segunda-feira, maio 09, 2022

Coxos, Pescadores, Caçadores, e claro: Mentirosos


Todos mentimos, uns mais outros menos. Mentimos por razões várias. Uma boa parte das vezes para evitar chatices (tanto em casa como no trabalho), outras para nos "armarmos ao pingarelho", esticando a corda, inventando coisas que gostávamos de ter como um carro um uma vivenda, para "subirmos" um patamar, ainda que ligeiro, na vida e na conversa. Sim, um simples carro em segunda mão, pode ser transformado num BMW. E um apartamento nos subúrbios, com alguma imaginação, pode passar por uma vivenda com piscina e tudo...

Mas, como nos diz a sabedoria popular, alguns mentirosos começam a "coxear" antes dos coxos...

E como há pessoas que nos contam a sua vidinha toda (quase sempre com alguns acrescentos, para dar alguma magia à coisa), sem lhes perguntarmos nada ou sermos íntimos. Acho que isso ajuda a explicar o  sucesso do "facebook". Ou seja, o que não falta por aí, é gente desejosa de viver outras vidas e "contá-las". Mas como nem todos podem ser actores a sério...

Mas vamos lá à tal história de sábado à tarde... A mulher começou a contar-nos as maravilhas da sua "nova vida", quando resolveu mudar de casa (troca de vivenda por vivenda, mas com larga vantagem, pois foi para o "paraíso"...). E nesse dia quente, tinha a piscina da casa, cheia, com os filhos e netos.

À medida que ia contando pormenores, ia sendo atraiçoada pela geografia (uma boa mentira é como a ficção, precisa de um espaço real, para que a estória ganhe sentido...), ao ponto de percebermos que afinal a sua vivenda estava "equipada" para quatro famílias, dois no rés de chão e outros dois no primeiro andar e que a tal piscina, afinal era colectiva...

Pois, quem nos mandou a nós conhecer aquele lugar "paradisíaco", onde mora o Paulo e a Marta...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


15 comentários:

  1. Há pessoas que gostam de fantasiar/embelezar a sua realidade material. Outros tiram prazer (tendo tudo isso, bens materiais com piscina e tudo! : )) falando sobre os seus contactos/conhecimentos (que eu sei ser igualmente uma verdade) em vários setores... um político daqui e dali, o dr fulano de tal ou a dra, uma das mais conhecidas advogadas do país (Portugal), o sr engenheiro que tem um grande iate... e a lista continua. Ora, eu, na maior das vezes nunca ouvi falar deles/delas porque há muitos anos que não vivo no país onde nasci. : )) Mas alinho e continuo a “achar graça” no uso constante dos títulos académicos...

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    1. Como somos um país pobre, é mais fácil encontrar gente a sonhar com a realidade dos outros e a inventar "vidas", Catarina...

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  2. Refiro-me aos títulos académicos porque não é hábito usarmo-los como o fazemos em alguns países da Europa e da América do Sul. A tendência é mais usar o nome próprio. Os canadianos e os americanos são muito mais práticos. : ))

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    1. Felizmente isso mudou um pouco entre nós, graças ao Sócrates e ao Relvas, Catarina.

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  3. Antes uma piscina comum do que nenhuma.

    Abraço

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    1. Bom, isso depende! Se algum dos vizinhos tiver uma doença de pele....🤣

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    2. Foi uma brincadeira! (•‿•)

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    3. Depende de se gostar ou não de partilhar a piscina, Rosa. :)

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  4. Eu não tenho piscina em casa. Prefiro frequentar a piscina municipal. Tem graça falar-se aqui de piscinas, ainda a semana passada completei os 100m em menos de 50 segundos!.... Hãã?!... estão a rir-se de quê?....

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    1. Eu já fiz em menos tempo menos, Miguel, fora de água. :)

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  5. Bom dia
    Conheci casais que fizeram um empréstimo ao banco para ir de férias para o Algarve e postarem fotos nas redes sociais e logo que chegaram foram comprar a crédito os livros escolares para os filhos.
    Se estiveram certos ?
    Não sei , mas são felizes assim .

    JR

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    1. Claro, mas acabam por cair no ridículo, Joaquim.

      Se bem que o ridículo parece que já não mata. :)

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  6. Se são felizes assim...desde que paguem os seus créditos! Eu não sou assim!

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    1. O problema é que lá no fundo, sabem que não passam de "invenções", Maria...

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