domingo, maio 19, 2024

Uma viagem pelo interior (ir, vir e olhar...)


Na sexta-feira eu e o meu filho fomos (e viemos) à Beira Baixa, numa viagem quase relâmpago, pelas nossas estradas nacionais. 

Não tínhamos decidido se voltávamos no dia seguinte ou no próprio dia, porque levávamos mobiliário, que precisava de ser montado (claro que podia ser montado num outro dia qualquer... e foi isso mesmo que  acabámos por decidir).

Chegámos, abrimos as janelas todas, para que a casa fechada arejasse. Arrumámos as coisas, fizémos uma limpeza ligeira e enquanto comíamos qualquer coisa, trocámos algumas palavras e, sim, nada nos prendia ali, iriamos voltar para a estrada...

Durante a nossa pequena estadia  na aldeia cruzámo-nos com apenas duas pessoas nas ruas. Uma senhora saiu de casa apenas porque eu devo ter feito mais barulho do que devia ao colocar coisas no ecoponto.

Este é o retrato da maior parte das terras do interior. Pequenas localidades, quase abandonadas, que só ganham vida no Verão com o regresso dos emigrantes (de dentro e de fora...), que vêm à "festa" e ficam mais alguns dias, para dar alguma ocupação às casas que ficam fechadas o ano inteiro...

Não sei se existe alguma solução, para a maior parte delas. As mais bonitas e típicas vão tendo o turismo... que embora seja uma ilusão, pois finge apenas que lhes devolve a vida, transforma-as apenas em "museus" para "inglês (francês, espanhol ou português) ver... 

Mas a maioria nem isso têm. Irão caindo no esquecimento, que é a marca do nosso País, há largas dezenas de anos, que apenas parece saber viver perto do mar...

(Fotografia da Beira Baixa)


6 comentários:

  1. É pena o abandono das terras do interior. Algo tem que ser feito.
    Uma boa semana.
    Um abraço.

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    1. São muitos anos de desinvestimento e de abandono, Graça...

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  2. Às vezes penso que um dia nos afundaremos à custa dessa inclinação, embora viva num interior turístico onde há sempre caminhantes!

    Abraço

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    1. Mas o teu interior está bem perto do litoral, nem penso que seja entendido como "interior", Rosa.

      Claro que se não existisse o Santuário, possivelmente era uma zona muito menos interessante (apesar da proximidade das grutas).

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  3. Também gosto de fazer viagens “ir, olhar, vir”.
    Pensei que o turismo rural estivesse bastante desenvolvido e na moda. Suponho, então, que depende bastante da localização e do tipo de alojamento. Turismo rural não quer necessariamente dizer férias sem o mínimo de modernismo: eletricidade, canalização, ar condicionado e piscina.

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    1. O turismo rural só é explorado onde é lucrativo, Catarina, ou seja, próximo de lugares com história ou com outros tipos de atracção...

      Não é uma coisa que esteja espalhada por todo o país.

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