«Pinto a verdade. A Guerra Colonial existiu e foi uma vergonha. Faziam-se festas e, no fim, andavam aos pontapés às cabeças dos indígenas. As mulheres, em 1950, viviam vidas tenebrosas. Na Ericeira, de que eu gostava muito, ouvia uma mulher à noite à gritar, lá em cima, no moinho, porque o marido batia-lhe. Chegava a casa bêbado e batia na mulher, que tinha filhos após filhos. Ela dava-os à luz no moinho e criava-os completamente sozinha. Mas ele morreu e ela ainda ficou ali, rija, toda tesa. Isto é triste? Acho que não. Quis mostrar a força extraordinária de mulheres com esta.»
(palavras de Paul Rego, extraídas de uma entrevista na "Grande Reportagem", de Novembro de 2004, que nos deixou hoje...)
(Óleo de Paula Rego)
Tinha uma técnica de desenho fantástica...mas não é das minhas preferidas.
ResponderEliminarRetratava as pessoas e o mundo, com uma crueza, muito mais próxima da realidade, do que achamos, Maria.
EliminarConheci mulheres (minhas mães) absolutamente fantásticas!
ResponderEliminarA geração "unhas de gel" nem sabe nem sonha...
Os tempos mudam as pessoas e as pessoas mudam os tempos, Severino. :)
EliminarInevitavelmente.
Eliminar