Nunca percebi muito bem o porquê, dos governantes do "bloco central" - mesmo sabendo que sempre foram bons a "destruir coisas" - decidirem acabar com serviço militar obrigatório, essa coisa chata, que "irritava" os meninos das juventudes partidárias, talvez por serem obrigados a sentir (pelo menos na recruta...), que eram quase iguais aos outros. Aliás, acho mesmo que aquele era o único sítio onde poderiam experimentar, muito suavemente, o que é ser cidadão da Coreia do Norte (pelo menos no corte de cabelo, no uso da farda e no tratamento pessoal...).
Graças a eles, agora os jovens passam de adolescentes a adultos sem experimentarem, pelo menos uma vez na vida, que têm de obedecer a horários e a regras, e que a graça de um espertinho pode dar direito a um castigo colectivo, reforçando mais uma coisa em desuso, que se chama "espírito de corpo", que na actualidade só poderá ser vivida na prática de desportos colectivos, onde a equipa é (ou pelo menos deve ser...) sempre mais importante que a "vedeta", que troca os olhos ao adversário.
E mais uma vez comecei a escrever e fui-me "perdendo"...
Quando pensei neste título queria escrever sobre a dignidade, o carácter, a sensibilidade e a honra (a autêntica, aquela que vive fora dos discursos...), que não são atributos da esquerda ou da direita, muito menos dos católicos ou dos muçulmanos. Está acima de todos os credos (ou pelo menos devia estar...).
O que eu queria mesmo era valorizar o exemplo militar, do tal espírito de corpo (mesmo que possa ser uma ilusão...), da importância que é darem-nos uma pedra, para sabermos qual é a nossa mão direita e a esquerda, para não andarmos de passo trocado. Era algo que nos iria servir para a vida toda. Só que nestes tempos, ninguém quer saber dessas coisas "chatas"...
(Fotografia de Johua Benoliel - o primeiro fotojornalista português)