O meu avô era extremamente honesto. Nunca esqueço o que avó nos contava, quando queria falar do seu "excesso" de honestidade. Lembrava os primeiros anos de casada, a minha mãe ainda era pequena e ele trabalhava como feitor de uma das quintas que rodeavam as Caldas (ela falava das "pereiras" e não dos "pereiras", não sei porquê...). Ele andava altivo, a cavalo. Às vezes visitavam-no e aproveitavam a fruta caída do chão para saciar o apetite, em tempo de "vacas, galinhas e demais animais magros". Ele que não as queria a colher o que não era delas, logo lhes dava uma reprimenda e chamava-lhes "gulosas"... Embora o avô fosse excessivo, a avó dizia isto com orgulho.
Além disso, eu também gostava do jeito do avô para "ficcionar a vida". Como gostava das suas estórias...
Quando comecei a escrever era para falar de uma outra coisa, mas entretanto apareceram os meus avós maternos (e é sempre um prazer recebê-los...) e... Mas vamos lá, à forma como nos tentam levar à certa, com uma cada vez maior panóplia de métodos de controlo e de persuasão (duplicados ou triplicados em pandemia...), tentando que deixemos de pensar pela nossa cabeça, que usemos um "conhecimento" e um "pensamento" cada vez mais imposto.
E a única coisa que me apraz dizer, é que sei que não nasci para ser carneiro...
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
ResponderEliminarNão tem nada a acrescentar ao texto, mas, lá fora o dia está tão bonito, que ele vai acabar por dizer que também não nasceu para carneiro mas, como o destino é um tipo sem moral alguma, aconteceu-lhe o dito calhar-lhe como signo.
«Oh! Pastor que choras, o teu rebanho onde está?, deita as mágoas fora, carneiros é o que mais há.»
Mas é triste assistirmos, diariamente, a tantas tentativas de manipulação, Sammy...
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