O reflexo do nosso olhar não nos revela apenas os sintomas diários, quase banais, de uma noite mal dormida ou de um dia cinzento que nos espera lá fora. O espelho gosta de ir mais longe, de se meter com quem gosta de perder mais de cinco minutos, a lutar contra o que vê, sendo mesmo capaz de abrir alguns caminhos obscuros, por onde se estende a diversidade e a complexidade humana.
Claro que me vou ficar pelo "mundo real", pelas pessoas bonitas que se acham feias e pelas pessoas feias que encontram coisas bonitas no "jogo" do reflexo dos espelhos... Sim, quando ouves uma pessoa com "tudo no sítio" a dizer que gostava de ter «o nariz mais comprido» ou «a boca mais pequena», isso só pode significar uma "insatisfação permanente" e mais trabalho para os cirurgiões plásticos. E depois descobres uma pessoa quase "invisível" a dizer que gosta da cor e da expressão dos seus olhos, na maior parte das vezes que enfrenta o espelho.
Mais uma vez podemos ir à sabedoria popular encontrar explicações para esta coisa terrivelmente humana, de que só querermos o que não temos e só estarmos bem onde não estamos...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
A permanente insatisfação de (alguns) seres humanos.
ResponderEliminarPermanente mesmo, Maria. :)
Eliminar" o grande prazer da balda, que é não estar a trabalhar quando se deveria estar a trabalhar. Não tem graça não fazer nada quando não se tem nada que fazer."
ResponderEliminarBiografia de Manuel António Pina
É quase assim, Severino. :)
EliminarHá sempre coisas para fazer. Trabalhar não é uma delas. Haja saúde e dinheiro que elas aparecem logo!
ResponderEliminarÉ só isso que peço para quando me reformar. Principalmente saúde porque o dinheiro ainda se vai arranjando, felizmente!
Mas não faltará trabalho e "trabalhos", Maria. :)
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