quinta-feira, maio 19, 2022

A acção com imagens é sempre mais directa que a que usa apenas palavras»


A conversa que tive sobre cinema acabou também por ir parar aos livros, como se a acção que está dentro das histórias escritas fosse igual às das imagens...

Não concordei nada e disse que eram coisas diferentes. A acção dos filmes entra mais rapidamente dentro de nós, por razões óbvias. Agora os livros, são outra coisa.

Acrescentei que, mesmo um filme medíocre, se tiver bastante movimento, com as cenas a mudarem quase de segundo a segundo, deixa-nos presos ao écran, a querer saber o que se vai passar a seguir... Nos livros as coisas não funcionam assim, a acção tem de ser também acompanhada de boa literatura, ou seja, as palavras precisam de fazer mais sentido. O meu companheiro de conversa não ficou muito convencido, talvez por não ser um grande leitor.

Acho que poucas pessoas duvidam de que «a acção com imagens é sempre mais directa que a que usa apenas palavras.» 

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


28 comentários:

  1. As acções com imagens são mais directas porque nos dizem à partida se as cenas se passam nas cidades, no campo, se é Inverno ou Verão, se faz chuva ou sol, se o homem/mulher é novo ou velho e, desde logo, não exigem muito esforço de assimilação por parte do espectador.
    Óbvio que, com um livro, tem de haver todo um processo descritivo por parte do autor de modo a fazer-nos visualizar tudo isso. É esse processo de escrita descritiva, que distingue um bom de um mau escritor. Por norma, a literatura é muito mais rica e emocionante, embora todos saibamos a diferença entre um bom argumento e uma história da carochinha.
    Gosto muito mais dos livros do que das adaptações feitas ao Cinema. Num livro eu volto atrás e releio se algo me escapou, num filme ou entendo ou revejo o filme.
    Enfim, no fundo nem vejo motivos para "discussão", uma coisa é bem diferente da outra, não será? :))

    Boa noite, Luís! :)

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    1. Eu quando escrevi não estava a pensar tanto no poder natural das imagens (levar-nos logo lá), Janita.

      Pensava mais na forma como se realizam os filmes de acção, Janita. Há um movimento e uma mudança de cenários que nos prende à televisão (infelizmente o cinema também se foi mudando para dentro da televisão), vais a passar na sala e ficas preso a um filme (mesmo que seja medíocre, pela forma apelativa como está realizado).

      O bom livro tem todas essas coisas e mais algumas. :)

      E sim, se pensarmos um bocado, não são coisas comparáveis. O livro leva-te de viagem dias e um filme dura hora e meia...

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  2. As imagens são mais poderosas por serem mais rápidas de “absorver”. Por isso não vejo filmes de terror nem de violência. Quanto a livros (sou uma leitora ávida) posso, mais facilmente, deixar de os ler se não gostar do tema ou do estilo de escrita. Enquanto há muitos anos eu terminava sempre um livro mesmo que não me interessasse muito a certa altura apenas porque o/a escritor/a se tinha empenhado nele, hoje considero o meu tempo demasiado precioso. Se não gosto, páro e devolvo-o.
    Tenho um livro de Rohinton Mistry que tem o título “A Fine Balance”. Talvez em português “Um Equilíbrio Perfeito”, não sei, que é tão deprimente que me estava a causar ansiedade. : )) Li um terço do livro. O escritor recebeu muitos prémios e o livro teve bastante sucesso. Se tivessem feito um filme baseado neste livro (antes de eu o ter lido), sei que sairia da sala de cinema o que só fiz uma vez, tanto quanto me recordo.

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    1. É isso mesmo, Catarina. Entram logo dentro de nós.

      Também evito filmes estranhos, que me perturbam por isto ou aquilo.

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  3. A leitura é muito mais enriquecedora do que a narrativa em imagens.

    Abraço

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    1. Sim, Rosa, oferece-nos mais caminhos, mais lugares e mais gente. :)

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  4. Bom dia
    Até que o livro pode sempre esperar mais um pouco que o filme .

    JR

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    1. Pois é, podemos prolongar a leitura, ele espera por nós, Joaquim. :)

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  5. São artes diferentes com linguagens diferentes. Gosto muito das duas.
    Ainda não retomei o hábito de ir ao cinema uma vez por semana, como fazia antes da pandemia. Ainda me faz impressão. Mas tenho de ir, mesmo com máscara!
    Quanto aos livros, bem isso é muito diferente. Tenho sempre um livro novo para ler,embora agora, levo mais tempo a saboreá-los! Aproveito para fazer "publicidade " ao novo romance da Isabel Rio Novo, chamado " Madalena " que é uma maravilha.

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    1. Também gosto muito dos dois, Maria. E ambos me ajudam a escrever.

      Mas são coisas diferentes e pronto.

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  6. Na boa literatura eu vejo, oiço, cheiro e sinto!

    (Só que ler dá mais trabalho...)

    Nota:Ó Luís será possível, por favor, avisar o Sammy que hoje "O CAIS DO OLHAR" não permite comentários

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    1. (consegui comentar, deve ter sido uma coisa momentânea, Severino...)

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    2. Eu não consegui pois não abre a janela dos comentários, apenas abre uma faixa branca muito estreita que não permite comentar. Como não domino a tecnologia que sustenta esta anomalia (?) vou, com grande pena minha, aguardar.

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    3. Mas os filmes também nos possibilitam ver, ouvir e cheirar, Severino, é tudo feito à pressa. :)

      De vez enquanto acontecem coisas estranhas na tecnologia.

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  7. Desculpa fugir ao tema,Luís, mas acabo de saber que o governo português vai dar 50 milhões de euros à Ucrânia!!!
    Está tudo doido? Não aumentam os reformados, não há dinheiro para médicos, enfermeiros, professores e outros funcionários e vamos dar isto à Ucrânia??!! Quem lhes vende as armas que lhes dê o dinheiro! Vergonha!

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    1. Há que abranger os horizontes. Quanto mais rapidamente a guerra acabar, mais seguro ficará o mundo...

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    2. Isso é fácil de dizer quando se vive num país rico como o Canadá!

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    3. Maria, somos "obrigados" a participar. Fazemos parte da União Europeia e da NATO...

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    4. Eu queria dizer "alargar" os horizontes.... : )

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  8. Luís, eu não me conformo com esta situação. Somos um país com muitas necessidades. Temos um SNS de rastos, com milhares de pessoas sem médico de família ( eu própria não tenho, o que me vale é que tenho um subsistema de saúde, senão estava bem arranjada!), com profissionais de saúde a ganharem mal ( muitos deles têm de acumular com o privado para terem um bom nível de vida), temos carências nas creches e jardins de infância, temos os reformados a receberem reformas baixíssimas, um custo de vida brutal e vamos dar dinheiro à Ucrânia??!! Que dêem os EUA! Se são os paladinos da Liberdade que entrem eles com o guito!

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    1. Mas as coisas não funcionam assim, Maria.

      A dinheiro que temos dado aos bancos é bem mais escandaloso que este dado à Ucrânia.

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    2. Por aquilo que me tem sido dito, parece que e assim mesmo...

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  9. Claro que é! Mas uma coisa não invalida a outra! Isto é escandaloso! A inflação está em números altíssimos! Não podemos andar a dar dinheiro assim. Os portugueses precisam desse dinheiro. Eu não estou disposta a dar dinheiro do meu ordenado para a Ucrânia. Quem quiser que dê!

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    1. Nem sei como analisar a situação em Portugal. Bem... nem devo tentar uma vez que não vivo aí. Ler e experienciar é muito diferente.
      A Maria diz-nos uma coisa e uma amiga de Portugal com quem falo com frequência ainda ontem me estava a dizer que a situação política e económica nunca esteve melhor. Sempre elogiou o SNS, reconhece que os médicos tendem a ir para o privado porque ganham mais (trabalhar por vocação apenas já passou de moda – meu à parte), que o presidente tem feito muito pelo país e é um político honesto. E que o PCP nunca criticou claramente que a invasão pelos russos era rigorosamente errada!! E ela sempre teve tendência para a esquerda...
      Gostem ou não gostem, os países europeus estão a ajudar para obter (supostamente) bons resultados a longo prazo, ou preferivelmente, a curto prazo. Se a Ucrânia não receber ajuda, vai ser vencida e destruída completamente. E mesmo assim, não sei. E isso afetará o mundo inteiro... para pior.
      No entanto, estou como a Maria no que diz respeito a “contribuir” para a visita da realeza, Carlos e Camila. De 17 a 19 de maio. Eu nem gosto deles. Nadinha!!!! Se fosse a rainha, seria diferente. Afinal, ela é a nossa soberana, porque o Canadá continua a ser uma monarquia constitucional.

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    2. Há sempre coisas que nos fazem "comichão" e não concordamos, Catarina e Maria. Mas a política interna e externa é isso mesmo...

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  10. Desculpa, Luís, por estar a usar o teu espaço para levantar questões que, embora eu considere pertinentes, não deveriam ser discutidas aqui na "tua casa".
    Só quero pedir à Catarina para ler mais jornais portugueses para se informar daquilo que acontece, de facto, no nosso país.
    Eu sou contra a guerra, como qualquer pessoa de bom senso. Não quero é que usem o pretexto da guerra para desviar dinheiros que são necessários ao governo do nosso país.
    E não voltarei a falar mais deste assunto aqui no blog.

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    1. Tenho a certeza que o Luis não se importa.

      Quando falei neste dia com a minha amiga e lhe disse o que costumava ler, ela recomendou outros canais de televisão e outros jornais. Concluí que teria que ler tudo para ter uma ideia de quais seriam os meios mais neutros e ficar melhor informada, o que não é muito viável pois há outras coisas para ouvir e ler por aqui e não faria mais nada!! : ))
      Obrigada, Luis.
      Abraço aos dois.

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  11. Abraço, Catarina.
    E obrigada por me aturares, Luís. Já fazes parte da família, que vai ficando cada vez mais pequena.
    A ver se,para o ano, já há um infante ou infanta por cá...😊

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