Embora ainda esteja no início desta obra não posso deixar de salientar o conto, "Um Artista da Fome", que embora hoje possa parecer inverosímil (um homem fechado dentro de uma jaula, vigiado 24 horas por dia, para manter o seu jejum, até à hora fatal...), fazia parte das diversões presentes nas feiras, onde também se mostravam o "homem-elefante" a "mulher-barbuda", o "homem com seis dedos", entre outras excentricidades que quase chegaram aos nossos dias. Ainda vi o homem mais alto do mundo (as pessoas da minha geração devem recordar-se do gigante moçambicano que mais de dois metros e meio...) ou um pequeno anão, que parecia um bebé e que diziam ser o homem mais pequeno do mundo.
Outro aspecto curioso, foi o "Artista da Fome" (depois de deixar de "ser moda" e morrer quase anonimamente, misturado com as jaulas dos animais...) ter sido substituído na jaula por uma pantera jovem, em que agora o "espectáculo" humano era vê-la comer, principescamente. A natureza humana tem destas coisas, que parecem ser bem captadas nestes contos de Kafka, que rondam o fantástico... ou não fosse essa a sua "imagem de marca" enquanto ficcionista.
(Fotografia de Luís Eme - Óbidos)
KAFKA é fantástico!
ResponderEliminar"O PROCESSO" foi dos melhores livros que li até hoje.
(mas atenção escritor muito difícil)
É difícil e estranho, Severino.
EliminarNão é para todos os leitores.
Daí o ser-se KAFKANIANO...
EliminarExactamente. :)
EliminarTive na Faculdade uma professora fantástica chamada Teresa Seruya que me introduziu de forma incrível ao Kafka. Daqui lhe presto a minha homenagem e o meu agradecimento.
ResponderEliminarHá sempre professores (poucos), que permanecem inesquecíveis, Maria.
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