Hoje o meu amigo Francisco recordou alguns dos vultos que eram convidados para abrilhantar as Assembleias Gerais (que eram um acontecimento na então Vila, ao ponto de encher primeiro o Cine-Teatro e depois, já nos anos cinquenta, o Salão de Festas) e também algumas conferências que faziam parte do programa do aniversário, que na actualidade ainda continua a encher o mês de Outubro de Cultura em Almada.
Além do professor Simões Raposo Júnior, um senhor com umas barbas enormes que era um prazer ouvir, por ser um democrata e não ter medo de usar as palavras, todas, nem de "cavalgar" em cima do Estado Novo, para gáudio da assistência. Recordou também a visita do professor universitário, Francisco Vieira de Almeida, enaltecendo o prazer inesquecível que era estar ali a ouvir durante mais de duas horas aquele distinto filósofo, historiador e político, que além de ser um dos grandes intelectuais portugueses da época, era também um comunicador extraordinário.
O Francisco disse mesmo: «Como nós bebíamos as palavras do professor Vieira de Almeida.» Acrescentando depois, que já ninguém tem paciência para ouvir alguém durante quinze minutos, quanto mais duas ou três horas...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Ouvir e ler. Na era digital chega-se ao ponto de se informar o leitor de quantos minutos precisa para ler um artigo....
ResponderEliminarSim, também não se tem paciência para ler como no nosso tempo, Maria.
EliminarO livro é muito resistente, mas acabará por se tornar também numa relíquia...