Sei que este título que escolhi, podia alimentar uma boa prosa sobre tantas coisas (da saúde ao ambiente)...
Mas vou escrever sobre algo que está quase esquecido, o acordo ortográfico, que só parece servir a meia dúzia de iluminados, que já deviam ter percebido que basta de se "fingirem de mortos", e que é mesmo necessário discutir e alterar algumas coisas, aberrantes, que não fazem bem nenhum à língua portuguesa.
Pensava que o bom senso prevaleceria, e que os promotores do acordo seriam sensíveis e que alterariam no tempo certo o que mais fere o português. Vou dar apenas cinco exemplos, que na minha cabeça não fazem qualquer sentido: o Egipto precisa do pê, tal como o espectador do cê, o óptico do pê, o facto de outro cê e o pára do assento no à.
Alguns defensores do acordo até foram capazes de dizer que quem estava contra, era apenas uma elite cultural. E que eram sempre os mesmos que se manifestavam publicamente contra a nova grafia. Neste último ponto podem ter razão, mas apenas porque a comunicação social só dá visibilidade a quem é conhecido.
Lamento muito o cinismo e a hipocrisia de quem fez este acordo (está quase a chegar aos vinte anos...), que nem sequer é capaz de "dar o braço a torcer", e tentar fazer algo de positivo pela Língua Portuguesa.
(Fotografia de Luís Eme - Almada)