A prosa é quase sempre mais simples de apelidar, porque normalmente não se mete em bicos de pés a ver se toca na lua. Também não costumamos questioná-los, mesmo que nos pareçam estranhos.
Nem nos nos lembramos que há pessoas capazes de escolher títulos esquisitos, só para nos verem a torcer o pescoço ou a pegar no livro de várias formas, para ver se sim, faz sentido. Sim, o mundo das artes e letras está infestado de provocadores, gente que ama a diferença, mesmo que ela seja a negação de tudo o que faz sentido.
Pensei nisto ao ler um conto, "A Galinha que não dava ovos", que não tinha lá dentro nenhuma galinha, nem sequer falava dos campos ou de aviários. Havia ali muito surrealismo. Embora não tenha encontrado a "galinha", sei que ela podia ser tantas coisas, até a televisão avariada, que continuava no mesmo lugar, onde antes falava e fazia companhia à avó.
Claro que quando estiver com a Carolina, vou perguntar-lhe duas ou três coisas, sem falar logo da galinha, que pode estar ali apenas para nos baralhar as ideias...
(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)
No meu Clube de Leitura começamos normalmente pela análise do título com o qual algumas concordam ou não e dá sempre origem a grandes discussões.
ResponderEliminarAbraço
Imagino, Rosa. :)
EliminarAinda bem.
Até os títulos de livros ou filmes traduzidos do inglês para o português são, algumas vezes, absolutamente descabidos.
ResponderEliminarTambém tenho notado que, nos últimos anos, os títulos estão a tornar-se mais longos, principalmente em termos de livros.
Tens toda a razão, Catarina.
EliminarMas no cinema é muito pior. Em vez de traduzirem os títulos dos filmes, inventam outros, que não lembram ao "zé careca". :)