sexta-feira, abril 14, 2023

«Talvez agora toda a gente queira ser "jotinha"...»


Estive com o Gui, para lhe entregar um trabalho que me tinha pedido, e, como sempre, acabámos por falar da actualidade política (talvez por termos a sensação de que não existe "actualidade cultural"...), do "furação" político que está a abanar com as estruturas socialistas.

Foi ele que disse que a direita nunca tinha feito tão bem o "trabalho de casa", que nunca se viu tanto "tiro ao boneco" como neste primeiro ano de legislatura. Concordei, sem me esquecer de lhe dizer que, "factos são factos".

Dissemos algumas coisas impublicáveis, como é comum quando falamos de política e de políticos. O que ambos achámos curioso, foi o País só agora estar a descobrir onde anda metido, há pelo menos vinte anos. Sem recuarmos muito no tempo nem sermos demasiado exaustivos, ambos sabíamos que José Sócrates, Rui Rio, Paulo Portas, Pedro Passos Coelho, António José Seguro, Ana Catarina Mendes, Luís Montenegro ou António Costa, todos eles foram "jotinhas", tanto do PS como do PSD.

Não viria mal nenhum ao mundo, se ao longo dos anos estas estruturas partidárias não se tornassem das melhores "agências de emprego" deste portugal de letra pequena (e também mais bem pagas e com mais incompetentes por metro quadrado...). O Gui com o seu espírito brincalhão, acrescentou que também eram boas "agências de casamento", para quem não andava à procura de miúdas giras. E exemplificou a "promiscuidade familiar socialista" nos governos nacionais e locais, onde só falta mesmo arranjarem um empregozito para o gato e para o cão.

Quando o Gui disse que «talvez agora toda a gente queira ser "jotinha"...», fiquei com algumas dúvidas. Pode-se ganhar bom dinheiro, mas estes "enxovalhos públicos" não são bons para o futuro de ninguém...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


4 comentários:

  1. Vivemos tempos estuporados.
    José Pacheco Pereira, com quem raramente concorda, utiliza hoje no «Público» a palavra «estuporar» e pede ao leitor que não se indigne e adianta: «É sólido português e nem sequer é um plebeísmo, só caiu em desuso porque hoje falamos com cada vez menos palavras, ficando com isso cada vez mais pobres.
    Disse o Gui: «talvez agora toda a gente queira ser "jotinha"...», e sem saber como. lembrou-se do Armindo, primeiros meses do 25 de Abril, quando saídos do trabalho , no cair da tarde, apanhávamos o Metro no Rossio e por lá andavam as «miúdas giríssimas» do MRPP, alegremente, a vender o «Luta Popular» - «quem não souber ler vê os bonecos!» – e o Armindo, fixado numa dessas miúdas, apaixonou-se.
    A festa foi-se estragando, como um dia haveria de cantar o Chico Buarque.
    Outras «promiscuidades…

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    1. Pois, Sammy, se há coisa que somos bons é a estragar as coisas boas que criamos e inventamos...

      Nunca a direita andou tão assanhada e distante de qualquer princípio. Fale tudo.

      Vivemos mesmo tempos estuporados, graças a todos estes estupores que gostam de andar de gravata e viver permanentemente no dia um de abril...

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  2. A política portuguesa nunca foi boa, nem mesmo antes de deixarmos a Monarquia e entrarmos na República. Basta ler Eça para o saber. O que é mais triste, é que quanto mais evolui a ciência, mais cursos aparecem nas universidades, menos respeito e consciência moral têm os nossos políticos.

    Tenho estado com problemas com a Internet, que vem intermitente e dura pouco tempo. Ontem estiveram aqui os técnicos trocaram o router, mas a ver se daqui em diante já não há falhas.
    Abraço e saúde

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    1. O poder é o que mais importa, Elvira, a esta gente sem valores e respeito pelo que quer que seja.

      E para a sua conquista "vale tudo", até "tirar olhos"...

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