Muitas vezes fala-se de coisas quase impossíveis. Hoje foi um desses dias. Falou-se da procura de novos leitores, num tempo em que já nem sequer se compram livros para decorar as salas (as casas das pessoas de hoje já não fazem qualquer questão de terem livros...).
Isso fez com que me lembrasse de duas visitas que fiz a duas escolas (os Salesianos do Estoril e a EPED do Monte de Caparica), em que o objectivo principal era "convencer os alunos a ler"... A visita à escola da "linha" deve ter sido há uns vinte anos (ou mais...). Lembro-me que fiz a "história da minha vida de leitor", até me socorri de imagens de capas de livros de banda desenhada que foi o que mais li na infância e no começo da adolescência... e disse-lhes que ao contrário do que um tio vaticinava, a banda desenhada nunca fora uma má influência. E ainda bem que os meus pais nunca nos proibiram de ler estes livrinhos, que acabaram por ser o "bilhete" para outras leituras, sem a ajuda das imagens...
Sim a leitura faz-se como todas as outras coisas, "caminha-se, caminhando", e cada vez se procuram novos desafios, de preferência mais profundos e inquietantes. Também falei das muitas viagens que fiz pelo mundo fora, sem sair do lugar... Percebi que alguns alunos não ficaram muito convencidos com esta parte (principalmente na EPED, talvez por os alunos serem mais crescidos...), mas qualquer bom leitor, sabe que é verdade.
E disse-lhes também que a melhor coisa para "agarrar leitores", são os livros bem escritos e com boas histórias, capazes de nos prenderem do princípio ao fim. Devo ter dado mais que três exemplos. Mas de momento só me lembro de ter sugerido três livros a estes jovens que fingiam querer ler... ("O Malhadinhas" de Aquilino Ribeiro, "Os Capitães da Areia" de Jorge Amado e "O Velho que Lia Histórias de Amor" de Luís Sepúlveda).
Claro que nunca fiquei muito convencido de ter conquistado novos leitores...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Bom dia
ResponderEliminarEstá muito difícil publicar os comentários no PC
Sou completamente alheio a esse problema, Joaquim.
EliminarTambém lá vou. Gosto dos textos da Rosário. Mas há muita presunção em alguns comentários....
ResponderEliminarCada um é como cada qual, Maria...
EliminarEmbora tenha uma vasta biblioteca continuo a comprar e a pedir emprestados livros.
ResponderEliminarFelizmente passei o gosto pela leitura para alunas que agora estão no terreno a fazer o mesmo!
Abraço
Eram outros tempos, Rosa.
EliminarHoje é mais difícil...
ResponderEliminarCom os 2 filhos teve meia vitória. Com os 5 netos – 19, 16, 13,7, 6 anos - não vai ter nada. Um mal completamente generalizado, um pesão dado por «you tubes» & Cª Lda.
Pode ser assim o findar do comentário, lembrando que um livro é um amigo fiel.
Não se apaga como a televisão, não tem horário de trabalho como as pessoas.
«Deixo-te estas páginas, como se entre elas conversasse-mos sempre»
Também não vou em lirismos, Sammy.
ResponderEliminarAs coisas são o que são. Os livros deixaram de ser uma prioridade para as novas gerações, que ainda têm mais mania que sabem tudo, que as anteriores.
Caminhamos a passos largos para uma desumanidade, que não sei para onde nos vai levar...
Ler? o que é isso...ler dá muito trabalho. Não acredito que alguém que habitualmente não lê alguma vez seja convencido a ler por outro alguém. Costumo dizer ler é como jogar futebol -nasce, não se aprende nasce!
ResponderEliminarE cada vez se lê menos, em cada cem pessoas que conheço uma lê.
E os telemóveis e os smartphone etc etc e todo o lixo que são as redes sociais...E depois é mais fácil ter o comando da TV à mão e ainda há aqueles finórios que estão sempre a falar na Netflix e outras que tais
Não vou tão longe como tu, Severino.
EliminarÉ mais fácil ler bem que jogar bom futebol.
O que acontece é que estes novos tempos são completamente contra a leitura de livros... Estão a deixar as pessoas cada vez mais "vazias"...