Falamos da actualidade, de jornalismo, de livros, de cinema e também desta forma de comunicar.
Ele nunca conseguiu ter muitos comentários (nem mesmo nos tempos em que a "blogosfera" estava na moda...) e foi por isso que acabou por fechar a respectiva caixa. Ele fica espantado por eu continuar a ter comentadores e pergunta-me qual é a "fórmula"... E eu fico sem saber o que dizer, por ter consciência que há coisas que não são lineares nem carecem de qualquer explicação "científica".
Depois de várias insistências disse-lhe que tento que o "Largo" seja um lugar agradável para passear e se visitar. E para que as pessoas se sintam bem, até tem uma "boa esplanada" com um café que é uma delicia. Ele acabou por sorrir e mudar de assunto.
Hoje de manhã, quando fui à mercearia cá do bairro, por ser o único cliente fiquei à conversa com o rapaz que vi crescer e hoje é quase um homenzarrão. Entre outras coisas, falei-lhe do "jeito que ele tem para namorar as velhinhas, que não lhe desamparam a loja". E ele recordou-me que também elas o conhecem de menino (sabe o nome de todas...) e por isso existe algum maternalismo à mistura, que acaba por ser bom para o negócio.
Pois é, o "truque" é sempre o mesmo. Se tratarmos bem os clientes, eles voltam, sempre...
Embora a realidade não deva ser confundida com a virtualidade, e nestes espaços não existam rostos, idades, sexos, religiões, partidos, etc., os princípios acabam por ser os mesmos. Somos sobretudo pessoas, que gostamos de estar onde nos sentimos bem. E se for possível, olhamos e conversamos, mesmo com quem não conhecemos de lado nenhum (isso acontece tanto quando viajamos...).
Talvez estejamos todos a precisar de "partir", nem que seja até à rua que fica para lá da esquina. Sinto que falta a este mundo, essa ponta de humanismo que nos leva a falar disto e daquilo, desinteressadamente, a oferecer um sorriso, até a um estranho, apenas por que sim.
Não tenho dúvidas de que temos de fazer mais, bastante mais, para que esse "mundo" (que nos está a fugir...) nos seja devolvido...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Bom dia
ResponderEliminarSem querer ser "lambe botas" é por estas publicações que sigo alguns blogs .
Abraço.
JR
E nós agradecemos a companhia, Joaquim. :)
EliminarSe não fosse o FB eu vivia ainda mais isolada.
ResponderEliminarTenho interacções constantes e bons amigos que "não me desamparam a loja".
Já a blogosfera deixou de ser o que era embora ainda tenha meia dúzia de fiéis amigos virtuais.
Se calhar os comentários são proporcionais ao interesse do que se escreve.
Abraço
Rosa, eu não tenho Facebook. Achas mesmo que, se precisares de ajuda, podes contar com os teus amigos do Facebook?
EliminarAcredito, Rosa.
EliminarQuem vive sozinha precisa de continuar a "existir", especialmente nestes tempos em que quase que se cortaram relações humanas.
A blogosfera por não ser tão "imediata", não suscita o mesmo calor humano.
É isso mesmo!
ResponderEliminarEstes tempos estão complicados, Tintinaine. Temos de "ir à luta" (sem guerras, claro).
EliminarÉ verdade, sim, o segredo de ter comentários e ser seguido por pessoas que gostam 'disto' dos blogs, é justamente o mesmo apontado pelo quase "homenzarrão" da merceria, que tem montes de clientela devido a ser simpático, saber receber e ter sempre um sorriso para com as "velhinhas" que, provavelmente, o conhecem desde miúdo, tal como o Luís.
ResponderEliminarResponder a quem teve a gentileza de nos deixar uma palavra, uma saudação, compensa muitas vezes a ausência de uma escrita de qualidade, aliada a bons temas, como é o meu caso. :))
Não é que seja um 'truque', eu chamar-lhe-ia mais uma forma de apreciar e criar empatia, com quem está do lado de lá do balcão.... :)
Bom fim-de semana, Luís!
Ele deve ter agora trinta anos e responde bem a toda a gente (devo ter exagerado com as "velhinhas", embora estas sejam mais ternurentas com ele e apareçam mais vezes, na mercearia, para matar a solidão...). Nasceu para estar atrás do balcão, Janita. Foi um bom aluno da Mãe, que conheci há já uns trinta anos (é a primeira dona da mercearia que me lembro e a q
Eliminar(o comentário saiu a correr...)
Eliminare a que me deixou melhores recordações, a par do filho...
E claro que o maior segredo da companhia que se sente, por aqui, é essa empatia de que falas.
Como em tudo na vida, vale sempre mais cair em graça que ser engraçado. :)
Uma coisa é comentar. Outra é ler. Há muitos blogs que visito e não comento.
ResponderEliminarPois, eu cada vez comento menos, Maria (não ando muito no mundo virtual, para não me esquecer do outro, real...). O tempo é cada vez mais curto (é a minha desculpa preferida para não ter facebook ou outra coisa qualquer).
EliminarE mesmo assim as pessoas aparecem aqui no Largo... Que bom.
Pois eu tenho imensa pena que a saúde e especialmente os olhos não me permitam acompanhar os blogues com a mesma frequência com que o fazia antigamente. Eu tenho FB. Utilizo-o para publicar os textos do Sexta para os amigos que não têm blogue poderem acompanhar.
ResponderEliminarOu para saber notícias de alguns familiares que fazem dele a "sua casa".
Abraço, saúde e bom domingo
Eu sei, Elvira.
EliminarE sim, o FB também ode ser uma coisa boa.