O meu primeiro pensamento foi que os jovens que costumam pôr termo à vida (sei que estou a especular, pode não ter sido o caso...), são aqueles que aparentemente têm tudo para serem felizes. Fazem o que gostam e ganham bom dinheiro. Claro que as coisas não são bem assim. Nunca são. Quem escolhe ser actor, está longe de ser uma pessoa feliz. É por isso que precisa tanto de viver outras vidas...
O mais curioso, foi o desaparecimento de Tyler acontecer quase em simultâneo com o do actor francês Jean-Louis Trintignant, com 91 anos, doente há já algum tempo.
Há pessoas como o Jean-Louis Trintignant que parecem estar a mais no mundo do espectáculo, por não usarem na lapela a "estrela de famoso" (podia estar a falar do meu amigo Xico...). Não sobem aos palcos por causa da fama, mas sim porque querem (e precisam) experimentar outras vidas, têm necessidade de começar de novo para voltarem a cometer os mesmos erros...
Jean-Louis Trintignant nunca conseguiu fugir da "alma" que transportava dentro de si, foi sempre discreto, autêntico e nunca conseguiu esconder a timidez que se sentia na forma como olhava para o lado de fora do mundo. Nem mesmo depois dos 80, quando foi um dos protagonistas do filme "Amour" (2012), de Michael Hanke, ao lado de Emmanuele Riva...
Eu sei que cada vida é um drama, mas poucos viveram a tragédia pessoal de Jean-Louis, que perdeu duas filhas dos três que teve. E a última de uma forma completamente bárbara (espancada até à morte pelo companheiro...).
E ficou por cá até ao fim, a correr atrás, à frente ou ao lado da "felicidade", essa coisa fugaz que de vez enquanto nos acena a dizer bom dia ou boa tarde...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
A pressão, por vezes, é tão grande!!! Depois combinada com depressão... o resultado é trágico.
ResponderEliminarSem qualquer dúvida, Catarina.
EliminarTanta tristeza escondida...
Jean-Louis Trintignant, um actor único.
ResponderEliminarPoderiam ser outros, mas apenas regista dois dos seus filmes: «Ultrapassagem» de Dino Rissi e «A Minha Noite em Casa de Maud» de Erich Rommer. Este, quando a Cinemateca o apresentar no ciclo que fará «Em Memória de Trintignant», voltará a rever – quantas são as vezes? - para continuar a dizer que ainda não o percebeu bem!...
Era um actor diferente, que não escondia as fragilidades humanas, Sammy...
EliminarSomos todos diferentes!
ResponderEliminarNão conhecia esse lado trágico do actor francês que sempre apreciei, ainda fico a admirá-lo mais.
Abraço
É tudo uma questão de nos habituarmos a "viver com a dor", Rosa...
EliminarClaro que há muita gente que desiste e fica pelo caminho.
Fico sempre chocada quando morre uma pessoa jovem. Quanto a Jean-Louis Trintignant foi um actor que sempre apreciei. Lembro do filme "Um homem e uma mulher", entre outros.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde, meu Amigo Luís.
Um abraço.
Também é o meu primeiro pensamento, Graça. Tanto que ainda havia para viver...
EliminarTrintignant era singular.
Jean-Louis Trintignan, Michel Picolli, Jean Paul Belmonte, Alain Delon geração de ouro do cinema francês!
ResponderEliminarSim, quando o cinema francês e italiano se batiam com o que vinha da américa, Severino.
Eliminar" O clã dos Sicilianos "com o Alain Delon...outro filme dessa geração
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