sexta-feira, setembro 30, 2011

Um Livro para Estes Tempos


Nos últimos tempos tenho andado a manusear livros antigos, quer foram doados às bibliotecas da Incrível Almadense e da SCALA, pelos familiares de um antigo sócio, recentemente falecido.

Há sempre um título ou outro, que me chama mais a atenção. Mas a "Arte de Obedecer", da autoria de Mário Gonçalves Viana, bateu todos os outros. Fazia parte de uma biblioteca de orientação profissional, editada pela Editorial Domingos Barreira, do Porto, nos anos quarenta e cinquenta do século passado.

Estava longe de imaginar que existisse um livro tão ao jeito da política social do Estado Novo, e que também parece vir a ser útil num futuro próximo, pelo andar da carruagem...

quarta-feira, setembro 28, 2011

Sim, Porque Será?


Hoje o Carlos perguntou-me, quase a sério: «porque razão ninguém chama mentiroso ao primeiro-ministro?»


Não consegui responder de imediato, embora também achasse estranho.

Mas lá acabei por dizer: «ele além de ter boa imprensa, tem também um mamar muito doce. As pessoas acreditam no seu ar cândido, com um cheirinho a salazar.»

O Carlos sorriu, como só ele sabe sorrir...

O mais curioso é que ainda não sabíamos da última "mentira" desta gente. Depois de terem convocado os alunos com melhores notas para receberem um prémio de 500 euros, à última hora mudaram de ideias e resolveram atribuir apenas o respectivo diploma, em nome da crise ou do buraco da Madeira...

Se isto fosse do tempo do "filósofo", o homem era crucificado em todos os jornais, na rádio e na televisão...

Claro que um dia destes esgota-se o estado de graça e abre a caça ao "coelho", até porque algumas "raposas" já desesperam pela época de "caça"...

terça-feira, setembro 27, 2011

O Turismo Podia ser a Aposta... (2)


Não temos boas linhas de comboios mas temos boas estradas, mesmo que sejam "caras"...


Foi por isso que escolhi esta capa, com a Simone Signoret.

Devia haver a aposta numa publicidade internacional, quase tipo baralho de cartas - que mostrasse os nossos monumentos, as nossas tradições, a nossa gastronomia, o nosso clima - , que provasse que qualquer destino português é bom, no Norte, no Sul, no Litoral, no Interior...

O Turismo Podia ser a Aposta...


Nunca fomos bons a explorar o que temos de melhor, por essa razão é que de vez enquanto aparece um estrangeiro por cá, gosta das pessoas, do clima e fica.


Além de algum dinheiro, tem sempre qualquer boa ideia para explorar o que temos de melhor.

Tenho a certeza que se a CP fosse administrada por estrangeiros, era uma das linhas mais importantes e bonitas da Europa...

segunda-feira, setembro 26, 2011

A Descaracterização do Jornalismo


Nunca pensei que jornais que já foram de referência, nacional e regional, começassem a vender outra coisa, que "navega" entre a ficção e a realidade, imitando o "C.M.", tão odiado pela classe. Rendidos à temática dos programas televisivos da manhã, com vários especialistas de crimes e da vida mundana dos "famosos", estão cada vez mais apostados em venderem um outro país.


Diversão por diversão, prefiro ler "A Bola"...


domingo, setembro 25, 2011

Justificar o Injustificável


No dia 24 de Agosto foi à avenida Defensor de Chaves renovar o B.I., que agora passa a ser o "completo" cartão do cidadão.


Estamos a 25 de Setembro e nem sinal de aviso que ficaram de me enviar para casa, para o levantar.

A senhora que me atendeu disse que ele poderia demorar mais do que uma semana por estarmos em Agosto e haver mais pedidos de renovações que o normal. Entretanto passou um mês e um dia.

O mais curioso é que se eu em vez de ter pago quinze euros, tivesse pago trinta (casos urgentes), tinha o cartão em dois dias.

É mais um sinal do estado do nosso país, parece que acham quinze euros um ninharia para a renovação de um cartão, pelo que só têm atenção para quem desembolsa o dobro. É mais um sinal do poder do dinheiro...

Nada melhor que umas "aldrabas" para ilustrar a "posta".

sábado, setembro 24, 2011

O Retrocesso Civilizacional, Cada Vez mais Visível


Estamos a perder tudo.


No campo de trabalho está tudo em mudança, segundo li ontem no jornal, até o direito ao descanso semanal nos querem retirar num futuro próximo.

Se continuarmos todos com esta "mansidão", não duvido que o desemprego será o nosso dia a dia, tal como foi no principio do século XX. Voltaremos às filas, onde seremos escolhidos aleatoriamente para trabalhar à jorna, para desespero dos dependentes do nosso salário.

Não menos alarmante é o que estão a querer fazer ao chamado "estado social". Com as alterações que pretendem introduzir na saúde e educação, daqui a dez anos irá aumentar de uma forma alarmante o analfabetismo, o número de jovens que não cumprem a escolaridade obrigatória, tal como a taxa de mortalidade infantil, o número de pessoas idosas a morrerem sozinhas em casa, sem qualquer tipo de assistência e apoio, etc.

Todo este retrocesso civilizacional em nome de quê e de quem?

Eu respondo, em nome de todos aqueles falsos liberais que sempre se sentiram mais confortáveis com um mundo à parte para eles, com cidades cheias de ilhas, onde podem usufruir do que melhor que existe no planeta, que sempre sonharam com o regresso a um mundo sem democracia e sem direitos humanos, com cidadãos de primeira, segunda, terceira e até de quarta.

O óleo é de Volker Stelzmann.

sexta-feira, setembro 23, 2011

"Profetas" do Borda de Água


Há poucos minutos passou lá fora um "amola tesouras" com a sua "jinga", e claro, a gaita, que anuncia chuva...


Não dava muito jeito chuva para amanhã, mas se for essa a nossa sina, não há nada a fazer. Reparo que sempre que ouço está música característica, o tempo faz o pino, lava as ruas (estão bem precisadas, pelo menos as de Almada...) e obriga-nos a abrir o chapéu de chuva.

Talvez estes "profetas" do Borda de Água tenham mesmo alguma linha aberta para o S. Pedro...

O óleo é de Greg Gandy.

quarta-feira, setembro 21, 2011

Teimosias Antigas


Porque será que os que teimam em manter-se no outro lado da barricada, vendo diariamente "gente sub-humana" a querer qualificá-los de estúpidos ou de parvos, apenas por não se moverem por interesses, por não precisarem da presença de uma câmara a filmar para ajudar uma velhinha ou um cego a atravessar a rua, não desistem?


Será apenas por teimosia?

Todos os indicadores da sociedade actual indicam que se formos uns bons "filhos da puta", a vida é muito mais fácil. Sentimos-nos quase como "peixes dentro de água", por muito lodoso que seja o rio, lago ou oceano...

Entrei na velha divisão e consegui sorrir, ao olhar os rostos antigos de um álbum de fotografias. Acariciei as fotografias e pensei que é preciso resistir, mais que nunca, porque nunca houve tantos no mundo inteiro a querer matar a democracia, a sonharem num mundo apenas de meia-dúzia...

O óleo é de Kjetil Jul.

terça-feira, setembro 20, 2011

Ler com os Olhos e com as Mãos


As pessoas que não sabem ler, olham para a realidade com outras cores.


Provavelmente cores mais simples, mais próximas dos elementos naturais que nos rodeiam, e que nem sempre olhamos com olhos de ver.

Penso que as pessoas que não conseguem juntar letras e formar palavras, lêem o mundo com os olhos e com as mãos...

O óleo é de Vicente Romero Redondo.

segunda-feira, setembro 19, 2011

Quem Diz a Verdade...


Embora o provérbio diga que: «quem diz a verdade não merece castigo», nem sempre é assim. O mundo está cheio de gente que prefere que lhe contem mentiras, que a verdade, especialmente se ela for crua e dura.


Não era para falar nisso, mas depois de assistir ontem ao espectáculo televisivo de biomecânica, sobre a qualidade Cristiano Ronaldo, senti que devia dizer qualquer coisa, até por ser uma das pessoas que não ficaram chocadas com a reacção do jogador português, aos gritos e insultos em Zagreb, mas cada vez mais comuns em Espanha e por esse mundo fora.

Cristiano apenas disse a verdade. Têm inveja dele porque é rico, bonito e um grande jogador. Por exemplo o Messi, é rico e um grande jogador, mas parece um "rato", estando distante dos parâmetros de beleza da nossa sociedade.

Mas isso nem é o mais importante. O que é extraordinário é a resposta que ele dá a quem o insulta. Até lhes dedica golos. Só conheço um caso idêntico entre os nossos profissionais, e já arrumou as botas, Luís Figo.

Os futebolistas com esta capacidade mental, sabem o que valem, não precisam de ler jornais ou de serem levados ao colo pelos adeptos para jogarem bem...

sábado, setembro 17, 2011

Olhar para Dentro do Espelho


Quando ela me perguntou com ar de caso: «somos nós que mentimos ao espelho ou é ele que nos mente a nós?» Sorri.


Depois disse: «ambos mentimos, as percentagens é que variam de pessoa para pessoa.»

Ela deixou cair o ar de caso e sorriu.

Na imagem a Greta Garbo e o espelho...

sexta-feira, setembro 16, 2011

A Insuficiência


Ninguém pensa que a impossibilidade de se prestar um bom serviço, em qualquer serviço público, está distante da ladainha que todos aprendemos (e muitas vezes sentimos na pele...): «esta maltinha não quer fazer nada e ainda por cima está sempre mal disposta.»


Ninguém se lembra que o trabalho que era feito há dez anos por dez pessoas, hoje é feito apenas por três, quatro. E em muitos casos tal é humanamente impossível, pelo que quem sente na pele a "música de serrote" dos governos, da existência de funcionários públicos a mais, é o utente que se dirige a um centro de saúde, a uma repartição de finanças, a uma escola ou a uma delegação da segurança social.

E ainda temos de contar com a desmotivação - muitas vezes a caminho da depressão - de quem trabalha o triplo de uns senhores que passam o dia num gabinete calmo (a fingir que são úteis e que apenas são responsáveis pelas coisas boas de cada serviço...) e ganham três vezes menos.

Parece que finalmente alguém "descobriu" os muitos gabinetes povoados de inúteis, que receberam um bom emprego como prémio da fidelidade "canina" ao partido e não pela sua competência ou formação.

Parece, porque o que nos tentam colocar à frente dos olhos nem sempre é a realidade. Nem sequer sabemos se estes cortes atingem os "bois"..

O óleo é de Carlos Zauny.

quinta-feira, setembro 15, 2011

A Ausência


Dez números diferentes marcados para a mesma entidade pública e ninguém atende o telefone. Meio a brincar disse para a minha sombra: «será que se esqueceram de pagar a conta?» (espera, se isso acontecesse, ouvia-se aquele som intermitente, de ocupado...).


Ou será que anda tudo "maluco", por causa deste calor insuportável? Pensei que também poderiam ser os efeitos da reforma da administração central anunciada, com a eliminação de mais de 1.700 cargos dirigentes na tal administração. Sorri a pensar que, com uma notícia destas, a "boiada" do bloco central devia andar a trepar paredes...


Mas isso não implicava esta "ausência", não são eles que atendem os telefones. Será que decidiram "fechar" a loja, antes de tempo e proibiram o contacto - mesmo telefónico - dos seus subordinados com o exterior como retaliação?

O óleo é de Kenny Harris.

terça-feira, setembro 13, 2011

Verão em Setembro


Setembro está a ser um bom mês de férias para quem ainda anda a banhos pelas praias.


Recordei-me que há muitos anos que não faço férias em Setembro.

Nos meus dois primeiros anos de trabalho a sério fui "obrigado" a gozar férias em Setembro, porque era demasiado novo para fazer parte da lista "privilegiada" de Julho e Agosto.

Era jovem e nem me incomodei muito. Até gostava de sair da praia quase ao anoitecer...

E como era boa a sensação de ter uma praia quase só minha.

O óleo é de Mike Briscoe.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Poesia com Limites


Hoje perguntaram-se se era capaz de imaginar como seria o mundo, se não tivesse existido a tragédia de 11 de Setembro de 2001.


Antes de responder pensei que era capaz de ser um lugar mais seguro e livre.

Claro que era a minha visão poética a falar.

Quando me lembrei da dupla W. Bush e Bin Laden, percebi que a estupidez humana continuaria presente e quase sem limites. Existiriam sempre oportunidades e motivos (com e sem invenções) para organizar a invasão ao Iraque e ataques terroristas.

O óleo de uma Nova Iorque com as Torres é de Deborah Brown.

domingo, setembro 11, 2011

Um Dia em que Perdemos Tanto...


Se há um dia no nosso tempo que simboliza perda, esse dia é o 11 de Setembro.


Perdemos todos tanto. E não estou a falar apenas das vidas que se perderam em Nova Iorque, Londres, Madrid, Iraque, Afeganistão, Índia, Paquistão, Israel ou Palestina.

Estou a falar no retrocesso civilizacional, na forma como voltámos a encarar o outro - e até a nossa própria sombra. A liberdade individual levou um grande abanão, voltámos a ser olhados de lado (e a olhar...) pela nossa cor de pele, pela religião que escolhemos, pelas roupas que usamos e até pela nossa origem, pela terra onde nasceram os nossos pais e avós.

Mas o pior, é que olho para o Mundo dez anos depois e fico com a sensação que se aprendeu tão pouco com o 11 de Setembro.

Nem precisava de escrever nada, esta imagem diz quase tudo (não é por acaso que foi imortalizada com uma estátua)...

Também podem ler-me aqui e ali.

sábado, setembro 10, 2011

O Querer Ser Alguém, o Querer ser Alguma Coisa...


Quando somos crianças, queremos ser tudo, ainda não conseguimos dividir muito bem as linhas que separam o possível do impossível, o que é óptimo, diga-se de passagem. Queremos ser isto e aquilo muito pelo que nos vai acontecendo e pela forma como nos mostram o mundo. Nos tempos de glória Eusébio (tal como hoje nos de Cristiano Ronaldo...), era fácil querermos ser craques de futebol, tal como quando o Armstrong pisou a Lua, todos falarmos em ser astronautas.

A proximidade também faz milagres, se formos vizinhos de um bombeiro, daqueles que correm para o quartel assim que soa a sirene (algo que desapareceu com o profissionalismo desta função humanitária...) e os vemos pendurados nos carros que circulam a alta velocidade dentro e fora das cidades, pelo menos nesse dia queremos andar por aí a apagar fogos e a salvar vidas. O mesmo se passa com o polícia que prendeu um ladrão perigoso. Por um dia, queremos prender todos os bandidos deste mundo.

Na adolescência as coisas começam a mudar, quando tudo nos é possível, alguns sonhos tornam-se aparentemente realidade. É nesta altura que fazemos parte de bandas de música barulhenta, mesmo sem termos grandes noções técnicas da coisa. Queremos ser alguém (não é de hoje o desejo de sermos famosos, deve ser de sempre...), queremos sair da mediania, mudar para uma cidade grande se vivemos num sitio pequeno, viajar para uma das várias capitais do mundo se já vivemos num grande centro urbano.

Na idade adulta, continuamos a abraçar os sonhos, a querer ser isto e aquilo. Mesmo que a vida nos empurre para lugares distantes, mantemos sempre o sonho secreto de um dia sermos isto ou aquilo... mesmo que ele se vá afastando cada vez mais de nós.

É por isso que penso que enquanto conseguirmos alimentar a ilusão que a sorte também pode cair do céu, como a chuva, será sempre mais fácil sorrir para o mundo que nos cerca.

O óleo é de Jenness Cortez.

quinta-feira, setembro 08, 2011

O Risco de Brincar aos "Cowboys"


Na continuação da "caricatura" que cabe em tantas aldeias, nas quais o café continuou a ser o prolongamento da taberna, sei que só me restam duas alternativas quando voltar ao "Texas Bar": ser contemplado com alguns mimos pelos homens do "sallon", ou então ser obrigado a pagar uma rodada a toda aquela malta, que finge gostar mais de cartas que de mulheres.

quarta-feira, setembro 07, 2011

O "Texas Bar"


Há nomes perfeitos para alguns cafés. Não consigo imaginar um melhor para o café de aldeia, que aquele, "Texas Bar", tão característico de um lugar que ultrapassou o preto e branco, mas fica-se pela cor dos "westerns" quase românticos de Sérgio Leone.


Faltarão talvez umas moçoilas com aqueles vestidos brilhantes e rendados, para servir aquela imensidão de machos, sentados nas mesas, enfeitiçados pelas cartas dos baralhos. Só desviam a atenção quando vêm entrar um forasteiro, olhando-o como se lhe tirassem medidas e a pinta, de bom ou mau "atirador".

Claro que nem tudo é perfeito. Quando chega a festa da aldeia as raparigas de Lisboa dão cabo daquele refúgio, ao entrarem por ali a dentro, como se pertencessem aquele mundo. Muitas delas ainda por cima aparecem de calções ou mini-saia, como se se candidatassem à empregadas de mesa e de mais qualquer coisa do sitio.

Os clientes do "Texas" falam alto, sorriem, gritam, barafustam, mas reparo que tentam não dar grande atenção às mulheres, como se existisse um código masculino para as ignorar. Nem tão pouco as olham de lado como fazem a forasteiros, como eu. Sim, surpreendo-os a olharem-me por cima das cartas, com olhares furtivos e desconfiados, como nos "sallons" que encontramos nos filmes.

Como qualquer bom pistoleiro, daqueles que não falham uma garrafa de vidro a cem passos, não desarmo, não os perco de vista, obrigando-os a recolherem o olhar e a escolherem outra paisagem humana...

terça-feira, setembro 06, 2011

O Preço da Cultura


Houve dois pormenores nesta minha viagem pelo Norte, que me deixaram a pensar, que dentro de pouco tempo tudo terá um preço, de museus a monumentos, até pelos custos da sua manutenção e recuperação.


Claro que isto acabará por ter um peso forte nas economias locais, pois a diminuição do turismo também representará quebras (ainda mais...) assinaláveis no comércio local, na restauração e na hotelaria.

Poderia dizer que: «quem tudo quer tudo perde.» Mas poderá nem ser o caso. É preciso sim, ser inteligente, ter uma visão mais abrangente e ir ao encontro das pessoas. Só com uma melhor promoção do que existe de bom nas localidades portuguesas, e também com uma oferta mais convidativa, se conseguirá obter frutos da cultura.

Mas vamos lá então aos dois pormenores. É natural que estando em Vila Real, tentasse visitar o Solar de Mateus. Quando entrei com o carro nos seus portões, um funcionário mandou-me parar e disse que a visita aos jardins era seis euros, ao solar nove e se quisesse levar o carro até ao Solar teria de pagar mais dois euros.

Claro que voltei para trás. Não fiquei muito incomodado. Pensei que se tratava de um investimento privado e que os seus donos poderiam taxar os seus produtos como lhes fosse mais conveniente. Provavelmente não pretendem "popularizar" a sua propriedade e fazem muito bem. Nós também só visitamos o que queremos.

O segundo passou-se em Castelo Branco, quando fomos surpreendidos pelo pedido de dois euros, para visitarmos o seu Jardim, no centro histórico. Percebi que na zona estava tudo taxado a dois euros por pessoa, inclusive o Museu Manuel Cargaleiro, que visitámos. Não percebi a razão de ter de pagar dois euros, por um jardim que já foi público...

Faz-me confusão a noção que esta gente tem dos bens culturais e do seu preço. Como têm vários espaços que se podem visitar, porque razão não vendem um bilhete único (que até podia custar cinco euros), mas onde nos fosse possível ver todos os museus e o respectivo jardim?

Estes casos trazem-me sempre à memória o Cristo-Rei, aqui em Almada, em que mais de 80% dos visitantes não sobem ao monumento. Acreditem que não se trata de um problema de vertigens, mas sim do preço que é pedido...

segunda-feira, setembro 05, 2011

As Coisas Boas que Merecem Ser Contadas


Visitar um Museu com um guia é completamente diferente de o fazermos entregues à nossa sorte. E se se tratar de um lugar mais dado a especificidades, ainda é maior a diferença, como é o caso do "Parque Arqueológico do Vale do Côa".


Foi graças ao guia que nos acompanhou no museu de manhã, tal como ao seu colega que nos transportou de jipe, depois do almoço, para Penascosa e nos mostrou as gravuras, com sabedoria e também boa disposição, que a visita ao Parque foi muito mais gratificante.

Redescobrimos um Castelo Rodrigo recuperado, talvez um pouco moderno, mas bem mais acessível a todos visitantes.

O Douro é um rio especial (não é como o meu Tejo, mas também não fica mal na fotografia...), extremamente belo, visto de todos os ângulos e direcções, inclusive no meio das suas águas.

Lamego é sempre monumental, especialmente o seu Santuário da Nossa Senhora dos Remédios.

Não conhecíamos Trancoso, nem tão pouco fazíamos ideia que era uma Vila abraçada ao seu Castelo. Foi mais uma agradável surpresa.

Também passei por Alpedrinha, por razões sentimentais. O meu pai falava muito desta Vila, que nunca visitáramos. Descobri vários pontos de interesse, que serão explorados numa próxima passagem pela Beira.

Já de regresso a casa, ainda visitei o "Museu Manuel Cargaleiro", em Castelo Branco, um artista plástico de renome mundial, com uma costela da Beira e outra de Almada. Um espaço moderno que merece ser visitado, pois mostra-nos várias vertentes artísticas de Cargaleiro.

domingo, setembro 04, 2011

Passeio pelo Interior Norte


Depois de termos passado o fim de semana no nosso refúgio da Beira Baixa, resolvemos partir à aventura, durante quatro dias, pela Beira Alta e pelo começo de Trás-os-Montes.


Havia dois momentos especiais no passeio: a visita ao Museu e às Gravuras Rupestres de Vila Nova de Foz Côa e um passeio de barco pelo Douro.

Pelo caminho fomos passando por várias localidades bonitas e agradáveis, umas desconhecidas e outras que já não visitavámos há bastante tempo (Guarda, Pinhel, Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, Pocinho, Torre de Moncorvo, Pinhão, Régua, Vila Real, Lamego, Trancoso - um belo acaso...-, Celorico da Beira, Alpedrinha, Castelo Branco, etc).

Só na quinta-feira é que apanhámos alguma chuva, mas nada de muito preocupante...

Uma bela viagem pelo nosso Portugal mais escondido.

quinta-feira, setembro 01, 2011

A Cópia


Também gosto muito desta "cópia".


É de artista, fazer uma obra com esta beleza, como foi o caso de Jenness Cortez.

É uma homenagem e um aplauso a Andrew Wieth. Não acham?