Um meu amigo disse-me que há gente a mais nas artes e que era necessário haver uma "autorregulação", que as pessoas tinham de perceber que nem toda a gente pode ser artista, como nem todos podem ser engenheiros ou médicos. E deu-me como exemplo as respectivas ordens, que limitam o acesso a estas duas profissões.
Embora ele tivesse alguma razão, escolheu dois maus exemplos. Até porque as dificuldades que existem (todos dizem que são demasiadas...) no acesso a estas profissões, ainda não conseguiram acabar com a existência de maus médicos e maus engenheiros.
Ou seja, será sempre muito difícil escolher quem são os "bons" e quem são os "maus", porque o talento natural raramente consegue ser passado para o papel, em qualquer teste que não se afaste muito da "teoria".
O melhor exemplo que lhe consegui dar foi o do mundo das canções. Provavelmente, a existência de uma espécie de "ordem dos artistas", não iria travar a existência de tanto cantor e cantora sem talento, que nos entram pela casa a dentro aos domingos à tarde, que nunca conseguiriam passar da primeira fase de selecção nos concursos de talentos televisivos (onde se descobrem rapazes e raparigas, que dão "vinte a zero" a estes cancionistas de arraial).
Mas sim, é necessário fazer alguma coisa. Até porque não existe mercado para tanta gente. Há muito mais músicos e actores, que concertos de música, peças de teatro ou telenovelas...
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
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