domingo, março 28, 2021

"O Quarto Segredo de Fátima"


Não deixa de ser curioso, que Vasco Pulido Valente, depois da sua última viagem, tenha deixado uma "tirada das suas" para a posteridade, dentro de mais um livro de entrevistas do jornalista João Céu e Silva ("Uma Longa Viagem com Vasco Pulido Valente"). 

Eu sei que até dava jeito ao jornalista, algo de bombástico, para ajudar a vender mais uns livros (a coisa agora está ainda mais complicada com a pandemia...) mas insinuar que Álvaro Cunhal tinha "ganas de assassino"... Não é bem insinuação, é mais "crença", nas palavras ditas pelo jornalista ao "seu" Diário de Notícias, de 20 de Março, que transcrevemos:

«Alguém tão exigente como Vasco Pulido Valente não diria que Cunhal mandaria matar Soares sem ter essa certeza. Tinha a forte crença de que Cunhal, caso fosse um vencedor político, seria capaz de querer riscar Soares dos rivais; o envolvimento político que Pulido Valente viveu à época e o facto de ter seguido Cunhal de perto enquanto jornalista não admitem que tenha dito isto de ânimo leve.»

Mais "crença menos crença", quase que se pode falar de mais um, sim, este podia muito bem ser o "quarto (ou quinto...) segredo de fátima"...

(Fotografia de Luís Eme - Fátima)


6 comentários:


  1. De alguma idade aprendeu que as paixões não se explicam. Umas mais que outras, outras mais fáceis, outras mais complicadas. Nunca entendeu a paixão que o cronista Vasco Pulido Valente conseguiu desenvolver entre gentes, mais concretamente entre jornalistas. O que foi lendo deu para concluir que era um ser ressabiado. Com o mundo, com os homens, com a extraordinária família que lhe calhou em sorte. Não é mestre de coisa alguma, mas nunca conseguiu concluir que o Vasco, o Pulido, o Valente, escrevia tão bem como o que apregoam. O que agora não consegue entender é como João Céu e Silva, um jornalista de longas e variadas viagens, tenha permitido que o jornal colocasse em parangona o disparate de Soares sobre Cunhal. Com erros e enganos, defeitos e virtudes foram dos melhores políticos que pisaram o chão português. Não há mais gente daquela. Cunhal, como escreveu Saramago «não foi o santo que alguns louvavam nem o demónio que outros aborreciam, foi, ainda que não simplesmente, um homem». O disparate que agora atribuem ao cronista, é tão grande, pior ainda, de falar das criancinhas que os comunistas comiam ao pequeno almoço. Mesmo em tempo de Domingo de Ramos, não tem o dom da fé, razão por que se escusa, a dizer que alguém lhes perdoe!

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    1. Só compreendo este disparate pela necessidade da venda de livros, Sammy.

      A preocupação de muita gente que escreve, não é escrever como os melhores, mas vender como por exemplo o apresentador de telejornais.

      Eu percebi a escolha do Pulido Valente, foi andar sempre em "contramão", escrever contra a norma, ser a excepção, dizer mal só porque sim.

      E estas coisas ainda são mais estúpidas e cobardes, quando são ditas, quando já não está por cá nenhum dos intervenientes.

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  2. Não acredito nos milagres de Fátima nem naquilo que o jornalista Vasco Pulido Valente escreveu.
    Um abraço meu Amigo.

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  3. Não acredito no que o Vasco Pulido Valente escreveu.
    Abraço, saúde e boa semana

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    1. E quem é que pode acreditar, Elvira?

      (o homem até chegou a confessar que o seu maior defeito era ser mentiroso...)

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