segunda-feira, maio 31, 2021

Uma Leitora Amante do Tejo...


Na minha caminhada de final do dia acabei por passar por sítios diferentes e quando já estava a chegar a casa, fui surpreendido por uma jovem que lia, tendo como fundo a Lisnave e o Tejo.

Apeteceu-me "roubar-lhe" uma fotografia mas achei que não devia. Até porque ela reparou que eu me estava a aproximar. 

Foi por isso que lhe perguntei se podia tirar-lhe um retrato, com ela, completamente absolvida pela leitura (como estava antes de me aproximar...). 

Ela meio surpreendida, disse-me que sim, e voltou à leitura, tentando fingir que eu não estava ali...

Depois agradeci-lhe com um sorriso e continuei a minha marcha...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


domingo, maio 30, 2021

Dois Pesos e Duas Medidas


O que aconteceu no Porto nos últimos dias coloca mais uma vez tudo em causa, graças à "dualidade de critérios" dos nossos governantes e das nossas polícias. 

Quem vem de fora, desde que gaste uns euros em restaurantes, bares e hotéis, pode esquecer o uso de máscara e o distanciamento social... até mesmo em transportes e recintos fechados, com a conivência dos comerciantes e das autoridades. 

Mas é muito triste percebermos que existem dois pesos e duas medidas, em relação à forma como se lida com a pandemia. E que quando chega a hora da verdade, o dinheiro é mais importante que a saúde...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, maio 29, 2021

Os "Grandes Educadores"...


Desde sempre que sou ligeiramente rebelde. Recordo-me de na infância "chocar" alguma família, por dizer o que pensava. Se não gostava de algo, dizia-o sem problemas, sem sonhar que existia essa coisa do "politicamente correcto". 

Talvez o facto de ainda se viver em ditadura, contribuísse para todo aquele mundo, cheio de coisas fechadas dentro de armários. Acho que só os meus pais é que não se importavam muito por eu já dar sinais de querer pensar pela minha cabeça.

Um dos meus tios, na época ainda solteiro, embirrava com esta minha rebeldia e sempre que podia tentava pôr-me na ordem. Infelizmente a vida ensinou-o e nunca conseguiu ser com os filhos, o tal "grande educador" que se imaginava...

Lembrei-me disto porque o tempo exagerado que os meus filhos levam no banho, veio à baila (dito por mim no meio de uma conversa sobre os nossos desperdícios ambientais...). Quando eu disse que apenas lhes falava que um dia, talvez daqui a dez ou vinte anos, eles iriam perceber, que podiam e deviam ter poupado mais água nos banhos, uma das pessoas achou que eu devia desligar o esquentador ao fim de alguns minutos, para perceberem. Não concordei nada. Disse que iria arranjar apenas mais um problema e que não resolveria coisíssima  nenhuma. Até eram capazes de começar a tomar banho quando eu estivesse fora de casa... 

Mas o "grande educador", com idade para ter mais algum juízo, insistiu em "culpar-me", por não contribuir para um ambiente mais sustentável. 

Antes de mudar de conversa ainda me lembrei da sabedoria popular, "de que não é com vinagre que se apanham moscas"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quinta-feira, maio 27, 2021

As Palavras que Estão Dentro das Fotografias...


Estava a organizar algumas das fotografias que fui tirando nos últimos dois anos, quando, no meio de tantas imagens descobri uma, que apesar de ter sido tirada pouco tempo antes do "inferno pandémico" que invadiu o mundo, tem muito de simbólico destes tempos.

Sei que nem todas as fotografias conseguem dizer muito, sem palavras (que não precisam de ser mil...). Mas esta "fala" sobre uma mão cheia de coisas que nos marcaram no último ano.

Num primeiro olhar somos logo invadidos pela solidão, pelo abandono e pelo vazio. Mas esta mesa e estas cadeiras, abandonadas num velho pátio, conseguem ser ainda mais reveladoras: "falam" da ausência de pessoas nas mesas de café, onde se conversava, lia o jornal ou simplesmente se olhava em volta, fala da ausência de "mundo"...

Felizmente a vida está a voltar, lentamente...

(Fotografia de Luís Eme - Trafaria)


quarta-feira, maio 26, 2021

Nem Portugal é uma "República das Bananas" nem os "Portugueses são uns Bananas"


Embora perceba a nossa dependência económica em relação ao turismo, estou longe de concordar com a postura de governantes como António Costa (e outros membros do seu governo...), que só faltou estender a "passadeira vermelha" aos ingleses no Algarve. 

É por causa desta postura subserviente em relação ao exterior, que alguns dos nossos visitantes pensam que estão numa "República das Bananas". E para piorar a questão, a nossa simpatia - muitas vezes exagerada... - faz com que alguns ingleses, holandeses  e alemães pensem que os "portugueses são uns bananas".

Quando reparo que 90% dos estrangeiros com quem me cruzo (a maioria jovens) não usam máscara, quando a regra não é bem essa (só se dispensa a máscara quando é possível manter a distância social...), fico a pensar que fazem isso porque ninguém lhes chama a atenção. Se a polícia fizesse o seu papel nas ruas (com multas e tudo), talvez eles começassem a pensar, que afinal, não somos "bananas" nem vivemos numa "república delas"...

Claro que não é de agora esta postura dos estrangeiros. Os holandeses no país deles dizem que nós o que queremos é "sol, praia e cerveja". Mas depois vêm para cá, e além do "sol, da praia e da cerveja" (esqueci-me das mulheres, como muito bem a Té escreveu, embora sejam elas, muitas vezes louras, que têm um certo fascínio pelos latinos do mediterrâneo...), ainda gostam de provocar desacatos, infringindo as regras que cumprem no seu país. Os ingleses e os alemães, embora não nos tenham passado o mesmo "carimbo" que os holandeses, têm o mesmo comportamento. Se no país deles não deitam nada para o chão, por cá gostam de deixar rasto por onde passam, com latas e garrafas de bebidas (muitas vezes partidas...).

Sei que fazem o mesmo em Espanha, Grécia ou Itália. 

É por isso que me faz muita confusão que esta gente de pele e cabelo clara, não saiba saborear e respeitar a liberdade que se vive no Mediterrâneo...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, maio 25, 2021

Usar os "Novos Sons do Cinema" como Desculpa...

Ontem ao fim da tarde voltei a pensar em "cinema", graças ao som que o meu filho fazia, a "degustar" (devorar é mais apropriado) pipocas a poucos metros de mim, enquanto se divertia com os amigos a jogar on line. Primeiro pensei que há muito tempo que não comia estas coisas crocantes e irritantes, (sem sentir saudades...). E depois veio o cinema... 

Foi quando bati de frente com a realidade: há vários anos que não visitava salas de cinema... Podia usar as pipocas como desculpa, mas não era suficiente. Até porque elas já faziam parte do "pacote" nas últimas vezes que lá entrei (como acompanhante dos meus filhos. A minha filha já está com dezasseis anos, pelo que há uns quatro ou cinco, que não me sento e espero que apareça "cinema" depois de desligarem as luzes).

Sei também que não se trata um problema cinematográfico (os filmes continuam a ser o que mais "consumo" na televisão...). É por isso que não é nada agradável dizer que  não sinto saudades de ter vontade de ir ao cinema verdadeiro (esse mesmo do écran gigante)... 

Não é difícil encontrar desculpas. A maior de todas talvez seja o som ensurdecedor (eu, que sou o surdo cá de casa, continuo incapaz de ouvir música "para toda a vizinhança", ou ver filmes com gritos, choros, gargalhadas ou tiros, quase encostados ao meu ouvido...

Talvez seja apenas mais um sintoma da velhice, pois o cinema que eu gostava, já não existe. Esse mesmo em que a sala era quase um templo e o silêncio exterior uma regra quase inquebrável (o barulho das emoções não conta)...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


segunda-feira, maio 24, 2021

«Já quase que não há profissões para quem não sabe fazer nada»


Quando o Carlos me disse, «já quase que não há profissões para quem não sabe fazer nada», sorri, a pensar que havia alguma verdade, naquele aparente exagero.

Há mais máquinas a fazerem algum trabalho duro que era humano (especialmente na indústria e na agricultura), e mal pago. Mas também existem "máfias" que controlam muito daquele trabalho que se tornou mediático nos últimos tempos, devido às péssimas condições em que muitos emigrantes vivem no Alentejo, e só dão trabalho "aos seus"...

Quando ouço alguns empresários da agricultura sazonal, excessiva e extensiva, a dizerem que "os portugueses não querem trabalhar", sei que eles estão a jogar com as palavras como os populistas, usando meias-verdades e meias-mentiras. Eles nem se quer se preocupam em dar trabalho a quem é cá de dentro, porque por muito pobre que se seja, não se aceita trabalho mal pago e a roçar a "escravidão". Querem é que o trabalho seja feito com o mínimo custo possível (bom dia capitalismo!), sem se preocuparem com as origens ou qualidade de vida dos trabalhadores.

Olhando para a nossa sociedade, deixando para trás estes péssimos exemplos, há profissões que acabaram, quase definitivamente, especialmente na indústria (eu sei do que falo, Almada foi durante anos um grande centro de indústria naval...), mas apareceram outras, graças ao envelhecimento da população. Há muita gente que trabalha para associações que prestam serviços de apoio domiciliário, que antes não existiam. Fico sim, com a sensação que se inverteram os papéis, antes havia mais trabalho masculino e agora há mais feminino.

Claro que nada do que escrevo teve qualquer tratamento sociológico, é apenas baseado no que o "meu olhar alcança" e nas conversas que começam a regressar com alguns amigos, mesmo que a maioria continue a ser ao telefone...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


domingo, maio 23, 2021

O Cinema, o Teatro, a Televisão e as Emoções...


Embora o cinema e o teatro "sejam a fingir", continuam a um ser dos poucos espectáculos onde ainda se faz o "jogo da verdade", usando e abusando dos percalços  da "vida", para mexer e remexer com as nossas emoções. 

Quando os actores e os argumentos são bons, não é uma coisa do outro mundo, chegarmos quase às lágrimas (ou ver mesmo uma ou outra a quererem escapar...), sentirmos vontade de dar um grito de raiva ou um salto de contentamento.

Embora a "televisão-espectáculo", se tenha tornada perita na exploração de emoções, elas são de tal forma primárias, que raramente consegue ir tão longe como os bons filmes e as boas peças. Continua fiel ao "fado da desgraçadinha", sem conseguir dar o desejado um passo em frente.

É por isso que quase só nos resta o cinema e o teatro para nos imaginarmos dentro de "outras vidas", para sentirmos que ainda somos humanos. Mesmo que nos ofereçam "exageros" e "outras verdades", não recorrem ao que é mais fácil, para mexer e remexer com as nossas emoções...

(Fotografia de Luís Eme -  Almada)


sábado, maio 22, 2021

O Teatro dos "Impossíveis"...


Antes de vir aqui ao "Largo", estive a escrever mais algumas linhas de duas peças de teatro, a que vou acrescentando personagens e coisas do quotidiano, quando me aparece aquela coisa a que chamamos "inspiração".

Quando parei de escrever fiquei a pensar que tenho a ideia parva de que o "absurdo" cabe mais dentro do teatro que noutras histórias mundanas que escrevo. 

Sem ter uma explicação normalizada, penso que é uma coisa quase intuitiva, sinto que posso "estender mais a manta", andar mais perto da rua dos "impossíveis", como se só no teatro é que tudo fosse permitido...

(Fotografia de Luís Eme - Arealva)


sexta-feira, maio 21, 2021

O que a gente da televisão diz (e escreve) para vender livros..."


Por um mero acaso ouvi o José Gomes Ferreira (há minutos na televisão...), esse mesmo, o  "especialista" em economia e finanças, que agora também é "historiador de lugares comuns".

O jornalista estava a "vender o seu peixe", ou seja um livro que escreveu sobre alguns factos históricos e muitas lendas, com a mesma convicção com que nos costuma oferecer as suas "certezas" sobre o nosso país e os nossos governantes.

O que achei mais curioso, foi vê-lo todo "cheio de si", como se fosse a primeira pessoa a afirmar que Pedro Álvares Cabral não descobriu o Brasil. Qualquer pessoa com algum conhecimento sobre história sabe que o Brasil foi descoberto antes do ano de 1500 (o Tratado de Tordesilhas é o grande indicador, mas existem mais provas, conhecidas por todos os historiadores que se dedicam à investigação da nossa epopeia marítima...).

A pensar neste e noutro Zé (Rodrigues dos Santos), acabei a sorrir para o quadro da parede que está à minha frente, com vontade de exclamar: "O que a gente da televisão diz e faz para vender livros..."

(Fotografia de Luís Eme - Seixal)

quinta-feira, maio 20, 2021

Um Discurso sem "Máscaras"



O discurso de hoje de vitória do presidente do Sporting nos Paços do Concelho, é apenas o último exemplo da falta de nobreza e de respeito que existe no futebol, pois, mais uma vez, para se exaltar uma vitória no campeonato de futebol, foi preciso trazer a público os adversários e os seus maus exemplos. 

Hoje era o dia do Sporting, e só do Sporting.

O presidente do Sporting poderá continuar a dizer que é "diferente" dos outros, mas hoje aproximou-se mais do que nunca de Luís Filipe Vieira e de Jorge Nuno Pinto da Costa. 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, maio 19, 2021

Quando Sabemos Pouco Sobre os Outros...


Hoje enquanto tomava café acabei por ficar mais alguns minutos na esplanada, a trocar algumas palavras com um vizinho.

É engraçado, como em apenas dez minutos podemos ficar a saber mais da vida de alguém que em uma dúzia de anos de convivência (claro que quase se resumia ao bom dia e boa tarde...)...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


terça-feira, maio 18, 2021

Notícias: Mais uma (entre várias) Vergonha Televisiva


Como é que é possível - neste tempo em que é necessário estabelecer mais combates na batalha da "desinformação" -, que  exista cada vez menos rigor e cuidado a redigir e a difundir as notícias televisivas?

O normal começa a ser visualizar e escutar uma notícia, e chegar ao fim, cheio de dúvidas, sem perceber  o que realmente aconteceu. E isto acontece em todos os canais, não é um exclusivo do "correio manhoso" (que se acha a "televisão de deus" e quer estar em toda a parte e faz das notícias "telenovelas"...).

Será que nas redacções não existem chefes capazes de exigir, clareza, simplicidade e exactidão, na difusão de qualquer notícia?

Será que os cinco mandamentos informativos do jornalismo foram deitados para o lixo (Quem? O Quê? Onde? Quando? Porquê?)?

(Luís Eme - Cacilhas)


segunda-feira, maio 17, 2021

A Estupidez e o Egoísmo dos Homens...


Faz-me muita confusão este estado quase permanente de guerra entre os estados isrealistas e palestinianos. 

Embora toda história deste conflito faça com que esteja do lado do mais fraco, sei que há culpas das suas partes,  e que no fim, vence o mais forte...

Acredito que se fosse israelita mudava de país. Não queria estar ali, a assistir permanentemente a uma guerra estúpida e a viver em constante alvoroço. 

Tal como fez o escritor Amos Oz, sei que também me perguntaria, como seria se eu fosse um deles...

(Fotografia de Luís Eme - Arealva)


domingo, maio 16, 2021

Hoje era Teatro...


Não faço a mínima ideia do porquê, mas nas manhãs de domingo, acordo quase sempre cheio de ideias. Dessas mesmo, das que fingem querer entrar em qualquer história.

Hoje era teatro, e podia ser sobre um primo do Marcelo, porque era um político que detestava a ideia de ser confundido com um "actor", porque ele se sentia muito mais que isso, era sem qualquer dúvida um artista multifacetado. Apesar de ser pouco dado às coisas físicas e um péssimo desportista, sentia-se "acrobata", "malabarista" e "ilusionista", e uma ou outra vez, "palhaço"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, maio 15, 2021

Querer Guardar o Mundo Dentro de uma "Máquina"...


Uma das coisas que mais me surpreendeu enquanto estava a organizar as minhas fotografias foi descobrir vários rostos desconhecidos, "apanhados" por estarem a passar no sítio certo ao segundo certo,  ou então por terem uma "luz", das que conseguem dar "vida" a qualquer imagem.

Por norma quando coloco pessoas dentro das minhas fotografias, elas ou estão de costas ou de lado. Mas muitas vezes é impossível desviar a máquina dos rostos das gentes que passam (e Lisboa era um corrupio de gente antes da pandemia...).

Não deixa de ser curioso, que neste tempo em que se tenta guardar tudo o que vêm os nossos olhos dentro de um telemóvel ou de uma máquina fotográfica, é quando existe menos à vontade para retratar pessoas (talvez tenhamos mais noção de estarmos a "roubar" algo que não é nosso)...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, maio 13, 2021

«Não dês comida ao monstro que tens dentro de ti»


Quando estava a preparar o café da manhã e olhava para sítio nenhum, que fica para lá da janela larga da cozinha, lembrei-me das nossas imperfeições e de como somos incapazes de resistir a apelos estranhos e negativos, que surgem, vá-se lá saber donde. Diz-se que são coisas do diabo, que tal como deus, parece conseguir estar em todo o lado...

Foi quando me lembrei de um dos meus "anjos da guarda" (fui tendo vários ao longo da vida. e dos bons...), que no meu segundo emprego, não só me ensinava coisas do trabalho como também da vida... Era novo e chateava-me com facilidade, qualquer injustiça me revoltava contra  mundo.

Era quando ele me sorria e dizia: «Não dês comer ao monstro que tens dentro de ti.» 

Acabávamos os dois a sorrir. Nunca esqueci esta expressão...

(Fotografia de Luís Eme - Fonte da Pipa)


quarta-feira, maio 12, 2021

Inclassificável


Agora é fácil culpar a PSP, o Fernando Medina, o Eduardo Cabrita (neste momento a personagem política com as costas mais largas do país...), como se fossem eles que chamaram toda aquela multidão para a rua.

Nada justifica o que aconteceu ontem, até por continuarmos em "estado de calamidade". 

Pode ser que aconteça algum milagre, mas o normal é que se multipliquem as infecções, um pouco por todo o lado (as "casas do Sporting" de Norte a Sul encheram-se de adeptos, com muitas saudades de repartirem a alegria das vitórias e dos títulos com os amigos). Naturalmente, no calor da vitória, muita gente esqueceu-se da obrigatoriedade do uso de máscaras, do distanciamento social e de todas as outras recomendações da DGS...

Os principais culpados do que aconteceu ontem e se prolongou para hoje, somos todos nós. Não é a PSP, muito menos o Medina ou o "desgraçado" do Cabrita.

(Fotografia de Luís Eme - Costa de Caparica)


terça-feira, maio 11, 2021

A Conjugação de uma Série de Factores Tornou o Sporting Campeão (com todo o mérito)


A conquista da Primeira Liga de Futebol pelo Sporting, fez-me lembrar, a espaços, a vitória do Leicester na Liga Inglesa na época de 2015/16, treinado por Claudio Ranieri.

Segundo as palavras do seu treinador, Ruben Amorim, o Sporting estava em quarto nas contas das "casas de apostas", apenas com três por cento... Isso diz muito sobre o mérito desta vitória inesperada.

No começo quando se compararam os planteis e os orçamentos dos clubes, percebeu-se que o Benfica e o FC Porto estavam noutro patamar e vaticinava-se uma "luta a dois", o que felizmente acabou por não acontecer (durante muito tempo houve uma luta a quatro...).

Devido à pandemia o campeonato começou mais tarde e fez com existisse uma carga de jogos muito grande, pois aos jogos internos juntaram-se os das competições europeias. Mal sonhava o Sporting que o "azar" de ter ficado pelo caminho no início da campanha europeia, seria uma "sorte"... E foi mesmo o que aconteceu, pois apresentou-se muito mais "fresco" que os adversários, jornada após jornada, acordando os seus adeptos e enchendo-os de esperança, com as vitórias consecutivas e com a conquista do primeiro lugar.

Por ser uma equipa muito jovem, acabou por beneficiar da ausência de público, que estava habituado a assobiar a equipa logo ao primeiro desaire. E sem esquecer que as claques estavam longe de morrer de amores pela estrutura directiva de Frederico Varandas...

Mas a conjugação mais importante para a vitória final foi a empatia total entre treinador e jogadores. Além de entenderem na perfeição em quase todos jogos as instruções tácticas e técnicas de Ruben Amorim, também perceberam a mensagem de que o único objectivo que tinham, era apenas ganhar jogo a jogo (isto já tinha resultado com Bruno Laje no Benfica...), Quem tinha a responsabilidade de ser campeão, eram os outros...

E foi assim que se construiu uma vitória histórica, 19 anos depois. Talvez seja irrepetível nos próximos anos. É isso que valoriza tanto o feito de Rubem Amorim e dos seus "Muchachos".

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


segunda-feira, maio 10, 2021

Convite para "Duas Bebedeiras"...


Durante o fim de semana os supermercados do homónimo do secretário geral do PCP convidavam-nos para "duas bebedeiras".

Uma "bebedeira de consumismo", com um convite às massas para correrem às suas lojas, porque se gastassem 50 euros, teriam 100% de desconto em todos os vinhos (em letras mais pequenas, limitava a compra a 10 euros...).

E claro, uma "bebedeira de vinhos", dez euros devia dar para três ou quatro garrafas de bons vinhos...

Até parece que já não existe pandemia nenhuma, pelo menos nestas lojas, onde se convidam as pessoas sistematicamente, para aproveitarem a "oportunidade do fim de semana" e encherem estes espaços.

Era para ter escrito isto ontem, mas preferi falar do meu passeio calmo até à Costa de Caparica...

(Fotografia de Luís Eme - Costa de Caparica)


domingo, maio 09, 2021

Passagem pela Costa de Caparica


O dia esteve estranho de manhã, o Inverno cruzou-se a espaços com a Primavera.


Por não ser um domingo com cara de "dia de praia", aproveitámos para ir ver o mar.



E foi uma boa ideia... As fotografias dizem quase tudo. Aí vão as legendas: o Mar estava bom para fotografar; a Praia estava boa para meter a conversa em dia e sentir a maresia no rosto, ou simplesmente, para ler...


(Fotografias de Luís Eme - Costa de Caparica)


sábado, maio 08, 2021

Masculino Versus Feminino


Já todos percebemos que este mundo construído segundo os parâmetros masculinos, entrou em decadência há algum tempo. 

Mas continua a ser o único mundo que temos. Apesar da crise, ainda não surgiu outro, nem melhor nem pior. 

O que me faz confusão é algumas coisas permanecerem quase iguais, como por exemplo os jogos de sedução. Embora a mulher goste sempre de escolher, continua a preferir ser seduzida e deixar o homem tomar a iniciativa...

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)


sexta-feira, maio 07, 2021

O que Está Dentro dos Livros...


Quase todos os livros deixam um rasto dentro de nós. Umas vezes esta marca é mais visível, outras nem por isso.

E o que não faltam por aí são coisas em que normalmente não pensamos, porque são problemas do "outro"...

Embora nunca tenha andado por aí a "dormir", ou a "fugir" do mundo real, nunca tinha tido uma noção tão concreta da "vida de preto", como ao ler as páginas densas do romance, "Rapariga, Mulher, Outra", de Bernardine Evaristo. E agora, ao começar a ler "Planisfério Pessoal" de Gonçalo Cadilhe, também encontro algumas linhas sobre a outra América, onde não existem, de facto, oportunidade para todos.

Voltando ao primeiro livro, que retrata sobretudo mulheres inglesas, de gerações diferentes, mas obrigadas a enfrentar problemas semelhantes, na escola, no trabalho, na rua, mostra o mundo como ele é. A discriminação continua a existir porque vai ao (des)encontro da forma como os brancos organizaram a sociedade. É preciso manter os pretos nas profissões que lhe "assentam que nem uma luva", como por exemplo, criadas, homens do lixo, empregadas de limpeza, pedreiros, seguranças, porteiros, etc.

É por isso que é mais comum do que o que possa parecer, muitas crianças terem vergonha da cor da sua pele. Ninguém gosta de estar "um metro atrás" antes da partida, e elas começam logo a ser tratadas de forma diferente nas creches, tratamento que se irá prolongar até aos liceus e universidades...

É por isso que é curioso o efeito que os livros têm dentro de nós. Obrigam-nos tantas vezes a "ver" coisas para as quais olhamos todos os dias, mas sem perdermos um só segundo a questioná-las.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, maio 05, 2021

A Língua Portuguesa e o Acordo Ortográfico


Falar da Língua Portuguesa, neste seu "dia mundial", obriga-me a falar do Acordo Ortográfico, de que ninguém, dos vários "poderes" que tanto mal fazem a este nosso país,  quer falar, muito menos alterar. E fora dos "poderes" também caminha para o esquecimento (a grande excepção é o jornalista Nuno Pacheco, que sempre que pode, volta a este "desacordo"), como se o tempo apagasse as suas "aberrações".  

É apenas mais uma "vergonha nacional", que só não está ao nível do BES e da TAP, porque não envolve tantos milhões, que nos vão saíndo do bolso, sem nos apercebermos...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


terça-feira, maio 04, 2021

O Regresso das "Barcas Gigantes" ao Tejo...


Agora que começam a regressar, a pouco e pouco, as barcas gigantes ao Tejo, começa a falar-se abertamente da enorme "nuvem" de poluição que deixam atrás de si.

Segundo o Expresso são o sexto maior poluidor do mundo, logo a seguir à China, Estados Unidos da América, Índia, Rússia e Japão.

Pois é, mais importante que tornar todos os carros eléctricos, é substituir o "fuelóleo" (feito com o que sobra de mais nocivo do petróleo...), nem que seja pelo gasóleo, também ele "maligno"...

(Fotografia de Luís Eme - Tejo)


segunda-feira, maio 03, 2021

O "Teatro" e o "Circo" Político


Todos sabemos que os políticos têm dentro de si várias costelas de "actor", é por isso que amam tanto qualquer palco, por mais pequeno que seja. Mas não se ficam por aqui, não dispensam outros dotes artísticos  das artes circenses, como o malabarismo, ilusionismo, e  até o contorcionismo.

Claro que nem todos possuem o brilho e o talento de um Marcelo, cuja capacidade cénica é impar e lhe poderia garantir a entrada directa para qualquer companhia teatral.

Lembrei-me desta componente teatral dos políticos graças às múltiplas intervenções televisivas do autarca de Odemira, que só agora "descobriu" os emigrantes clandestinos que trabalham no seu concelho - alguns a roçar a "escravidão" - e vivem em condições indignas (quase que se pode aplicar a expressão futebolística de "todos ao molho e fé em deus"), sobretudo para este tempo pandémico. O senhor até tem uma lista das várias agências de emprego, já  separadas como "boas" e "más"...

Há pelo menos meia-dúzia de anos que leio várias denúncias sobre o que se passa nas novas explorações agrícolas do Alentejo, em que não se sabia sequer o número exacto dos emigrantes que trabalhavam e habitavam nas aldeias e vilas do Sul.

(Fotografia de Luís Eme - Alentejo)


domingo, maio 02, 2021

A "Cegueira Política" nas Autarquias


Hoje, ao ler a reportagem no Público sobre a Bedeteca de Lisboa na actualidade (faz-se de conta que não existe, desperdiçando todo o seu património e potencial cultural...), senti mais uma vez, o mal que a "dependência partidária" pode fazer a todas as coisas, especialmente às da cultura.

Infelizmente o normal no nosso país é o partido que estava na oposição, ao ganhar as eleições autárquicas, virar tudo de pernas para o ar. Abandona projectos extremamente válidos da anterior gestão camarária, apenas porque "não são seus", sem se preocupar com o rasto de destruição e prejuízo, que deixa atrás de si.

Embora esta seja a norma (em Almada aconteceu muito disso neste mandato...), é completamente estúpida. Não me entra na cabeça que se altere o que funciona bem, apenas porque se trata de uma herança de "outra cor política". Mas como já disse, trata-se de uma norma seguida por todos os partidos, que além de revelar pouca inteligência, revela os habituais tiques de autoritarismo (o quero, posso e mando...) que abrem portas ao "caciquismo".

Esta é apenas mais uma das várias explicações para o facto de continuarmos a ser um país adiado, ano após ano...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sábado, maio 01, 2021

Um Dia Diferente de Todos os Outros


O Primeiro de Maio é um dia diferente de todos os outros, pelo que representa na história do trabalho e dos trabalhadores, em praticamente todos os continentes.

É por isso que me chateia que os "patrões" não sejam capazes de respeitar o simbolismo deste dia, e teimem em lutar contra a história e contra um feriado, conquistado  com sangue suor e lágrimas, ao longo de mais de dois séculos.

O mais curioso, é que quem começou a quebrar toda esta carga simbólica no nosso país foi uma rede de supermercados, que até tem uma fundação que faz investigação sociológica e publica pequenos livrinhos sobre isto e aquilo. O tempo passa tão depressa, que é possível que isso tenha acontecido já há uma década (descobri que foi em 2012, em que ofereciam 50 euros a quem gastasse 100...).

E desde aí o "Pingo Doce" continua a sua luta (seguido pela concorrência, obviamente), oferecendo "doces", ano após ano, através de mensagens como a que recebi (tal como milhões de clientes, pois o seu "império" alargou-se ao leste europeu e à latina-américa...), que é de facto muito tentadora para quem vive com dificuldades. Desta vez ainda vão mais longe que no começo e prometem devolver os 100 euros de compras feitas, 20 imediatamente e o restante, 80 euros até ao fim do ano...

Infelizmente a maior parte das pessoas está a borrifar-se para simbolismos, quer é "poupar e ganhar", pelo que a luta contra quem tem como principal objectivo maximizar os seus lucros, está perdida.

Esta batalha só seria ganha se ninguém entrasse nas suas lojas, neste dia Primeiro de Maio. Algo que é impossível de acontecer na actualidade, em se que se tentam pintar os dias todos com a mesma cor...

Eu sei que não vou entrar em nenhuma loja, nem mesmo na mercearia de bairro. Mas como dia o poeta, "uma andorinha não faz a Primavera"...

(Fotografia de Luís Eme - Fonte da Pipa)