graves e dois desaparecidos, entre os pescadores.

Já escurecia e não consegui perceber o local onde se tinha dado o acidente, na minha varanda com vista para todo o Mar da Palha. 

As notícias ainda eram vagas. E como de costume, foi o CMTV o primeiro a dar a notícia. Falaram logo do embate entre um "Ferry" do Barreiro e uma embarcação de pesca. Poucos minutos depois mudei para a SIC Notícias e ouvi uma outra notícia, o acidente tinha sido perto de Cacilhas, entre um Cacilheiro que fazia a ligação entre Lisboa e a Localidade Ribeirinha, e um barco de pesca.

A aproximação entre as notícias ainda demorou algum tempo. O mais curioso, é que eu pensava que quem estava errado era o CMTV, pela sua ânsia em "ser o primeiro"... O seu erro foi me depois transmitido pelo meu filho, por eles insistirem no "ferry", que é a denominação de um barco misto, que leva pessoas e viaturas.

Claro que é um erro de só menos, quando comparado com o do canal noticioso da SIC. Embora o rio seja largo e extenso rente a Lisboa, é quase como nos enganarmos na rua onde ocorreu um acidente, pois as rotas seguidas pelos barcos de carreira para Cacilhas e para o Barreiro são completamente diferentes...

O grave da situação (para além dos dois desaparecidos), é ser normal esta discrepância de notícias, às quais nem sempre damos a atenção devida, por estas serem cada vez mais tratadas com o guião das "telenovelas". E muito menos os jornalistas dão a "mão à palmatória"...

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)


domingo, janeiro 05, 2025

O mundo fantasmagórico da televisão...


Não fazia ideia de que dois apresentadores de televisão, que trabalham juntos há bastantes anos (fazem ou faziam um programa da manhã para o "mundo português" na SIC), não tinham uma boa relação pessoal. Parece que Ana Marques  disse das boas do colega, ao ponto de  ter de se "retratar", na companhia de José Figueiras, no outro programa da manhã, de João Baião e Diana Chaves, dizendo que o que se dizia por aí, não passavam de boatos. Quando a Ana disse que nunca dissera as coisas que diziam que disse sobre o Figueiras, parece que vi o seu nariz a crescer...

Só soube desta questão, porque há notícias que entram dentro do nosso computador mesmo sem pedirmos (o "msn") e comecei a ouvir a apresentadora a explicar-se, num pequeno vídeo...

O curioso disto tudo, é que estes dois profissionais da SIC, parecem ser os "tapa-buracos" da empresa, pois passam a vida a saltitar de programa em programa, quando é necessário substituir alguém. Ou seja, nem devem ter egos muito grandes...

Não existem grandes dúvidas que há "lutas de galos", bem maiores que as destas duas figuras, menores da televisão, como os gouchas e as cristinas dos vários canais.

Este caso é apenas mais uma demonstração da "hipocrisia" e do "cinismo" que reinam no mundo das televisões, há décadas. Mesmo sem gostarem uns dos outros, a maior parte daqueles homens e mulheres, toleram-se, quanto mais não seja, por uma questão de "sobrevivência televisiva". É por isso que passam a vida a fechar as portas de entrada a "estranhos", que à primeira vista lhes possam dar cabo da "vidinha". É também por isso que passam o tempo a "lamberem botas" e a visitarem-se nos programas uns dos outros, onde trocam mimos e elogios, mesmo quando não se suportam...

A pergunta que se faz a seguir é: "não se passa o mesmo em todos os serviços e empregos?" Não necessariamente. 

Embora a "graxice" seja uma prática comum no nosso país, por ser a "escada" que permite a promoçãozita do chefe, não se tem de fingir tanto, como se finge no mundo fantasmagórico televisivo.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sábado, janeiro 04, 2025

Criar, criar, criar, criar...


Muitas vezes damos por nós a pensar em coisas que parecem absurdas e sem grandes hipóteses de chegarmos a alguma conclusão.

Estava a preparar uma pequena nota sobre arte, pedida por um amigo, quando me deparei com uma série de dúvidas.

De repente pensei: "E se todos nascemos para criar?"

Claro que fui logo contrariado pelo meu lado "travesso": "Se sim, porque razão nem todos temos arte e engenho para alimentar esse lado criativo?"

Foi quando descobri que o problema pode não ser esse. 

Talvez faça bem a toda a gente criar, ser inventivo, dar largas à imaginação. É preciso é ter noção de que o resultado desse trabalho pode ser algo que foge à estética e à própria ética da coisa, e seja importante apenas para nós, nem que seja apenas como um acto terapêutico.

Pois é, nem todo o acto criativo, pode e deve, ser público. E não menos importante, nem todo o criador tem de ser um artista...

(Fotografia de Luís Eme - Caramujo)


sexta-feira, janeiro 03, 2025

A arte com e sem "areia nos olhos"...


Continuo a visitar exposições, sempre que posso e quando os artistas me dizem alguma coisa. Às vezes também são possíveis reencontros com alguns artistas, que nos fazem a visita guiada e com que quem se fala sobre tudo e sobre nada, seja das artes ou das vidas...

Não falámos de uma forma concreta sobre a banana e a fita isoladora cinzenta, falámos sim dos "intrujas", que se têm intrometido em tudo o que possa dar dinheiro na sociedade, inflacionando, sempre que podem os valores reais de casas, carros, jogadores da bola e obras de arte, entre outras milhentas de coisas.

Mas o mais impressionante não é transformarem qualquer vulgaridade em arte, é terem a capacidade de lucrarem com ela. Sim, não é para todos comprarem uma "banana" por dez mil euros e depois conseguirem vendê-la por vinte mil...

Pois é, convém andar com óculos por aí, nem que sejam de sol, por que vai aparecer sempre alguém, a querer atirar-nos areia para os olhos...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


quinta-feira, janeiro 02, 2025

O ano que começa...


Haverá quem mude de vida, de forma radical, por várias razões. Talvez as profissionais e amorosas sejam as que mais concorrem para essa necessidade de partir, de ser e fazer, diferente...

Claro que não vão estar à espera do começo do ano, para a tal mudança de vida, por vezes demasiado urgente (é quase uma questão de sobrevivência...).

Nós não queremos fazer coisas diferentes, neste ano que começa. Queremos sim, continuar a fazer as coisas que gostamos. De preferência, melhor. E se possível, com mais prazer ainda.

Talvez tenha sido por isso que ontem mal me levantei, escrevi mais que uma página de histórias, que vão tentar furar este tempo, que se quer afirmar quase "sem história", quase sem os valores que nos tornavam mais iguais.

Também fiz um passeio solitário e fresco pela margem do Tejo, num Ginjal que nesta altura quase que nem consegue ver o Sol (o que ajuda a perceber todos aqueles que só voltavam a fazer vida no Ginjal no começo de Maio, abrindo as janelas e as portas para deitar fora a humidade que devia deixar um cheiro estranho nas divisões das casas...).

Já Cacilhas, esconde o frio e agarra o Sol com tudo o que pode, desde as mãos aos pés, para sonhar com um mundo diferente, mesmo que o bom senso continue a estar longe de ser a melhor característica humana...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


segunda-feira, dezembro 30, 2024

A continuação (que se quer quase sempre diferente...)


Amanhã vira-se a página, o 2024 vai embora e chega o 2025.

Muitas vezes falamos do fim de uma coisa e do começo de outra. É mais uma daquelas "patranhas" que tentamos contar, a nós e aos outros, mesmo que sejamos cada vez menos convincentes.

Muitas vezes é uma necessidade nossa, de fingirmos que vai chegar o "novo", o "diferente", o "melhor". 

E se o ano que que está a acabar não foi grande coisa, é mesmo preciso mudar, e tentar, pelo menos no que depende de nós, que o que está quase a chegar seja melhor.

É por isso que vos desejo um bom Ano Novo.

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)