quinta-feira, janeiro 21, 2021

As Mercearias de Bairro Voltaram a ser "Especiais" (será?)...


Desde o primeiro confinamento que fiquei com a sensação de que a limitação de movimentos obrigatória nos tinha "empurrado" para as "velhas" mercearias de bairro.

Quase um ano depois - e de novo confinados - dou comigo a pensar que pode ser apenas uma "coisa minha", e talvez as coisas não tenham mudado assim tanto, por esses "bairros" fora...

Posso ter sido apenas eu a "mudar"... E a voltar a frequentar a mercearia do meu bairro...

E por acaso até já escrevi sobre esta loja especial aqui no "largo" (a propósito do dono, rapaz que vi crescer e era filho da senhora que me tornou cliente, muito graças à simpatia e jeito para o "comércio", coisa que ele herdou...). 

É por isso que o que eu queria mesmo era "generalizar". Mas como não sei se é assim em todos os bairros, é melhor não "inventar". Há sempre a possibilidade de "os outros" não terem tido a nossa sorte...

Embora deva confessar que não se tratou de "amor à primeira vista". A mercearia foi-se tornando importante para nós, aos poucos. Primeiro apenas quase como "padaria" (tem um pão alentejano do Cercal delicioso...), e só depois como "loja de tudo". Como os preços não são muito altos (senti-me várias vezes "enganado" por gente que pensa que somos todos "parvos" e vendem as coisas ao dobro do preço dos supermercados e das grandes superfícies comerciais...), e a fruta e os legumes têm bom ar, é fácil levar sempre mais qualquer coisa...

Mas talvez seja a familiaridade que se vai ganhando, dia após dia (algo que só raramente se conquista com a caixa de qualquer supermercado), que torna as mercearias de bairro especiais...

(Fotografia Luís Eme - Cacilhas)


2 comentários:

  1. Na minha zona não há mercearias de bairro. A última fechou no em 1999. Só um minipreço, a Lidl, um chinês com frutas, e um Modelo Continente. não sei se lá em baixo no Barreiro haverá alguma, mas com tantos superes, duvido.
    Abraço, saúde e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  2. Sammy, o paquete22/01/21, 13:46

    Para já ainda está a salivar por causa desse pão alentejano do Cercal, juntava-lhe umas azeitonas temperadas como ele gosta de as preparar, um queijinho, um copinho de tinto e dirá que é uma entrada que nem dos restaurantes a armar ao pingarelho se encontra, depois dizer que mesmo antes de nos ter acontecido esta praga civiana, sempre entendeu que era importante fazer compras num lugarzinho, dois prédios ao lado daquele em que vive, de jovens nepaleses pela importância de estar à mão quando nos esquecemos da salsa para as pataniscas de bacalhau, depois lembrar Orson Welles quando, há largos anos, nos fez lembrar que neste mundo das grandes superfícies, haverá o dia em que teremos saudades do merceeiro da nossa rua.

    ResponderEliminar