sexta-feira, janeiro 29, 2021

"Refúgios" e Tempos Diferentes...


Estes tempos de pandemia acabam por acentuar as nossas diferenças de hábitos e gostos, por sermos forçados a partilhar mais horas do que estávamos a contar, com os nossos filhos e  companheira ou companheiro com quem escolhemos viver, fechados em casa.

Enquanto leio livros nas horas mortas, eles viajam por aqui e ali, quase sem perderem de vista aquele rectângulo, mágico e viciante, muito maior que o meu, que continuo a usar apenas como telefone.

Há dias que falamos mais, outros menos. Quase nunca discutimos, talvez por sentirmos que estes tempos não precisam dessas "miudezas". Também é raro ouvirmos música em conjunto (a não ser que escolhamos algum programa televisivo como o "Eléctrico" ou um concerto...). Cada um ouve o que lhe apetece usando os "headphones"...

A televisão só ganha vida mais para o fim do dia... e com a indiferença quase completa dos meus filhos (até as séries já vêm no computador...). Os canais noticiosos são um suplício, ao ponto de poderem ser confundidos com "filmes de terror", sobre hospitais, médicos, doentes e bombeiros. Quem está no sossego do lar chega a duvidar que aquilo esteja mesmo a acontecer "lá fora", que dia após dia, o número de vitimas continue a subir, como se nada fizesse sentido, nem mesmo a "nossa prisão" voluntária...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


8 comentários:

  1. Os canais generalistas, tirando a RTP2, são um autêntico massacre da nossa paciência.
    Vou procurando alternativas mas não tenho netflix.
    Leio, ando pelas redes sociais, falo muito ao telefone, falo com os gatos e não discuto com ninguém.
    Às vezes, à noite, fico ligeiramente neura, tenho que comprar outra garrafa de vinho do porto! :)

    Abraço

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    1. gostei sobretudo da parte do vinho do porto, Rosa. :)

      Mais a sério, a televisão está cada vez mais tóxica e dá voz a quem finge que sabe o que não sabe.

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  2. Infelizmente, desenvolvi uma depressão por causa do Covid e estou em casa, medicada. Não aguento ver as notícias e já nem consigo ler...só vejo filmes. Mais nada! É simplesmente horrível!

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    1. As melhoras Maria (ter uma filha médica deve ter contribuído...).

      É preciso ter esperança, as coisas vão melhorar. Claro que era mais fácil se as pessoas tivessem juízo e respeitassem o próximo.

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    2. Pois foi Luís! Tenho muito medo por ela e pelo namorado. E eu própria estou num estado de grande ansiedade e medo. Nunca pensei que iria ter esta sensação! Eu que até costumava dizer que as depressões são para quem não tem nada para fazer!

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    3. São para todos, Maria, e para todas as idades.

      Nem quero pensar nas milhares de depressões que têm surgido durante a pandemia...

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  3. No geral de acordo.
    Boa biblioteca,boa "discoteca",telediálogos regrados,conversa a dois,saída para arejar e espanejar,ajudam.TV o mínimo possível.
    Só sugeria,se aceitar, que ao retirar os auscultadores suprima também aquele H de "cada um (h)ouve".E já agora,mais abaixo, arredonde aquele U de "puderem" para um O de pOderem de modo que tais canais possam ser,como são, "um suplício".
    É no que dá isto da preocupação exagerada com os vírus.
    Saúde.
    Cumprimentos.
    José

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    1. Grato pelo apoio José.

      Sou muito distraído (nem sequer dei pelo h... e tantas vezes que me faltam coisas simples como um de ou um se... e só mais tarde é que reparo...

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