sexta-feira, março 08, 2024

Um oito de Março que continua a ser necessário...


Nunca pensei que o 8 de Março durasse tanto tempo, e que continuasse a ser tão necessário. 

De uma forma, ingénua (eu sei), pensei que seria possível em pouco mais de uma década, chegarmos à igualdade plena, de direitos e deveres, entre as mulheres e os homens.

Infelizmente a forma como a nossa sociedade aceita estas "desigualdades" (com muitas mulheres a serem as maiores inimigas das outras mulheres...), às vezes quase de mãos nos bolsos, faz com que se perceba que talvez se tenha de fazer mesmo, uma revolução (não se vai lá, com toda a certeza, com a oferta de flores ao dia oito do costume...).

Poderia falar de vários sintomas desta desigualdade, mas vou-me focar em apenas dois, que na minha opinião, são dos mais graves.

Começo pela diferença de ordenados para as mesmas funções, que continua a ser uma realidade no nosso complexo mundo laboral. Será muito difícil de eliminar (pelo menos no sector privado), enquanto o capitalismo reinar, de uma forma cada vez mais "selvagem", com a conivência dos governos, que se fingem democráticos e igualitários.

Mas o maior dos flagelos continua a ser a violência, que é exercida no próprio lar, por todos aqueles que se acham "donos" das mulheres que um dia desposaram. É uma vergonha para todos os homens, o número de mulheres que continuam a ser vitimas de violência doméstica no nosso país (muitas perdem a vida...). 

Isso explica muita coisa. Até o crescimento da extrema-direita...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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