Acordei muito cedo hoje.
Não tinha pensado escrever nada neste dia de eleições para o Parlamento. Não por estar em reflexão ou ter medo de dizer o que me vai na alma, apenas porque pensava não ter vontade de dizer o que quer que fosse. Podia falar de futebol, das goleadas "fantasiosas" do Benfica ou dos "roubos" ao Sporting (e atenção que sou benfiquista...), mas não, bastam-me algumas conversas de café para "esmiuçar" (a palavra da moda...) os árbitros incompetentes que envergonham a bola e a relva dos estádios. Mas vamos lá então ao dia de hoje...
Voto sempre de manhã, numa escola que fica a poucas centenas de metros da minha casa, a caminho do "Repuxo", o café onde passo parte da manhã de domingo a "tertuliar".
Não faço parte dos indecisos, sei sempre onde colocar (ou não) a cruz. Desde o começo da década de oitenta, quando comecei a votar que sonho com um país mais justo, com melhor justiça, saúde e educação para todos.
Infelizmente as coisas estão piores que nesse tempo, em que ainda não estávamos na "Europa". Existem realmente mais vestígios da tal "asfixia" que tanta tinta tem feito correr nas televisões, nas rádios, nos jornais e até nos blogues.
Claro se nos compararmos com países como a Venezuela, Honduras, Angola, Cuba, Líbia, Irão ou China, é risível falarmos de "asfixia". E também só poderemos soltar uma gargalhada (para não chorarmos...) quando vemos alguém a defender uma "política de verdade", falando diariamente da dita "asfixia" no continente, ao mesmo tempo que elogia a "democracia" da Madeira.
Acho que só quando tivermos políticos sérios e livres, com coragem e vontade de cumprir os seus programas eleitorais, o país andará realmente para a frente. Sim, livres das "máquinas partidárias", que não passam de agências de empregos que enchem o governo central e os locais de gente incompetente, afastando-nos cada vez mais do caminho certo.
E tenho realmente pena que muitas pessoas ainda não tenham percebido que o voto, é um dos poucos actos onde todos somos iguais, que a tal "cruz" depende unicamente da nossa consciência.
A Foto é do genial Henri Cartier-Bresson.